A injustiça poética do futebol voltou a marcar uma noite europeia inesquecível. Ontem fez-se história. Em Donetsk. Em Hamburgo. História agridoce para alguns, inesquecível para outros. Uma equipa que já sabe o que é triunfar na Europa soube sacar o melhor que tinha dentro de si para dar a volta a um resultado que parecia letal. Quase noutra ponta do continente, o outro veterano sucumbiu ao drama do último minuto e abriu passo para um estreante, que mais do que conseguir um lugar na sua primeira final europeia, logrou eliminar estoicamente o seu eterno rival, depois de décadas a viver à sua sombra. Em Istambul o futebol viverá a consagração da classe média europeia, desses clubes fantásticos de ligas menos mediáticas mas que provaram que é possível bater o pé aos grandes. Duas equipas que saíram directamente da Champions League para brilhar na UEFA. Uma vez mais…
Na fria Ucrânia fez-se história para os adeptos locais. Depois de ter vivido mais de meio século à sombra do clube da capital, o Shaktar confirmou a definitiva rebelião dos modestos ucranianos e assumiu-se como grande. A entrada de um multimilionário apaixonado pelo clube e a armada brasileira que foi criteriosamente contratada pelo treinador Mircea Lucescu fez o impensável. O golo ao minuto 89 teve todos os condimentos de justiça poética. Se no primeiro jogo a sorte acompanhou a equipa de Donetsk, massacrada pelo rival de Kiev, neste segundo encontro o equilíbrio da balança pendeu para o outro lado. Na véspera de um agonizante prolongamento, Ilsinho, um dos mais brilhantes executantes dessa fornada canarinha, roubou o sonho ao Dynamo de voltar a disputar um troféu europeu. Era hora de uma nova geração. A partida não teve a emoção de uma meia-final, foi mais um ajuste de contas típico dos derbys locais. A questão começa no planteamento de ambas as equipas.
O quadrado brasileiro com Fernandinho, Jadson, Luíz Adriano e Ilsinho partiu os rins à sólida defesa do Dynamo. Aliev, essa eterna promessa à espera de dar o salto para um grande do ocidente, pautou o jogo recuperando o controlo para os visitantes e depois de um golo anulado, Bangoura repôs a justiça no marcador. Empate em Donetsk. Empate na eliminatória. Um empate que não favorecia ninguém mas que nenhum parecia desdenhar. Mas a rebeldia sempre acaba por derrubar as mais sólidas barreiras e numa finta genial, Ilsinho, decidiu que era escusado estar mais meia hora em campo. E assim ganhou direito à imortalidade.
Numa prova dominada por equipas do centro e leste da Europa, foi a magia dos brasileiros que fez a diferença. Do outro lado, naquele jogo onde parecia que tudo ia de feição ao Hamburgo, apareceu outro, talvez o mais desequilibrante médio ofensivo da prova. Diego foi mestre e senhor do meio campo do Werder Bremen e ontem, uma vez mais, mostrou que os 25 milhões que a Juventus já pagou para fazer dele o seu novo estratega são uma inversão com possibilidade de lucro imediato. Um jogo fabuloso do brasileiro que deu a reviravolta a um encontro de loucos. Olic marcou primeiro e provou que em casa o Hamburgo é letal. Até que chegou Diego e o empate. Os da casa tremiam e os visitantes entravam no segundo tempo de rompante com dois tentos, o primeiro do peruano Pizarro e o segundo, com a ajuda divina, de Frank Baumann, após desvio fundamental da torre portuguesa que dá pelo nome de Hugo Almeida.
Numa prova dominada por equipas do centro e leste da Europa, foi a magia dos brasileiros que fez a diferença. Do outro lado, naquele jogo onde parecia que tudo ia de feição ao Hamburgo, apareceu outro, talvez o mais desequilibrante médio ofensivo da prova. Diego foi mestre e senhor do meio campo do Werder Bremen e ontem, uma vez mais, mostrou que os 25 milhões que a Juventus já pagou para fazer dele o seu novo estratega são uma inversão com possibilidade de lucro imediato. Um jogo fabuloso do brasileiro que deu a reviravolta a um encontro de loucos. Olic marcou primeiro e provou que em casa o Hamburgo é letal. Até que chegou Diego e o empate. Os da casa tremiam e os visitantes entravam no segundo tempo de rompante com dois tentos, o primeiro do peruano Pizarro e o segundo, com a ajuda divina, de Frank Baumann, após desvio fundamental da torre portuguesa que dá pelo nome de Hugo Almeida.