Durante anos Turim foi uma autêntica fornada de pequenos génios com a bola colada aos pés. Um viveiro de talento que entre os dois grandes clubes da capital – a Juventus e o Torino – foram espalhando o perfume do seu futebol pelo Cálcio. No entanto, desde o aparecimento de Alessandro del Piero, já lá vão quinze anos, que nunca mais nasceu nas ruas da capital do Piemonte um futebolista capaz de prender o adepto ao seu lugar enquanto que passeia a sua classe pelo relvado. Até hoje. Sebastian Giovinco está chamado a retomar a tradição gloriosa dos criativos piemonteses.
Apesar de ter nascido em Turim no frio Inverno de 1987, nas veias do médio corre o quente sangue do sul de Itália. Um pai da Sicília e uma mãe da Calábria dão ao seu futebol esse toque mediterrânico particular quem tem sido a sua imagem de marca. No toque, mas também no carácter, que lhe tem provocado já alguns dissabores. O médio que passeou o seu futebol de dribles rápidos e passes letais pelo último Europeu de Sub21, onde liderou a squadra azzurra até à meia-final, ainda não se conseguiu impor no seu clube do coração. A eterna juventude de Del Piero e Nedved e a chegada agora do brasileiro Diego têm sido sucessivos entraves para a total afirmação de um futebolista que encanta quem tem a oportunidade de o seguir. Num país onde a oportunidade aos jovens é dada mais por clubes de metade da tabela do que pelos grandes emblemas, muito se especula sobre uma possível saída de Giovinco da Vecchia Signora para poder afirmar-se definitivamente no Cálcio.
O médio chegou com 14 anos à Juventus e em Maio de 2007 estreou-se finalmente pela equipa principal bianconera. Foi num jogo contra o Bologna que confirmou a subida de divisão da equipa turinesa, então na Série B e que lhe valeu também a sua primeira assistência oficial para golo, num passe letal para Trezeguet. Na época seguinte o médio juntou-se ao seu inseparável amigo Cláudio Marchisio num empréstimo ao Empoli onde se estreou a marcar na Série A tendo repetido a façanha na semana seguinte contra a Roma, equipa que então disputava directamente o segundo posto com a sua “Juve”. A excelente temporada realiza em Empoli foi suficiente para trazer-lhe de novo ao Dell Alpi para a temporada 2008/2009 onde começou à procura do seu espaço na equipa. Jogou o seu primeiro encontro oficial na primeira divisão com a Juve em Setembro assistindo Amauri para o golo da vitória contra o Catania. Em Dezembro estreou-se a marcar como jogador da Juventus num livre directo, já então uma das suas imagens de marca, cultivada depois de várias exibições de luxo pelas selecções jovens italianas, onde rapidamente assumiu a batuta de cada escalão onde se estreava. Depois de em 2008 ter sido eleito o melhor jogador do Torneio de Toulon, marcou presença nos Jogos Olímpicos de Pequim e liderou a azzura no último Euro sub21.
À espera de se afirmar definitivamente como titular, Giovinco prepara já o ataque ao Scudetto de 2009/2010. Com as contratações pedidas por Ciro Ferrara, o novo técnico da Vechia Signora, a Juventus poderá finalmente apresentar uma equipa sólida capaz de fazer frente ao Inter. Apesar da chegada do genial Diego o jovem Giovinco promete ser a grande sensação do ano e assumir-se definitivamente como o herdeiro natural da tradição de regista italiano.