Sexta-feira, 25 de Novembro de 2011

As provas europeias parecem ser, cada vez menos, coisa de ingleses. À parte do ostracismo votado à Europe League/Taça UEFA na última década, a perda de importância dos clubes ingleses na Champions League começa a ser evidente. De três semi-finalistas em 2008 podemos passar ao extremo de um só concorrente nos oitavos de final. Mais sério do que isso é a perda de competitividade dos insulares face aos seus rivais europeus, um problema que tem a sua génese não na grande competição continental mas nas entranhas da própria Premier League.

 

O futebol europeu rege-se sempre por fases e o periodo de predominância inglês parece estar, definitivamente, superado.

Se nos anos 80 foi necessário o desastre do Heysel para acabar com um mandato absoluto de dominio britânico entre 1977 e 1985 (sete titulos em nove anos), agora a implosão desportiva dos grandes da Premier League vem desde dentro.

Sob a ameaça da aplicação do Fair Play financeiro que continua a ser uma das grandes bandeiras de Michel Platini, os ingleses têm de decidir que caminho querem seguir. Se por um lado são um oásis nos desafios morais à hegemonia da FIFA - a questão do racismo, da corrupção e introdução de tecnologia são belos exemplos - por outro o nivel de endividamento da maioria dos clubes (da Premier e do Championship) coloca seriamente em risco o futuro de uma liga que se soube reinventar como nenhuma outra depois do Relatório Taylor e que agora vive afogada nas próprias dividas.

E no entanto a presença do Manchester United na final de Londres tapou, de certa forma, uma tendência que se vem verificando desde 2009 e que parece irreversível. A supremacia do dueto espanhol Barcelona-Real Madrid (hegemónicos em tudo, desde o dinheiro ingressado, a atenção televisiva e as propostas futebolisticas) bem como o fortalecimento claro da realidade futebolistica na Alemanha (que as campanhas exitosas de Bayern Munchen e Schalke 04) ajudam a explicar a perda de preponderância desportiva da Premier. Mas o problema é mais profundo.

A taxa de endividamento dos principais clubes ingleses é a mais alta do espectro europeu. A carteira de Abramovich e Al Mansour tem ajudado a maquilhar a desastrosa realidade financeira de Chelsea e Manchester City, porta-estandartes desta liga de novos ricos capazes de destabilizar o mercado como ninguém. Mas começa a revelar-se insuficiente para resolver todos os problemas. No caso do Arsenal, a clara perda de poder económico a que se seguiu a forte aposta na construção do Emirates (que só agora se acabou de pagar), contribuiu para a perda de poder futebolistico que passará por um natural processo de reestruturação antes de voltar à elite. E por fim, em Manchester, o histórico United continua a aparentar uma imagem invejável de saude financeira que esconde a imensa divida do império dos Glazer transportada para as costas do clube. Mais abaixo tanto Tottenham como Liverpool debatem-se com uma eventual mudança de estádio para recuperar poder económico com os rivais directos enquanto que a habitual classe média (Everton, Aston Villa, Newcastle, Blackburn Rovers, Bolton, Sunderland) conta os tostões para chegar ao fim do mês com a balança no verde. O dinheiro começa a escassear, os preços inflacionados de jogadores no mercado Premier - onde os clubes locais continuam a apostar - não parece baixar (viu-se nos casos de Adam, Henderson, Carroll, Jones, Meireles, Arteta) e a evolução técnico-táctica que contribuiu para a mutação da competição entrou numa fase de estagnação evidente.

 

Não foi alheio ao processo de auto-destruição do Calcio, há uma década atrás, os mesmos sintomas que se vivem na Premier.

Aquela que foi, entre os finais dos anos 80 e grande parte dos 90, a grande liga europeia, entrou num poço de onde ainda não voltou muito por culpa do endividamente dos seus clubes (com a Lazio, Napoli, Sampdoria, Parma e Fiorentina como casos mais evidentes), pela violência e falta de interesse dos adeptos por um espectáculo que ia perdendo qualidade e, como antecedente dessa realidade, a progressiva migração dos melhores jogadores para outras ligas (espanhola e inglesa). A Premier vive hoje esse pesadelo.

Nos últimos cinco anos abandonaram o campeonato alguns dos seus mais brilhantes interpretes, como Fabregas e Cristiano Ronaldo, e apesar de algumas incursões pagas a preço de ouro (caso do City com Silva, Aguero, Balotelli, Dzeko), desde há vários anos que os principais clubes ingleses têm falhado nas tentativas em incorporar os melhores jogadores do continente. Os grandes negócios realizam-se entre eles (Torres, Nasri, Berbatov, Jones, Henderson, Meireles) e a aposta começa a ser - seguindo o exemplo do Arsenal - em jogadores jovens, de preço mais acessível e com margem de progressão (David Luiz, Javier Hernandez, Luis Suarez, Luka Modric...).

Hoje os Neymar, Gotze, Hazard, Pastore, Cavani, Falcao e companhia dão-se ao luxo de rejeitar ofertas de clubes de top da Premier, seja pela melhoria de condições nos seus clubes de origem, seja porque a liga perdeu grande parte do seu real atractivo. Ao contrário de Espanha, onde muitos dos nomes continuam a procurar um lugar ao sol, Inglaterra tornou-se outra vez num destino cinzento, envolto numa capa escura de smog.

Se a partir de 1995 a grande mutação da Premier começou a tornar-se evidente com o contributo de jogadores de fora como Cantona, Zola, Bergkamp, Asprilla, Pires, Overmars, Anelka, Vieira, Ginola e companhia, permitindo ao futebol local abandonar o estandardizado 4-4-2, o jogo directo e a total falta de pressão entre linhas, hoje parece que as equipas inglesas ficaram paradas no tempo. Da hegemonia de técnicos estrangeiros a principios da década passada (Houllier, Ranieri, Benitez, Mourinho, Wenger) passou-se a um cenário onde só o francês e Villas-Boas sobrevivem, o primeiro no enésimo projecto e o segundo numa mutação desportiva longa e complexa. O 4-5-1 e 4-2-3-1 tornaram-se num santo e senha dificil de mudar e, sobretudo, fácil de anular quando as equipas das ilhas viajam ao continente. A versão mais conservadora do Manchester City - clube para muitos candidato ao máximo troféu europeu - foi incapaz de reacionar diante de um 3-4-3 móvel e asfixiante do Napoli. Como antes, diante do Bayern Munchen e até mesmo frente aos napolitanos em casa. O Chelsea de Villas-Boas tem tentado apostar num 4-3-3 que na Europa acabou, em momentos, por ser vulgarizado por uma versão mais fluida e acutilante tanto por Valencia como por Leverkusen. E no caso do Manchester United a realidade bateu à porta de um sir Alex Ferguson, habituado a tratar com pouco interesse uma fase de grupos que antes era apenas um trâmite. Frente ao Basileia e Benfica, em Old Trafford, a péssima exibição do sector defensivo facilitou os dois empates consentidos. Fora de portas a incapacidade de criar jogo num meio-campo lento e previsivel transformaram os duelos em Portugal e na Roménia em verdadeiros suplicios. Salvou-se o Arsenal, talvez por ser um projecto novo e, portanto, mais aberto à mudança, mas que beneficia da mentalidade continental do seu técnico, mas olhando para os cinco jogos disputados é dificil ver nos gunners um candidato sério a chegar às meias-finais.

A realide é desarmante, um 45% de vitórias em 20 jogos de equipas inglesas, a mais baixa percentagem dos últimos 10 anos. E um espelho de uma realidade que sim existiu durante os anos 90 onde, por várias vezes, os ingleses caiam aos pés de equipas mais acessiveis como o IFK Goteborg, Legia Warsawm RCD Lends, Dynamo Kiev, Fiorentina, Basel, Rosenborg ou Spartak Moscow. Numa Premier que então ainda se debatia com os problemas estruturais pós-Taylor, essa era a realidade que hoje parece ter regressado apesar da diferença de orçamentos entre os clubes ingleses e os continentais (salvo Barça e Madrid) seja maior do que nunca.

 

Em 2008 o futebol inglês viveu o apogeu de lograr três semi-finalistas na Champions League. O sucesso do Liverpool três anos antes e a presença do Arsenal na final de 2006 e do próprio Liverpool em 2007 davam a ideia de uma hegemonia clara e facilmente reconhecida. O United, vencedor dessa final totalmente inglesa, voltou em 2009 e 2011 mas numa versão mais pobre, facilmente domada pelo Barcelona de Guardiola. E a performance dos ingleses foi decaindo progressivamente, tanto nos casos de Chelsea e Arsenal como nas presenças, esporádicas, de Liverpool e Tottenham. Este ano, pela primeira vez, há sérias possibilidades do futebol inglês chegar à fase a eliminar com apenas uma equipa em prova. Um cenário que talvez doa menos do que a constatação de uma crua realidade. No panorama actual é muito complicado que um clube inglês possa aspirar a estar em Munique no próximo mês de Maio. As goleadas entre favoritos na Premier atraem os espectadores mas deixam a nu os problemas técnico-tácticos dos principais clubes e a falta de competitividade quando viajam à Europa tem tomado proporções alarmantes. Apesar de manter todos os condimentos de um espectáculo sem igual, à perda de competitividade da Premier League vai, seguramente, unir-se uma perda de prestigio, perda de financiamento e perda de interesse. Já vimos este filme em Itália e sabemos o dificil que é recuperar de um choque tão grande. Os ingleses sempre demonstraram saber reinventar-se mas este desafio parece ser mais sério do que muitos possam imaginar.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 09:30 | link do post | comentar

4 comentários:
De hugomocc a 25 de Novembro de 2011 às 16:42
Viva Miguel,

Pergunto-me se essa não será uma perspectiva demasiado continental sobre a matéria. É que daqui da(s) Ilhas(s) parece que Real, Barcelona (entre outros) são clubes que apesar de endividamentos semelhantes aos dos principais clubes ingleses só não levam com as mesmas críticas da CS porque são possuidos na sua totalidade por sinistros multimilionarios em vez de um grupo de benevolentes associados.

Penso que é nesse pormenor que reside a diferença de tratamento.

Quando daqui a 2-3 anos o Málaga começar a chatear a Firma Vieja quero ver o que irão escrever a Marca e o Mundo Deportivo.

Quanto ao clubes ingleses na Champions, penso que tudo não passa de uma fase. Man United e Chelsea só dependem de si para atingir a fase seguinte. 3 rm 4 não é mau.

Sem dúvida que há um retrocesso em comparação ao periodo de 2005-2009 mas um sorteio favorável pode levar 2 equipas inglesas às meias-finais.

Acho que ainda é um pouco cedo para se chorar o defunto. Não vá ele levantar-se da cova que lhe fizeram antecipadamente.

Abraços

Hugo

P.S.: Seria interessante ver um quadro com o nível de endividamento dos clubes mais ricos da Europa. Claro que no top 10 metade ou mais seriam Ingleses, mas isso deve-se aos brutais contratos de TV Rights negociados pela Premier League

P.P.S.: Também não se fala muito do investimento da Adidas no Bayern Munique e da rechonchuda carteira de Berlusconi no Milan.


De Miguel Lourenço Pereira a 25 de Novembro de 2011 às 20:22
Hugo,

Naturalmente a perspectiva insular será diferente porque Madrid e Barcelona têm uns niveis de endividamento brutais e o fenómeno árabe já chegou a Espanha (Malaga) e França (PSG) e isso passará factura no futuro.

O grande problema está na situação financeira dos clubes de médio nivel como o Everton, Aston Villa, Blackburn ou Newcastle, responsáveis por um certo equilibrio que começa a desfazer-se diante dos nossos olhos. São projectos no limite do vermelho e sem a capacidade de financiação dos grandes. O Arsenal passa por um periodo normal para quem investiu forte no futuro e Tottenham e Liverpool pensam fazer o mesmo. O caso de United, Chelsea e City é mais futebolistico que financeiro. Nenhuma das equipas convence verdadeiramente.

Se o Utd habitualmente é assim já o City - pelo conservadorismo excessivo de um técnico com um péssimo CV na UCL - e o Chelsea futebolisticamente estão ainda longe de Bayern, Real e Barcelona, quando os orçamentos deveriam perspectivar outra realidade. E o problema começa a estar nesse estagnamento táctico, nessa falta de renovação de jogadores de top (exceptuando a aposta made in Spain com Mata, Aguero, Silva e Torres) e, sobretudo, nessa diferenciação entre o nivel na PL e na UCL que não se assiste nos grandes do Velho Continente, mais equilibrados em ambas as provas.

Claro que a final pode aindar ser Chelsea-United (o City tem-no muito complicado) mas os sinais estão aí como estavam em 2003 para o Calcio (e no entanto a final foi Juve-Milan) e viu-se o que se passou.

um abraço


De David Pereira a 26 de Novembro de 2011 às 11:44
Boas!

Devo dizer que gosto imenso deste blogue!

Podem adicionar os meus aos vossos links? Eu prometo que retribuo :p

http://davidjosepereira.blogspot.com/

Saudosos cumprimentos!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Novembro de 2011 às 10:30
Olá David,

Parabens pelo seu blog.

um abraço


Comentar post

.O Autor

Miguel Lourenço Pereira

Novembro 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30


Ultimas Actualizações

Toni Kroos, el Maestro In...

Portugal, começar de novo...

O circo português

Porta de entrada a outro ...

Os génios malditos alemãe...

Últimos Comentários
Thank you for some other informative web site. Whe...
Só espero que os Merengues consigam levar a melhor...
O Universo do Desporto é um projeto com quase cinc...
ManostaxxGerador Automatico de ideias para topicos...
ManostaxxSaiba onde estão os seus filhos, esposo/a...
Posts mais comentados
69 comentários
64 comentários
47 comentários
arquivos

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

.Em Destaque


UEFA Champions League

UEFA Europe League

Liga Sagres

Premier League

La Liga

Serie A

Bundesliga

Ligue 1
.Do Autor
Cinema
.Blogs Futebol
4-4-2
4-3-3
Brigada Azul
Busca Talentos
Catenaccio
Descubre Promesas
Desporto e Lazer Online
El Enganche
El Fichaje Estrella
Finta e Remate
Futebol Artte
Futebolar
Futebolês
Futebol Finance
Futebol PT
Futebol Total
Jogo de Área
Jogo Directo
Las Claves de Johan Cruyff
Lateral Esquerdo
Livre Indirecto
Ojeador Internacional
Olheiros.net
Olheiros Ao Serviço
O Mais Credível
Perlas del Futbol
Planeta de Futebol
Portistas de Bancada
Porto em Formação
Primeiro Toque
Reflexão Portista
Relvado
Treinador de Futebol
Ze do Boné
Zero Zero

Outros Blogs...

A Flauta Mágica
A Cidade Surpreendente
Avesso dos Ponteiros
Despertar da Mente
E Deus Criou a Mulher
Renovar o Porto
My SenSeS
.Futebol Nacional

ORGANISMOS
Federeção Portuguesa Futebol
APAF
ANTF
Sindicato Jogadores

CLUBES
Futebol Clube do Porto
Sporting CP
SL Benfica
SC Braga
Nacional Madeira
Maritimo SC
Vitória SC
Leixões
Vitoria Setúbal
Paços de Ferreira
União de Leiria
Olhanense
Académica Coimbra
Belenenses
Naval 1 de Maio
Rio Ave
.Imprensa

IMPRENSA PORTUGUESA DESPORTIVA
O Jogo
A Bola
Record
Infordesporto
Mais Futebol

IMPRENSA PORTUGUESA GENERALISTA
Publico
Jornal de Noticias
Diario de Noticias

TV PORTUGUESA
RTP
SIC
TVI
Sport TV
Golo TV

RADIOS PORTUGUESAS
TSF
Rádio Renascença
Antena 1


INGLATERRA
Times
Evening Standard
World Soccer
BBC
Sky News
ITV
Manchester United Live Stream

FRANÇA
France Football
Onze
L´Equipe
Le Monde
Liberation

ITALIA
Gazzeta dello Sport
Corriere dello Sport

ESPANHA
Marca
As
Mundo Deportivo
Sport
El Mundo
El Pais
La Vanguardia
Don Balon

ALEMANHA
Kicker

BRASIL
Globo
Gazeta Esportiva
Categorias

a gloriosa era dos managers

a historia dos mundiais

adeptos

africa

alemanha

america do sul

analise

argentina

artistas

balon d´or

barcelona

bayern munchen

biografias

bota de ouro

braga

brasileirão

bundesliga

calcio

can

champions league

colaboraçoes

copa america

corrupção

curiosidades

defesas

dinamarca

economia

em jogo

entrevistas

equipamentos

eredevise

espanha

euro 2008

euro 2012

euro sub21

euro2016

europe league

europeus

extremos

fc porto

fifa

fifa award

finanças

formação

futebol internacional

futebol magazine

futebol nacional

futebol portugues

goleadores

guarda-redes

historia

historicos

jovens promessas

la liga

liga belga

liga escocesa

liga espanhola

liga europa

liga sagres

liga ucraniana

liga vitalis

ligas europeias

ligue 1

livros

manchester united

medios

mercado

mundiais

mundial 2010

mundial 2014

mundial 2018/2022

mundial de clubes

mundial sub-20

noites europeias

nostalgia

obituário

onze do ano

opinião

polemica

politica

portugal

premier league

premios

real madrid

santuários

seleção

selecções

serie a

sl benfica

sociedade

south africa stop

sporting

taça confederações

taça portugal

taça uefa

tactica

treinadores

treino

ucrania

uefa

todas as tags

subscrever feeds