Guarda Redes
Hugo Lloris
Apesar do Lyon ter estado, um ano mais, por debaixo das expectativas, o jovem Hugo Lloris, esteve, uma vez mais, ao seu máximo nivel. O guardião dos “Gonnes” confirmou o seu estatuto de referência dentro do Olympique e melhorou alguns dos seus defeitos por pulir, como o jogo com os pés e os cruzamentos para a área. Não foi ele, certamente, que o Lyon falhou o assalto ao ceptro.
Outros: Mickael Landreu foi o guardião do titulo, determinante a segurar muitos pontos para o Lille nos momentos mais apertados, numa especie de segunda juventude inesperada. Steve Mandanda continuou a exibir-se igualmente em boa forma ao serviço do Marseille mas ainda se nota que está um furo por debaixo de Lloris.
Defesas Laterais
Taiwo e Coulibaly
Dono e sonhor do corredor esquerdo do Velodrome, o nigeriano Taiwo foi um dos jogadores mais em forma durante toda a temporada. A sua transferência para o AC Milan espelha bem a forma como o lateral cresceu ao largo dos últimos anos ao serviço do conjunto da Cote D´Azur, com golos e assistências chave. Em Auxerre um dos nomes mais em forma durante o ano foi Adama Coulibaly. O jogador do Mali foi o único a salvar-se numa época deprimente de uma equipa que no ano passado sonhou até tarde com um titulo que poderia ter sido histórico.
Outros: Depois de brilhar ao serviço do Lorient o lateral Christophe Jallet continua a consagrar-se como um lateral de excepção ao serviço do PSG. Uma época regular e séria que lhe valeu também ser pré-convocado por Laurent Blanc. Do outro lado da defesa, Ali Cissokho voltou a ser um dos elementos mais constantes do Lyon, o mais seguro do sector defensivo e um dos poucos que se salvou de uma época cinzenta e atipica.
Defesas Centrais
Sakho e Varane
São o futuro do futebol francês e não é muito complicado imaginá-los nos próximos anos a liderar a defesa dos Bleus. Sakho confirmou este ano ao serviço do PSG todo o potencial que tinha feito dele um nome obrigatório a seguir. Entre lateral e central direito foi uma figura fixa no onze do conjunto parisino e um dos elementos mais jovens de uma equipa profundamente envelhecida. Varane despontou ao serviço do despromovido Lens mas a sua época extraordinária (onde actuou também a médio defensivo) não passará ao lado dos principais olheiros dos tubarões europeus.
Outros: Rodi Fanni arrancou a época ao serviço de Rennes mas em Dezembro mudou-se de armas e bagagens para Marselha onde acompanhou o argentino Gabriel Heinze no eixo da defesa. Ambos formaram uma dupla temivel reforçando a corrida – falhada – dos marselheses ao titulo. Adil Rami foi um dos elementos mais destacados da defesa do campeão Lille e aos 26 anos prepara-se para dar o salto para um grande da Europa, o Valencia espanhol.
Médios
Martin e Lucho
Se Lucho continua a ser o patrão, por excelência, do bom jogo do Marseille, o jovem Marvin Martin é, sem dúvida, a grande revelação da temporada. Ao serviço do modesto Sochaux, o médio criativo parisino demonstrou todo o seu potencial levando a equipa da fábrica Peugeot aos lugares europeus. O seu futuro está, certamente, bem longe de Sochaux. Ao seu lado neste onze um jogador insubstituivel, Lucho Gonzalez. O médio do Olympique voltou a execer de lider e general de um conjunto que faz da organização a sua melhor arma.
Outros: Em Lille vive um actor secundário de respeito, Yohann Cabaye. O médio é o sócio perfeito de Hazard e o fiel de balança no equilibrio defensivo dos nortenhos de Garcia. Em Rennes, o destaque foi para o trabalho criativo de Sylvan Marveaux e a tremenda solidez defensiva de Yann Mvilla. Ambos contribuiram para uma das melhores épocas do Stade Rennais e ajudaram a representar a solidez do projecto de formação do clube bretão.
Extremos
Gervinho e Mounier
A velocidade e explosão do costa-marfilense Gervinho foi uma das armas preferidas de Rudi Garcia para desatascar os jogos mais complicado. O extremo direito apontou 14 golos durante todo o torneio e foi um dos reis de assistências da competição realizando, talvez, a sua época mais completa de sempre desde que chegou ao Lille. No lado oposto a grande revelação do torneio foi Antoine Mounier. Só Martin deu mais passes para golo do que o jovem do Nice, filho das escolas de formação do Lyon. Rápido e profundamente vertical, o talento de Mounier há muito que estava detectado pelos principais scouts mas até agora nenhuma época tinha plasmado de forma tão evidente todo o seu potencial.
Outros: Em Sochaux mora também a rapidez e incisão de Ryan Boudebouz, hábil extremo que levantou imensa polémica quando anunciou que preferia representar a selecção da Argélia à francesa. Em Saint-Ettiene o destaque vai todo para Dimitri Payet que, depois de dois anos de muitas promessas, finalmente se converteu no extremo determinante que tanto anunciava na selecção sub-17 gaulesa. Nota final para a confirmação definitiva de Ayew, uma das surpresas do Mundial da África do Sul, que em Marselha encontrou o seu espaço para explorar o seu futebol em quinta velocidade.
Avançado
Hazard e Sow
A dupla que definiu toda a temporada na Ligue 1, uma associação que entrará para a história do torneio. Eden Hazard criou, Moussa Sow concretizou. O médio ofensivo belga e o dianteiro senegalês foram o esteio em que se montou a festa do titulo “lilleois” ao mesmo tempo que se afirmavam como as duas grandes invidiualidades da temporada. 25 golos para Sow, 15 assistências de Hazard, registos de primeiro nivel para uma dupla que vive já com a cobiça dos grandes da Europa, bem atentos à espantosa época do clube nortenho.
Outros: Em Marselha o Olympique continua a viver, e muito, da inspiração de um Mathieu Valbuena, que renasceu para o futebol com uma equipa bem montada à sua volta. O médio ofensivo gaulês encontrou em Ayew e Remy dois parceiros de luxo e manteve os azuis na corrida pelo titulo até ao fim. Em Lorient o luso-francês Kevin Gameiro confirmou as boas indicações deixadas na época passada voltando a marcar 22 golos, disputando até ao último dia o prémio de melhor marcador com Sow. A sua saída será um golpe duro para o modesto conjunto atlântico. Em Lyon, depois de um ano negro, as expectativas voltaram a não ser cumpridas mas não foi pelo notável trabalho do argentino Lisandro Lopez, que com os seus golos (17 em total) e assistências, manteve os “Gonnes” na rota da Champions League.
Treinador
Rudi Garcia
Desde há vários anos para cá que Rudi Garcia dava sinais de estar a preparar uma equipa em Lille disposta a desafiar os habituais senhores da Ligue 1. Durante três anos manteve-se sempre à porta dos lugares da frente, falhando o assalto por este ou aquele motivo. Mas Garcia encontrou, finalmente, a fórmula certa. Com os golos de Saw, o talento de Hazard, o trabalho cerebral de Cabaye e a segurança de Landreau e companhia, o Lille reconquistou um titulo histórico que não lograva desde os anos 50. Uma vitória surpreendente, depois do dinheiro investido por Marseille, PSG e Lyon, e que exemplifica bem o que sucede quando uma direcção mantém a confiança no seu treinador durante um largo periodo de tempo.
Outros: Didier Deschamps falhou a revalidação do titulo mas, mesmo assim, voltou a montar uma equipa sólida e altamente competitiva em Marseille. O ataque ao titulo durou até às jornadas finais e só então o Olympique atirou a toalha ao chão. Em Paris começam a acreditar que o PSG de Antoine Kombouaré pode voltar, mais depressa do que se imagina, à luta pelos titulos. Final da Taça e qualificação europeia cedo confirmada avalam o trabalho do técnico gaulês.