Quarta-feira, 27 de Abril de 2011

É mais do que uma doce ironia que a equipa por todos aplaudida como a referência do futebol europeu tenha aberto caminho para a glória europeia graças a tudo menos ao seu jogo de toque. A vergonhosa exibição arbitral no Santiago Bernabeu não definiu apenas a primeira-mão. Não condicionou totalmente a segunda mão. É mais do que isso. A UEFA mandou claramente a sua mensagem. Este Barça é, verdadeiramente, intocável!

José Mourinho lembrou Stanford Bridge. E com razão. Mal imaginava ele (ou talvez não) o que lhe esperava.

O mundo do futebol, entregue á calculada - até nisto - explosão de raiva de Pep Guardiola, passou ao lado a polémica decisão arbitral. Pedro Proença foi deixado de lado pela condição de compatriota do polémico setubalense (o que não impediu que um espanhol estivesse, e muito bem, no outro jogo onde actuaram três compatriotas) e para o seu lugar chegou um dos árbitros mais polémicos e criticados da Bundesliga. Um árbitro que, publicamente, professou a sua admiração pelo Barcelona (uma perigosa novidade que pode criar tendência) e por Messi. Um árbitro com uma péssima avaliação no seu próprio campeonato eleito para o jogo mais escaldante do ano. O critério UEFA voltou a ficar evidente.

A arbitragem de Wolfgang Stark não definiu o jogo. Confirmou essa tendência assustadora que tem o clube catalão de controlar o futebol europeu do campo aos escritórios. Se no relvado o Barcelona é imenso, imenso, fora dele é-o também. E mais quiçá!

Stark inventou uma expulsão certeira. Não só porque sem Pepe o Real Madrid ficou com dez durante uma fatidica meia-hora. Como também condicionou, automaticamente, o jogo da segunda volta. A falta do português sobre Alves existe, é clara e passivel de admonestação. Mas uma expulsão directa e cirúrgica não tem outra explicação possível que não o condicionamento total do clube merengue. Juntando a isso, se mais cabe, Stark decidiu igualmente expulsar Mourinho, voltando a condicionar a segunda ronda e a reacção merengue. Isso num jogo onde os jogadores blaugranas, uma vez mais, puseram e dispuseram passando totalmente ao lado dos comprometedores cartões. Messi, Busquets, Pedro, Villa, Alves, Mascherano, todos eles merecedores de admonestação, algum inclusive de expulsão por acumulação, e todos eles sãos e salvos. Missão cumprida.

 

Não foi uma novidade e em muitos sectores já se adivinhava algo do género.

A ascensão de Guardiola e do seu proclamado Pep Team - uma maravilha da arquitectura futebolistica, repito - começou naquela polémica eliminatória frente ao Chelsea de Guus Hiddink. Um Chelsea ultra-defensiva que soube antecipar o que fariam Inter e Real Madrid nos anos seguintes. E que só caiu depois de um golo nos instantes finais, um verdadeiro tiro no escuro de Iniesta, e depois de várias expulsões e penaltys perdoados com profunda amizade aos jogadores do Barcelona. Uma arbitragem histórica nos anais do futebol europeu que marcou tendência futura ao mesmo tempo que abria a lata de recordes dos culés.

No ano seguinte, uma vez mais, o Barcelona voltou a sentir o apoio da UEFA quando era mais necessário. Nessa altura a expulsão de Thiago Motta depois do enésimo teatro de Sergio Busquets, um notável médio, um péssimo jogador, podia ter feito ao Inter o que a arbitragem de Ovebro fizera ao Chelsea. Mas a vantagem do Inter era real e providencial e nem um golo, outra vez, nos suspiros finais, impediu os italianos de quebrar um enguiço histórico. Mas ficou o aviso, a tendência não ia mudar. Em 2011 o Arsenal sentiu-o na pele quando Robbie van Persie sofreu o vermelho mais ridículo da história da competição quando ambas as equipas lutavam taco a taco por um lugar nos quartos de final. E depois de massacrar brilhantemente o Shaktar Donetsk a noite de Madrid que relembrará as aziagas arbitragens de Leaf e Ellis, os árbitros ingleses que a UEFA designou em 1961 para terminar com o reinado de Di Stefano e companhia nos palcos europeus. Entre essa noite e esta, 50 anos depois, muito passou. Mas o resultado acaba por ser o mesmo. Contra 10, e uma equipa moralmente desmotivada, o Barcelona matou o jogo com dois golos excelentes de Leo Messi, até então desaparecido da ribalta. E matou a eliminatória de forma contundente. Particularmente porque o próximo jogo está assegurado de antemão, afinal é preciso fazer as coisas bem. Irónico é que os admiradores confessos desta equipa que a catalogam com uma facilidade insultante como a melhor de todos os tempos se encolham quando lembrados que a mesma formação que desenvolve o tiqui-taca com equipas mais humildes ou, digamos, tacticamente menos preparadas, seja incapaz de marcar nos jogos importantes enquanto a sombra não entra em acção. Foi assim em 2009, foi assim em 2010 e voltou a ser assim em 2011. Sempre com rivais distintos, sempre com o mesmo padrão de comportamento. Coincidências assim, puramente, não existem.

 

O Barcelona continua a ser uma grande equipa, com a bola nos pés a melhor do Mundo e uma das mais entusiasmantes de sempre. Mas cada vitória ganha desta forma lança uma profunda sombra sobre o seu real valor. Nenhuma meia-final da máxima prova europeia acabou sem polémica e os blaugrana acabam por ser, tristemente, os protagonistas. A expulsão de Pinto, ao intervalo, mostra o estado de espírito dos seus jogadores. A atitude dos colegas no terreno de jogo, a quem tudo é permitido, com uma reverência quase tocante, não deixa margem para dúvidas. O cinismo do Pep Team é proporcional ao talento dos seus artistas. E quando a balança está desnivelada, dentro e fora de campo, o futebol deixa de ser uma competição e passa a ser muito pouco. A história tratará de o comprovar, como sempre faz... 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 21:30 | link do post | comentar

69 comentários:
De DC a 27 de Abril de 2011 às 22:16
E todo este texto se resume numa palavra: AZIA!
Eu bem disse que com um arbitro a serio o Pepe ia arder. Ele que experimente jogar a bola de vez em quando que se calhar nao eh expulso.
E voce ainda diz que nao tem odio ao Barça lol ao dizer que o Barça merecia mais amarelos e esquecer-se convenientemente da entrada para vermelho do Marcelo (sim, ele olha para o Pedro antes de o calcar), da entrada do Adebayor e das inumeras faltas de Xabi, Diarra ou Arbeloa a cortar contra-ataques sem levar nada.
Ja para nao falar no numero de livres inventados pelo Di Maria tendo um deles dado um injusto amarelo ao Dani.
O Barça eh melhor, deal with it! O resto nao passa de AZIA!


De DC a 27 de Abril de 2011 às 22:19
e ja agora ainda se torna mais ridiculo quando critica a arbitragem contra um Inter que marca um golo em fora de jogo, outro com falta no inicio sobre o Messi e ve perdoado um penalti do tamanho do Camp Nou sobre o Dani Alves.
E o Motta agride CLARAMENTE o Sergio.
Este texto tresanda a AZIA!!!


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 22:27
DC,

Realmente, não vemos os mesmos jogos, a teoria da relatividade do Einstein faz mesmo todo o sentido. Tudo é relativo, até o ar que respiramos...


De DC a 27 de Abril de 2011 às 22:33
isso eh evidente mas escusa de ter medo de ser factual. se tiver tempo e vontade analise lance a lance o jogo. veja quantos contra-ataques o Real parou com faltas que nao levaram amarelo.
E se quer falar de arbitragens passadas tenha a coragem de falar da arbitragem mais vergonhosa da epoca passada e que deu uma Champions ao Inter. Essa nao tem a ver com opiniao porque os erros sao FACTOS!
se o Barça fosse equipa de andar a chorar em vez de demonstar que eh melhor em campo nao mais se tinha calado. Ou poderia referir que antes da arbitragem em que eh beneficiado com o Chelsea houve uma 1a mao onde ficam 2 penaltis claros sobre o Eto'o por marcar. Mas isso nao convem colocar num texto de total ataque e raiva contra o Barça, nao convem dizer que em casa o Real teve 25% de posse de bola, nao convem dizer que nao teve uma unica ocasiao de golo... malha-se nos arbitros! Faz lembrar o Benfica!


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 22:46
DC,

Aqui não há medos, digo e repito, não sou do Real Madrid nem ganho a vida com isto, pelo que tenho mais liberdade do que se possa imaginar. Medo há, ás vezes, de contrariar a tendência, mas isso é outra coisa.

Não vi essas ajudas arbitrais ao Inter mas podem ter existido porque neste mundo parece que como tudo é relativo, então tudo é, á sua forma, surreal. O que aqui falo é de uma tendência clara de 4 anos com vários rivais e um só referente, isso não é factual que chegue? Ou é pura coincidência? Se calhar é!

Mas numa coisa estou a favor, mudemos as regras que já é hora de evoluir. Para quê golos, se parece que, hoje em dia, a posse de bola é que conta. A partir de agora quem acabe o jogo com mais posse de bola deveria ser declarado vencedor, parece-me mais justo e acalmava toda a gente. Só os que acreditam que o futebol se joga bem de mil formas é que iam ficar chateados mas parece que somos poucos. É pena!

um abraço


De DC a 27 de Abril de 2011 às 23:03
Nao viu? Nao ha problema que eu mostro-lhe
http://www.youtube.com/watch?v=Z9fnaEeZTg4

quanto a posse. nao falemos de posse entao falemos de oportunidades de golo, remates, tudo o mais que queira.
O Real em 4 jogos com o Barça marcou 2 golos, 1 de penalti muito duvidoso e outro num prolongamento graças especialmente a ter uma equipa fisicamente mais forte que o Barça. O Barça vai em 8 golos ao realzinho este ano. Certamente que todos culpa dos arbitros ou da sorte que beneficia um estilo de jogo tao enfadonho e fraco...


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 23:14
DC,

Não é por ser mais insistente que vai ter razão, pelo menos a minha razão. Se o penalty de Marcelo é duvidoso, se o RM tem culpa de ser uma equipa fisicamente apta marcando num jogo em que dominou 60 minutos, se o jogo até á expulsão de Pepe tinha praticamente os mesmos lances de perigo de parte a parte, aliás como sucedeu nos dois encontros prévios, então pronto, tudo bem, não há muito mais a dizer.

O pior não é não ter razão, que a razão é sempre relativa, o pior é o sectorismo que utiliza termos que desprezam rivais e opiniões contrárias. Porque se pode falar de futebol mas só quando existe uma flexibilidade de pensamento.

No futebol todas as eras se sucedem e os adeptos do Barça vivem a sua época de vacas gordos como já viveram e voltarão a viver a de vacas magras, isso é inevitável. Ver o jogo como adepto puramente tem destas coisas, eu gosto de ver o jogo de outra forma. Culpa minha talvez mas não vou entender nunca esta filosofia do "vai ou racha"...

um abraço


De DC a 27 de Abril de 2011 às 23:35
desculpa la Miguel mas neste texto voce viu claramente o jogo como adepto. Justificou o sucesso do Barcelona com arbitragens, apenas e so!
Ate pode nao se aperceber mas em relaçao ao Barça voce nao escreve da mesma forma que escreve sobre outras equipas. Isso eh evidente para qualquer leitor.
Eu sou fa do Barça, admito-o e tenho orgulho disso, mas posso dizer-lhe que tambem sou fa do Mourinho. So que nao sou fa de autocarros. Adoro o Mourinho do Porto e Chelsea, odeio o Mourinho que tem 25% de posse de bola e espera que lhe caia um golo do ceu. Um Mourinho que deixa sentado no banco Kaka, Benzema e Higuain...
Voce gosta do estilo, tudo bem, agora nao justifique as derrotas com o arbitro quando a equipa nem sequer perto de marcar esteve!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 08:57
DC,

Eu como adepto vejo jogos do meu clube e ás vezes nem isso. Nunca suportei os favores arbitrais que pautaram muitos episódios da história do Real Madrid (ou da Juventus, para dar outro exemplo) nem gosto que o futebol do campo seja condicionado por elementos externos, sejam sheiks arabes, delegados da UEFA ou imbecis de cabeça rapada.

Se ler o historial deste blog lerá artigos totalmente insuspeitos relativamente ao Barça, a Guardiola, a Messi, a Xavi, a Iniesta, a Pique...eu pedi duas vezes o Ballon D´Or a Xavi. Eu "elegi" Guardiola como Homem do Ano em 2009, eu vibrei com a final de Roma e emocionei-me com as lágrimas depois de ganhar o Mundial de Clubes. A minha primeira camisola foi do Barça do Dream Team e quem me conhece sabe o que me liga ao clube blaugrana. Por isso contra o Barcelona FC não tenho nada. Contra clubes que ganham para lá do jogo, sejam eles quais forem, terei sempre muito. E por muito bem que jogue o Barça, ainda não vi uma eliminatória chave na Europa nestes 3 anos totalmente limpa, sem polémica e sem a balança a pender para o mesmo lado.

Eu sei perfeitamente como joga o Madrid e sei que não é bonito. Não direi nunca que o é. Não gosto é de verdades absolutas que dizem que é feio. É diferente, é outro estilo (talvez mais britânico onde a bola sempre importou menos que o espaço) e é mais eficaz que espectacular. Mas não é anti-futebol e detesto cruzadas injustas seja contra quem forem. Eu teria jogado com Kaká ou Higuain, eu pessoalmente sim. E tentaria circular mais a bola, nem que fosse no meu meio-campo. Pessoalmente sim. E tentaria ser mais eficaz à frente onde o monopolio de Cristiano Ronaldo nos lances de bola parada cria mais desconcerto que eficácia. Mas esse sou eu, e eu não sou treinador do Real Madrid. Nem eu digo a Guardiola como deve jogar, nem a Ferguson, nem a Ancelloti, nem a Mourinho. Limito-me a estudar o que fazem, a analisar as opções que eles tomaram e a reflexionar sobre isso.

O Madrid não merecia ganhar aquele jogo mesmo com 11. Mas o Barcelona também não porque ter a bola e fazê-la circular, só por si, para mim não é suficiente. Até ao minuto 60 havia, sensivelmente, as mesmas oportunidades, particularmente em proporção à posse de bola. A ocupação do espaço para uns é primordial e a bola é secundária, para outros é o oposto. Quando as duas técnicas se enfrentam não se pode exigir o mesmo às mesmas. A mim preocupa-me que o Arsenal nao remate uma vez no Camp Nou porque é uma equipa de posse, de ataque. Quando uma equipa não o é não posso esperar o mesmo.

Gosto muito de discutir as ideias consigo, é um debate interessante, mas querer confundir os conceitos e querer que todos joguem igual é que não, não é possivel. Estragava a magia do jogo onde duas equipas, com as suas especificidades procuram um mesmo objectivo ;-)

um abraço


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 22:26
DC,

Há grandes equipas e equipas grandes e há conceitos de futebol e conceitos de futebol. Vencer desta forma é indignante de uma grande equipa e acreditar que a expulsão de Pepe é merecida (ou a de Marcelo, Adebayor e afins) e esquecer-se de tudo o que fizeram os grandes jogadores do Barça é, puramente, sectarismo.

Tem todo o direito em ser pro-Barça, cada um fica com a sua consciência, eu não sou treinador nem presidente do Real Madrid, não tenho de lidar com nada. Simplesmente durmo de forma tranquila sabendo que quando vejo palhaços sei que fui ao circo e não a um jogo de futebol.

No meio do "forofismo" pouco mais a dizer, as posições serão sempre dispares, mas aqui, por favor, sem insultar, porque tentamos ter o nivel um pouco mais acima do que as arbitragens da UEFA.

Um abraço


De 10A a 27 de Abril de 2011 às 22:20
A choraminguice de Guardiola nos últimos tempos foi um sinal claro de que ele tinha vontade de ter o aconchego de uma mão amiga. O apitador fez-lhe a vontade e não via faltas que não fossem dos homens de branco, aliás, no segundo golo de Messi foi muito mais evidente o medo dos jogadores do Real em meter o pé do que propriamente uma jogada genial.
De facto, a expulsão de Pepe parece claramente encomendada e é lamentável que, mais uma vez, se condicione a verdade desportiva de uma forma tão despudorada.


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 22:30
10A,

Totalmente de acordo, o lance do segundo golo pauta-se pelo ritmo dos amarelados e amedrantodas jogadores do Real Madrid face á grande corrida do Messi, nesse lance genial. Mas no resto do encontro, como nos outros dois, como nos ultimos anos nas meias-finais, um fantasma. É curioso que poucos se lembram disso.

A expulsão do Pepe não foi só encomendada, foi um reflexo de uma tendência que vai muito para lá do Real Madrid vs Barcelona, é uma questão que afecta o Barça essencialmente porque os rivais mudam mas os comportamentos mantêm-se claros. O Barcelona começou o jogo com mais dureza, durante o jogo fez muitas faltas, muita fita e nunca, em nenhum momento, sofreu o rigor arbitral. E isso diz muito.

O discurso de Guardiola foi extremamente preparado, nada emotivo como se possa pensar, e ajudou. Ai se ajudou ;-)

um abraço


De DC a 27 de Abril de 2011 às 22:36
Fantasma? estara a falar do CRZERO??? O melhor marcador de livres para a bancada do mundo?
Eh que se for do Messi lembre-se da abertura brutal para o Xavi por exemplo, o que frente a um autocarro de 2 andares com 25% de posse de bola nao e nada mau diria.
Quanto a justificar o 2º golo com os amarelos so tenho uma palavra:LOL!


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 22:42
DC,

Bem vindo de volta.

Não falei no Ronaldo, completamente ausente do jogo, falei do Messi. Não sei que necessidade há, deve ser pela pressão mediática, de sacar um quando se fala de outro, mas pronto.

Quanto ao Messi digo e repito. É um jogador do outro mundo, fantástico a todos os niveis e evolucionou muito nos últimos 2 anos. Mas nas meias-finais da Champions League que o vi disputar pura e simplesmente desapareceu sempre do mapa. Contra o Man Utd, contra o Chelsea, contra o Inter e hoje também. Na primeira parte não existiu e no segundo tempo, mais solto, esteve melhor mas, mesmo assim só se viu verdadeiramente contra 10. Que tem o seu mérito, certamente, e o segundo golo é excelente, já o disse, mas para o melhor de todos os tempos, como se diz, é bastante pouco!

um abraço


De Pedro Maia a 28 de Abril de 2011 às 01:22
Miguel,

Sigo de perto o que se escreve neste blog. Muitas vezes em silêncio, uma ou outra vez interventivo. Inevitavelmente para falar do Barça .

Não vou entrar pela questão de que tudo é relativo e o gosto de uns não é o de outros. Isto está gasto e não vale a pena.

O que acho estranho é falar-se aqui, agora neste blog, tanto mas tanto de arbitragens! É incrível. E este último texto é de mais. Que propaganda inacreditável trazendo à baila lances de penaltis e faltas que supostamente ajudaram o Barça . O DC já fez a defesa lembrando e mostrando o "outro" lado das coisas. Estas teorias das arbitragens são ridículas . Nem o Real nem o Barça . precisam disto.

O Mourinho que "cresça" e monte outra estratégia. Esta está "gasta" Agora no Real tem jogadores para muito mais do que uma simples abordagem redutoramente defensiva e de contra-ataque, e bolas paradas. Cada um gosta do que gosta, mas de certeza, e não acredito mesmo que jogadores e adeptos do Real estejam contentes com o estilo de jogo que repetidamente apresentam contra o Barcelona. Esperar o erro, correr, desgaste, fechar, grande pressão, saídas rápidas e directas. Mas isto é pouco, muito pouco.

Porque o verdadeiro desafio do Real é contra o Barça . e vice-versa e o resto é conversa. Deixemo-nos de mitologias bacocas, o Barça . tem estilo e assinatura próprias, ambição e é sempre mandão. E ganha. E conquista títulos. Dói, claro que dói. Porque os Sacchis e Mourinhos e Capellos não estavam habituados a este dado novo. Jogar cosmicamente e GANHAR! Os outros Barça . também deliciavam mas perdiam mais.

Messi falha nos grandes jogos? Devido a grandes exibições de trincos e defesas? Também pode ser verdade. Mas vimos hoje que ele está lá sempre. Umas vezes não se vê, outras aparece, ILUMINADO! O que fez é pouco? Só conseguiu´marcar com espaços após a expulsão de Pepe ? Mas por ser o melhor do mundo tem que marcar 5 golos ao Real e fintar toda a equipa? O que fez Ronaldo?
Tem que haver contextualização e percepção da dimensão e detalhes de cada jogo bem como da performance continuada de cada jogador. Ninguém faz mais do que ele na actualidade.

No fim foi um filme de sonho! Pepe e Mourinho expulsos a espumar de raiva e a chorar como sempre queixando-se do árbitro. Guardiola e o Barça . a vibrar. Messi a marcar dois, o segundo MAGISTRAL. Ronaldo, uma nulidade!
E agora na segunda mão, Mourinho longe do banco está num beco sem saída. Vai ter que entrar para "atacar" FINALMENTE! Sim porque todas as equipas Chelsea , Inter , Real) elogiadas pela suposta estratégia tacticamente perfeita para parar o Barça . nunca abordaram os jogos na perspectiva de atacar, mas sempre na defensiva, no contra-golpe . Agora sim, é que vamos ver!!!!
Mourinho se destapa demasiado pode ter novo pesadelo arriscando-se a ser de novo humilhado. Aguardemos, portanto!

Abraço

Pedro


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 08:33
Bom dia Pedro,

Bem vindo de volta, como sempre. Se há coisa do que eu gosto é de poder partilhar ideias mesmo com quem pensa na direcção diametralmente oposta. É o que faz deste blog um espaço mais rico.

Relativamente ao que aponta posso dividir em dois pontos. As arbitragens são um dos elementos circunstanciais e variáveis de um jogo. Podem ser boas, más, regulares, decisivas ou inconsequentes. Da China ao Brasil. Uma arbitragem isolada é uma coisa. Uma tendência arbitral é outra. No EJ não se fala muito de árbitros porque entendo que há coisas mais importantes e interessantes de que falar. Mas ela está lá, não sou um romântico que acredita que se o árbitro benificia um lado (seja qual for) o outro se tem de limitar a marcar mais um golo para equilibrar. Isso é naif, bonito mas naif.

A tendência à volta deste Barcelona existe e é palpável. O Real Madrid não se pode queixar porque também já viveu uma era onde tudo, aparentemente, lhes era permitido. Mourinho também já teve ajudas arbitrais nas suas diferentes etapas. Acho que todos os clubes grandes do futebol o podem dizer. Mas a mim preocupa-me esta tendência. Porque o Barça é o melhor esteticamente, porque tem alguns dos melhores jogadores e porque tem um grande treinador. Ou seja, porque não precisa disto. E sempre que está num aperto, aparece a "cavalaria". Não é preciso ganhar 10 Champions League para ser uma grande equipa, o Barça já o é, dentro do seu estilo que é, aparentemente consensual, o mais espectacular. Isso pode discutir-se. O que não consigo discutir é que uma equipa tão boa seja tantas vezes e sempre no mesmo palco uma equipa com jogadores que levam uma falta no tornozelo e agarram-se à cara, que rebolam no chão como se tivessem sido atropelados, que provoquem cenas como as de Pinto no intervalo (ou Busquets em Copenhague), que simulem faltas, que apertem o árbitro como um pelotão de fuzilamente e que tudo isso passe ao lado.

O Madrid é defensivo, claro que é. É uma equipa com potencial para outro estilo de jogo que agradaria muito mais às massas e com jogadores suficientes para tentar jogar de tu a tu. Claro que é. E tem essa fama de duro bem merecida. Mas o que faz às claras vê-se, pune-se e critica-se. Já com o Barcelona, que faz exactamente as mesmas cenas, tudo é perdoado. Não me parece justo.

Quanto à questão futebolistica, nada a dizer. Messi é um grande jogador mas, como sucede com a Argentina, sem poder de associação perde muito. O segundo golo é fabuloso, o primeiro é de uma imensa esperteza. Mas só quando tem espaço é que realmente aparece. E o futebol é atacar e defender. Mais completo que Ronaldo? No ultimo ano e meio sim, algo que se nota particularmente pelo entorno que o respeita e apoia, o que é sempre importante. Que o Barça tem estilo é lógico e que morrerá com ele também. Mas o seu estilo não pode ser considerado o santo gral, é um entre muitos, e quando vejo o Pedro a terminar o comentário alinhavando, qual Star Wars, entre o lado negro e branco da Força futebolistica, entramos outra vez na subjectividade pura e dura.

Se o Madrid ganha 3-0 no Camp Nou é a melhor equipa de todos os tempos? Não. É melhor equipa que o Barcelona? No estilo do Barça, nunca. No seu estilo, já o é. Como todos os estilos tem prós e contras e ontem viu-se muito mais os contras que os prós (mesmo até à expulsão). Mas que uns são os bons e outros são os maus, isso não posso comprar. E eu vi o FC Porto, o Chelsea, o Inter e o Madrid a jogarem para atacar. Mas há tiqui-tacas e há tic-tacs, ambas podem atacar à sua maneira e isso diz muito da grandeza deste jogo!

um abraço


De filomeno a 27 de Abril de 2011 às 23:12
El árbitro, nefasto......


De Miguel Lourenço Pereira a 27 de Abril de 2011 às 23:16
Hace unos dias hablaba de Leaf y Ellis...pues eso!


De Tiago a 28 de Abril de 2011 às 01:02
Como disse hoje no artigo anterior a este, vim na busca de um blog que me desse algo mais sobre futebol. Eu tambem vi o jogo, e a expulsão (mal) marcou o jogo, na minha opinião claro. Messi apenas apareceu após a expulsão de pepe, que tal como no jogo anterior esteve encarregue de esconder a magia de messi. As oportunidade de golo na primeira parte foram as mesmas...(a não ser que as duas defesas de valdez não contem por fora de jogo marcado.) A segunda parte começou mais disputada e interessante. Pena que a expulsão surgiu cedo.

Acho também curioso que, quando me enviaram o link deste blog, estava no famoso entre10. Após o meu primeiro comentário sobre o real madrid o mundo (do blog) caiu-me em cima. Penso que a minha boia de "salvação" surgiu pelo autor deste blog (julgo eu).

Este blog parece interessante e imparcial dentro do humanamente possivel, o que me agrada. Mas qual não é o meu espanto quando vejo que os meus "agressores" (DC e Nuno - autor de entre10) se juntaram neste blog "agredindo" de forma vulgar o autor. A minha reacção foi de espanto. Um deja vu. =)

Saudações


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 08:44
Tiago,

Há algum tempo que se pode perceber que há uma verdadeira de legião de fanáticos atrás do Barça. É uma grande equipa e ninguém me pode acusar de dizer o contrário, basta seguir o historial deste blog que começou, precisamente, com a consagração de Roma. Mas há algo profundamente irritante nesta mentalidade de verdades absolutas e indisputáveis. É quase um nazismo de pensamento que dita como se deve agir, que controla as massas e que não permite a diferença sob pena da exclusão social e até moral. Há focos de difusão dessa mentalidade em todos os sitios. O blog que refere, que apenas visito apesar do conhecimento táctico real que existe, é um deles. Estão no seu direito, está claro. Mas faz do debate futebolistico algo mais pobre, seja em que blog for.

Quanto ao desafio em si, o jogo pautou-se pelo mesmo padrão do duelo para a Liga. O Madrid sem Ricardo Carvalho e Khedira perdia na segurança defensiva e isso notou-se. A pressão a meio campo foi mais frouxa, os defesas não subiam a tapar (Albiol e Ramos são muito limitados) e Xavi e Messi tiveram mais espaço. Teria sido o jogo perfeito para Iniesta. Mas, mesmo assim, mesmo com o campo aberto (erro de Valencia), mesmo com a bola nos pés do Barça (como sempre), até ao intervalo foram, praticamente, inofensivos. Uma equipa com 80% de posse de bola inofensiva é uma equipa que falha no seu planteamento. O futebol (ainda) é eficácia.

No segundo tempo, depois do Madrid ter equilibrado o jogo no final da 1 parte, com Ronaldo a ter de vir atrás como não gosta (e não se cansa de o dizer com mau timing, como sempre) surge a expulsão. Que, acredito piamente, estava há muito planeada. Não só porque condiciona um jogo, porque condiciona os dois. A UEFA não brinca nem nunca brincou em serviço. Não sei se entraria Kaká (para mim devia ter sido titular no lugar de Ozil) e Benzema ou Higuain, como se antecipava, mas o 0-0 era um resultado satisfatório face a uma grande equipa e uma eliminatória a duas mãos. Ninguém critica Ferguson por fazer o mesmo face ao Chelsea, mas todos criticam Mourinho por fazê-lo contra o Barça.

Agora já temos o duelo decidido, um Barcelona joga muito melhor no seu estádio e terá muito espaço para o seu jogo de entre linhas. O Real Madrid superou as expectativas e mostrou que tem de ser mais regular internamente e mais influente externamente se quer mais do que uma Copa del Rey. O futebol também é assim.

um abraço


De DC a 28 de Abril de 2011 às 10:14
Vires para aqui tentar uma escapatória da discussão do entre 10 só te fica mal.
1º eu não agredi ninguém, disse que me parecia que o Miguel estava com azia o que não me parece insulto. Azia é um estado de espírito que pode acontecer a todos. Já se o chamasse de ignorante ou coisas do género aí sim estaria a atacar.
2º O Miguel aliás nestes comentários já disse algumas vezes o que eu te disse no entre10. O Real tem equipa para jogar muito mais, tem jogadores fantásticos e se joga desta forma é porque o Mourinho quer! Acho que é mais do que evidente que uma equipa que deixa Kaká, Benzema e Higuain num jogo destes tem MUITO banco!
Não queiras colar-te aos comentários do Miguel porque apesar de achar que ele esteve muito mal neste texto não me parece que ele vá seguir as tuas ideias tristes de dizer que o Kaká é lento e fraco, o Benzema não tem nível para o Real ou o Ozil ainda não é jogador de topo...


De Tiago a 28 de Abril de 2011 às 15:12
Não estou a tentar qualquer escapatória, aliás desde o meu primeiro post que disse que não sou fã de tal blog.
Acho também curioso te sentires ofendido com o "idiota" quando tu próprio usas este termo de forma tão gratuita.

Mas isto foi apenas um parênteses. Continuo achar que o benzema não é jogador para uma equipa que quer lutar de forma consistente por uma Champions. Continuo a achar que Marcelo tem debilidade defensiva. Continuo a achar que Kaka está longe dos melhores anos, e que está em forma decadente na carreira. Penso que Ozil ainda é jovem e tem que aprender muito. Penso até que mourinho o trocaria (kaka) por um avançado se pudesse... Higuain é um excelente jogador, e gostava que ele tivesse entrado de inicio.

Em relação ao Barelona, os jogadores de topo, não vou dizer que são os melhores do mundo porque isso é muito relativo mas estão com certeza entre os 7 melhores para cada posição. São eles Valdez, Dani Alves, Iniesta, messi, xavi, villa. E com muito potencial Pedro (são fã deste jogador, com joga em vez de fazer teatro).

Cumprimentos


De manuel antonio a 28 de Abril de 2011 às 01:56
pfffffff cada vez que me lembram da meia final com o Chelsea aqui ha uns anos tudo pra mim faz sentido! Foi mil vezes pior do que esta :S
enfim... o Real nao é o Porto, portanto esta nao da pa virar! Mas se der, bem, Mou, fazemos te um altarzinho aqui por casa!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 08:46
Manel,

Os dois jogos contra o Chelsea foram do pior que já se viu nas provas da UEFA e a tendência perigosa que abriu confirma-se ano após ano. Falamos de uma prova controlada totalmente por uma organização que decide as tendências com todas as regras e subregras que pauta a forma como o torneio se desenvolve. Todas as restrições, todos os esquemas, tudo passa por ter o torneio controlado do principio ao fim.

Quando se passa o que se passa o triste é que muitos pensem que "no pasa nada..."

um abraço


De DC a 28 de Abril de 2011 às 10:17
dizer que a UEFA tem a eliminatória controlada quando o Iniesta marca o golo da vitória nos instantes finais é qualquer coisa de fabuloso!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 10:22
DC,

A UEFA não pode marcar pelo Iniesta - um golaço por certo - mas parece-me suficientemente claro que os penaltys e expulsões por assinalar durante 90 minutos deixaram a eliminatória sempre aberta.

um abraço


De DC a 28 de Abril de 2011 às 12:36
Aberta é diferente de controlada. Mas mais uma vez lamento que se resumam conquistas fabulosas a esses erros, sem olhar para os outros jogos (nesse ano o da 1a mão que daria vantagem tranquila ao Barça para ir a Stamford Bridge). É que se admito que nesse jogo realmente o Chelsea foi prejudicado, não consigo perceber por exemplo as críticas a um árbitro que se limita a expulsar um jogador que dá uma cotovelada a outro (esquecendo ainda por cima mais uma vez a vergonhosa exibição da 1a mão).

Ontem nos 1ºs minutos da 2a parte ficou provado que o Barça não é imbatível e não é preciso ter medo. É preciso sim, pressionar alto. Enquanto pressiounou alto sem violência o Real esteve bem no jogo, agora na 1a parte??!! 20% de posse de bola? 0 oportunidades, 0 de jogo e San Iker a brilhar?

Tal como o Arsenal que usando o seu estilo conseguiu vencer em casa no melhor jogo da Champions este ano, mas depois decide meter o autocarro no Camp Nou não fazendo um único remate todo o jogo (o golo foi auto-golo). Não sou crente em nenhuma religião mas acredito na justiça. Querem ganhar? Joguem à bola!!!!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 14:04
DC,

Voltamos ao mesmo, o conceito de "jogar à bola" varia logo essa frase não se pode aplicar sempre da mesma forma. O Arsenal desiludiu-me precisamente porque mudou a sua forma de jogar e foi infiel ao seu estilo. O Real Madrid não o fez, tem é um estilo diferente.

Ontem a pressão do R. Madrid foi ineficaz porque apesar da baixa mediática do Iniesta a perda de Khedira e Carvalho fizeram muito mal aos merengues. Carvalho sabe subir e tapar como poucos e permitia mais soltura a Alonso para trocar a bola e armar e a Pepe e Khedira, mais limpo que Diarra, para pressionar 10 metros mais acima. Sem eles, com os broncos do Albiol e do Diarra, havia mais medo porque não podem oferecer a mesma segurança.

Um abraço


De PTM a 28 de Abril de 2011 às 11:58
Miguel

é a primeira vez que comento, descobri o teu blog à relativamente pouco tempo mas desde então leio-o sempre. há coisas que concordo outras nem tanto (mais por desconhecimento de causa) mas a tua abordagem ao paradigma do futebol do Barcelona é algo em que me revejo.

e falo à vontade disto, sendo um antrimadridista desde sempre, apoiei o Barcelona por aquilo que representava dentro e fora de campo (tenho uma bela camisola vintage do Stoichkov, o jogador que me fez sem Blaugrana). agora custa-me encontrar algum paralelismo entre o barcelona contra poder e o barcelona do poder. (mesmo em termos políticos, a propalada independência da Catalunha me faz impressão, agora que estão bem querem deixar que os fez crescer numa atitude arrogante e pouco solidária)

Esta equipa do Barcelona tem que ser medida com parâmetros muito próprios, acho que nunca vimos um futebol tão rigoroso e tão fiel a si próprio como esta equipa. não compreendo o encanto de se marcar golos de 200 em 200 passes, não me parece que "isso" seja o "futebol", mas nem é por aí que quero entrar.

não compreendo é que ao valorizarem essa abordagem do jogo, coisa que eu não estou contra (são opiniões, eu sempre gostei da selecção de italia, vá-se lá saber porquê) , agora não compreendo o desprezo ou a minimização dos outros sistemas.

temos para nós que o Barcelona é a melhor equipa, actualmente, com a bola nos pés. Porque que carga de água todos os clubes que os defrontam têm, necessariamente, de os bater nessa forma? o bonito do futebol é isso mesmo, não ganha sempre nem a melhor equipa nem a equipa que merece (se bem que a melhor equipa e a que merece, está sempre mais perto de ganhar).

o modelo do Mourinho não é anti-futebol, anti-futebol seria se as duas equipas jogassem dessa mesma forma, sem argumentos para disputar o jogo. o que se passa é que mourinho tenta ganhar o jogo de forma diferente ao "dogma" e isso os acólitos não admitem.

esta bicefalia do futebol espanhol vai ser a sua desgraça, o campeonato já pouco interesse têm e o domínio, impossível de contrariar do Real e do Barça vai nivelar muito por baixo as restantes equipas.

deixo uma pergunta. Se retirarmos o "barcelona" aos jogadores do clube culé quais serão realmente jogadores de nível mundial? para mim só Xavi, Iniesta (para mim o melhor "jogador" do mundo, quer pelo jogo quer pela pessoa) e claro Messi estão a um nível mundial. os outros potenciam o seu valor individual graças à exacerbada colectividade que o barcelona tem. E se estes jogadores nunca saírem deste casulo colectivo, por mim, passam ao lado de uma plena afirmação mundial

Cumprimentos
Pedro


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 12:09
Pedro,

Obrigado pela visita, pela comentário e pelas palavras.

Estamos totalmente de acordo e aliás somos insuspeitos porque a nossa admiração pelo futebol blaugrana começou ao mesmo tempo e pelos mesmos motivos (que grande era Hristo).

Há uma coisa que eu vejo que passa ao lado de comunicação social, bloggers e comentaristas em geral. Nunca vi, honestamente, na vida, uma equipa tão tristemente teatreira como a deste Barça. Busquets, Pedro, Alves e ás vezes ate Messi e Pique são assustadoramente anti-desportivo com as suas mãos na cara, as simulações, a forma como se metem com o rival, a forma como cercam o arbitro em cada decisão (a favor e contra) num estilo que lembra muito o polémico Crazy Gang do Wimbledon dos anos 80. Busquets, Pedro e Alves futebolisticamente são muito bons, mas como jogadores (que inclui outros parametros) são lamentáveis. Tristemente lamentáveis. Isso não quer dizer que no Madrid e noutros clubes esse tipo de jogadores também não existam, porque existem. Mas é que só no Barcelona se predica o fair-play, o purismo, a superioridade e a pureza desportiva que faz de atitudes como a deles uma mancha dificil de tirar.

A questão dogmática, como sabes, já foi muitas vezes debatida. Deve haver tantas formas de jogar futebol como de cozinhar bacalhau e lá porque uns acham que o À Gomes de Sá é delicioso isso não faz os outros pratos menos bons, deliciosos e unicos. O futebol que joga o Barça é legitima mas nem a sua inspiraçao directa, o Ajax, era tão horizontal. Para 8 remates, 400 passes são uma enormidade. Se daí sacamos dois golos, a percentagem de eficácia é tão baixa como equipas que colocam as linhas atrás e esperam. Afinal, como na guerra, só a marcha da cavalaria polaca conta ou o cerrar filas e aguentar a carga das legiões romanas não deram um império?

O Barcelona no que faz é o melhor. O Madrid, no jogo de contra-golpe também. Mas Mourinho sabe que o seu modelo deixa muitos espaços para o ataque do Barça e mudou o sistema, fechando mais o campo. É questionável esteticamente mas pragmaticamente até ao Pepe ser expulso em 2 jogos e meio levava vantagem e isso diz muito de anti-futebol.

Um abraço

PS: O poder do Barcelona na UEFA é imenso e quem o contesta só tem de olhar para a abordagem politica do clube que, com Guardiola (como se viu na press conference) deu um passo mais além para ser "mes que un club". Que forcem a UEFA a fazer o speaker falar em catalão quando esta lingua, por muito legitima que seja, não é uma lingua oficial aceite pela UEFA (nos jogos fora o speaker fala sempre em espanhol) diz muito dessa influência e desse jogo. Salvas as diferenças é o mesmo que ter um Rangers-Arsenal com um speaker escocês e outro inglês com sotaque cockney. Realmente a UEFA sabe bem o que faz!


De DC a 28 de Abril de 2011 às 12:41
faço-lhe um desafio para ver o que são coisas lamentáveis. Reveja o movimento da cabeça do Marcelo ontem antes de calcar o Pedro e o retirar do jogo. Totalmente intencional!!!!


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 14:08
DC,

Nunca me ouvi escrever e dizer que os jogadores do Madrid são anjinhos porque não o são, nem Marcelo, nem Pepe, nem Arbeloa (apesar do teatro imenso do Pedro e do Busquets). Mas nenhum deles anda a anunciar-se como o exemplo da rectidão.

Prefiro canalhas a hipócritas e há grandes canalhas mas só pequenos hipócritas. Os jogadores do Barça, pelo menos os que mencionei, cercam os arbitros, agarram-se à cara, desonram a camisola a cada teatro. E depois mudam a cara e transforma-se em cordeiros. Ao menos os broncos do Real, porque o são, com os do Chelsea, do United, do Inter, são frontais e honestos com o que dizem e com o que fazem.

um abraço


De filomeno a 28 de Abril de 2011 às 14:44
Como decía el gran José María García: UEFA (Unión ESPECULADORA de Fútbol Asociación......)
Abrazo.


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 15:46
Filomeno,

Ayer mas que nunca!

abrazo


De DC a 28 de Abril de 2011 às 12:38
Dani Alves claramente o melhor lateral do mundo, Piqué no mínimo entre os 3 melhores centrais do mundo, enfim...
Villa, Abidal, Valdes, entre outros não têm nível? Por favor deixem de ser facciosos! Eu não gosto do Real mas sei o valor dos seus jogadores!


De PTM a 28 de Abril de 2011 às 13:33
DC

geralmente não respondo argumentos não fundamentados porque simplesmente não gosto de discutir com idiotas, não disse que nenhum jogador do Barcelona era desprovido de classe, disse e repito se for possível retirar o "barcelona" da equação (ou seja o colectivo) a classe dos jogadores do barcelona dilui-se, muito.

repare que a imposição de jogar num colectivo como o barcelona se faz à custa de capacidades que são muito exacerbadas pelo estilo de jogo. Pense no Mascherano, por mim, um dos melhores trincos defensivos do mundo, um dos melhores a equilibrar a equipa em situações de desequilibro defensivo, grande pressing e capacidade de trabalho. o que se passa é que essas situações não existem no jogo do barcelona, raramente se encontra em desequilíbrios e não é necessário terem um jogador que corre km's e que faz dobras porque essa situação não se põe. Busquets é genial porque não necessita correr e é extremamente fiável em situações de posse, basta ver o segundo golo do barca ontem. Agora o busquets fora do sistema do Barca nunca será o mesmo, como não será Pedro e como não é Dani Alves.

Dani Alves não é o melhor lateral do mundo, nem é o titular da sua selecção. lá está "o melhor do mundo" , coisa que me faz impressão


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 14:10
DC,

Pessoalmente, para mim, o Piqué é o melhor central do Mundo, tem um sentido posicional excelente, sabe sair a jogar, domina o jogo áereo, marcação individual impecável...top top player.

O Alves é um grande lateral, um péssimo jogador, dos que decidem jogos mas que não gostaria ter na minha equipa. O Villa é um dos melhores avançados do mundo, sem dúvida e o Valdés também estao no top 5 de guarda-redes. O Abidal teve um bom ano até ao lamentável problema que lhe detectaram, mas é um jogador mediano.

Um abraço


De DC a 28 de Abril de 2011 às 14:25
ao de cima não vou responder já que partiu imediatamente para o insulto.
Quanto ao seu comentário penso que não há duvidas realmente. O Barça tem um colectivo forte mas qualquer jogador do seu 11 titular teria fortes possibilidades de ser titular em qualquer equipa do mundo.


De PTM a 28 de Abril de 2011 às 12:09
Faltou-me a citar o Drogba "This is a f@cking disgrace!"

Nem tanto pela expulsão em si mas o que ela representa e para quem já jogou futebol sabe perfeitamente o que se sente quando se rema contra a maré.

Milan 2006
Chelsea 2009
Arsenal 2011
Real 2011

arbitragens sempre pró barca


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 12:12
Pedro,

Drogba, van Persie, Motta, Pepe, a lista começa a ser demasiado longa. Há grandes equipas que, historicamente, ficaram marcadas pela anuência arbitral. O Inter de Herrera, a Juventus de Trapattoni, o Madrid de Muñoz...e o Barcelona de agora parece querer juntar-se alegremente ao grupo.

Já com o modesto Copenhage houve teatro quando não havia necessidade. Uma equipa tão boa não devia precisar disto. Poderia ganhar igual, e ganharia certamente com outro ar, porque ninguém questiona a sua qualidade, mas a sombra está instalada e se para uns não é importante para outros marcará sempre uma substancial diferenças com grandes equipas que nunca precisaram de ser levadas ao colo para chegar ao Olimpo!


De hmocc a 28 de Abril de 2011 às 12:50
Olá Miguel,

Sem querer discutir os méritos do Barça ou os deméritos do Real Madrid, apenas quero lembrar que o Mourinho como que se põe a jeito destas coisas.

Infelizmente o que de excellente tem o treinador português, tem-no inversamente proporcional em capacidade de "encaixar" derrotas. Isso faz dele um alvo ainda que muitas vezes não de forma intencional.

Más decisões existem em practicamente todos os jogos e o Mourinho já certamente beneficiou de muitas ao longo da sua ilustre carreira.

Ontem, teria feito melhor em aceitar a decisão do árbitro e permanecer em campo com a sua equipa, tentando minorar o problema em vez de o ampliar por via da sua expulsão.

Se há algo que cada vez me irrita mais é a constante falta de respeito pelos árbitros no futebol. Cometem erros sim senhor mas daí a serem sempre os culpados de tudo, vai uma grande distância.

HMOCC


De PTM a 28 de Abril de 2011 às 13:37

HMOCC

não sejamos inocentes, ninguém diz que o Mourinho não joga sujo, agora se há coisa que sempre Mourinho fez é quando existe uma decisão polémica fracturante (que vai mudar a balança do jogo) ele reage.

quando é a favor normalmente faz alterações tácticas (coisa que o barca raramente faz porque joga sempre de igual forma) ou quando é contra normalmente acompanha o jogador expulso. o Villas Boas faz o mesmo. Serve para criar um sentimento de injustiça para a equipa, para eles darem mais em campo. Bem, isto é o meu ponto de vista, mas repara que é o que normalmente acontece


De hmocc a 28 de Abril de 2011 às 23:44
Caro PTC,

Eu percebo a táctica mas não concordo. E mais a mais começa a estar gasta. Qual disco riscado, qualquer dia ninguém dará importancia às "piruetas" de Mourinho, a não ser os media Ingleses que não têm mais que reportar.

Para mim, poderia obter o mesmo efeito protestando junto do 4. Arbitro e no final do jogo, seja no flash-interview ou na conferência de imprensa de análise ao jogo.

Assim deixa a equipa manca (sem 1 jogador) e orfã (sem o treinador). Se eu fosse Florentino Perez não acharia graça nenhuma a este tipo de comportamentos.


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 14:12
Hugo,

O Mourinho joga no fio da navalha, sempre o jogou, gosta e sente-se cómodo. Os dirigentes e os adeptos ás vezes não mas ele não está no futebol para entreter ou fazer amigos e quando não está bem, muda-se. Isso dá-lhe liberdade para dizer o que outros pensam e engolem. Desde o Leiria que foi assim.

A sua expulsao tambia podia ter sido evitada pelo arbitro, que sabia o que fazia e podia, simplesmente, ir lá dialogar. Claro que devia, pragmaticamente, ter-se contido, mas não é assim. Da mesma forma que uns admiram o mutismo controlado de Guardiola também há que admiram o descontrolo controlado do Mourinho ;-)

um abraço


De hmocc a 28 de Abril de 2011 às 23:51
Concordo que o Árbitro poderia ser mais tolerante, mas num jogo com tamanha carga emotiva, quem é que pode dizer que o árbitro não teria indicações para manter os intervenientes (jogadores e técnicos) em rédea curta (não dar "habébias")?

No entanto discordo que o Mou jogue "no fio da navalha". Desde sempre que o José quer controlar todos os detalhes das partidas e não há um pestanejar sequer que não seja premeditado.

Para mim JM sabe sempre exactamente o que está a fazer e porque sabe que é dos melhores da sua profissão não se coíbe de fazer aquilo que quer fazer, doa a quem doer. Mesmo que lhe doa a ele próprio! É isto que eu chamo "pôr-se a jeito".


De Miguel Lourenço Pereira a 29 de Abril de 2011 às 09:31
Hugo,

Só essa declaração, certeira, de que o árbitro teria indicações já vem de encontro a muito do que digo previamente. Se tinha indicações para manter a rédea curta quanto à "violência" dos merengues (mais dureza que violência) porque não com o teatro consumado (e hoje vi, pela primeira vez, que Pepe nem toca em Alves, pasme-se) dos culés?

É esse duplo critério de que falo mais do que uma conspiração internacional. Ás vezes é suficiente. Para benificiar uma equipa não são precisos penaltys e off sides, às vezes basta encarar o mesmo lance de duas formas distintas para passar uma forte mensagem aos jogadores. Tu podes, tu não!

um abraço


De hmocc a 29 de Abril de 2011 às 10:02
Miguel,

Todos as arbitragens são preparadas com dossiers, relatórios e etc. É a isto que eu chamo a preparação dos jogos e é aqui que a equipa de arbitragem recebe as "indicações". Não se trata de nenhuma conspiração porque é o que acontece em todos os jogos.

E mesmo assim, continuam a existir arbitragens menos conseguidas e outras realmente tendenciosas. Faz parte do jogo porque errar é humano e não há 1 ser humano 100% objectivo.

Quando se ajuiza algo, normalmente leva-se algum tempo a medir as causas e consequências. No futebol o Árbitro tem de o fazer em poucos segundos ou mesmo em fracções de segundo. É aqui que entra a expulsão de Pepe.

Depois vem a confusão ao intervalo com os protestos exacerbados de "Mou" que de facto pretendem afastar o foco das notícias da prestação inferior do Real Madrid perante o Barcelona, independentemente das expulsões ou do resultado.

O José, sabendo muito bem que não tem jogo de equipa à altura do Barça, opta pelas tácticas de diversão, o que resulta, pois sobre as tácticas e estratégias de jogo sempre soube que sairia derrotado. É o tradicional jogo de sacudir água do capote.


De Miguel Lourenço Pereira a 29 de Abril de 2011 às 10:07
Hugo,

Totalmente de acordo em tudo. E essa preparação existe ao lado das várias sessões de grupo dos árbitros internacionais. Mas como nos anos 90 não era preciso ser-se um grande árbitro para saber o que se ia encontrar num duelo JV Pinto-Paulinho Santos, hoje também não deve ser dificil preparar um Madrid-Barça porque o estilo de ambos é sobejamente conhecido. Mais erro para o árbitro, muito mal escolhido, e poucos o dizem, porque de antemão já tinha posto em causa a sua independência e, para piorar, no seu país colocado em evidência.

Quanto ao Mourinho, é um mestre do disfarce, do ilusionismo, e apesar de saber muitissimo de futebol quase nunca se ouve a falar de questões tácticas nem estruturais do jogo. Ele usa cada segundo de camara como uma arma. Pode fartar, pode ser mais ou menos eficaz, é um estilo. Há treinadores mais hipócritas, que só falam quando se sentem contra a parede, ele fala bem, fala mal (muito mais) e sabemos com o que contar. Se com isso pode tapar problemas internos e solucioná-los sem o habitual show off das grandes equipas, muito melhor para o balneário, que é a única coisa que lhe parece importar. Nem media, nem adeptos, nem direcção.

Por isso meso é o tecnico da historia possivelmente mais apreciado pelo sector de jogadores (até rivais) e mais desprezado pelos restantes.

um abraço


De CRG a 28 de Abril de 2011 às 13:01
Caro Miguel,

Apesar de não comentar há algum tempo, continuo a ser um leitor assíduo deste blog. E, por isso, foi com alguma surpresa que li este artigo. Até era capaz de arriscar (perdoa-me por este suposição) que foi escrito no calor do momento, e que se calhar hoje não teria sido escrito desta forma.

Concordo em absoluto contigo quando afirmas que os jogadores do Barça fazem uma pressão sobre o arbitro, tem mau perder (rega na meia-final perdida frente ao Inter), fazem fitas, etc. É pena faltar este fair-play mas como dizia o outro o fair-play é uma treta: o Wenger e o Sir Fergurson podem corroborar esta tese.

Mas concluir que as vitórias do Barça contra as equipas mais fortes apenas sucedem por forças ocultas da UEFA parece-me algo exagerado e insuficiente para explicar as diversas vitórias: as expulsões quer do Pepe quer do Van Persie, apesar de exageradas (concordo), encontram-se tipificadas e no arbítrio do arbitro.

Sinceramente, não acho que seja necessário fazer barricadas: escolher um estilo ou entre o CR7 ou Messi.

O futebol é um jogo e cada um joga com as peças e armas que têm, pelo que não ligo muito à ideia de anti-jogo, etc. O que acho é que a forma de derrotar o Barça não será através de um anti qualquer coisa, nem terá, é certo, que ser através de outro tipo de jogo de posse, mas através da criação de uma outra identidade de jogo que não se submeta ao Barça, mas que se imponha. Actualmente, todas as equipas alteram a sua forma de jogar para tentarem bater o Pep team. Ora se há algo que as competições europeias ensinam aos portugueses é que sempre que os nossos treinadores fazem isso o resultado nunca é muito bom.

Quanto ao jogo em si - a parte que mais me interessa - não foi bonito, a primeira parte foi mais controlada pelo Barça, as oportunidades de golo não foram tão divididas como defendes, o Barça foi mais perigoso e o Real demasiado encolhido, o CR7 fora da zona de perigo.

Na segunda parte, com entrada do Adebayor, o Real entrou muito bem, a pressionar, a obrigar o Barça a fazer algo que abomina: o passe longo. O Real parecia que tinha adoptado a estratégia do Inter na primeira mão da meia-final do ano passado. No entanto, apenas conseguiam destruir, e as saídas para o contra-ataque raramente aconteciam. Nesta fase, parecia que ia ficar tudo decidido na segunda mão e talvez fosse essa a estratégia do Mou para aproveitar a vantagem dos golos fora.

Infelizmente, para o interesse da eliminatória e dos madrilistas, o Pepe fez uma entrada perigosa e foi expulso. O Real deixou de pressionar tão alto e quando pressionava deixava mais espaço nas costas. Mas tenho para mim que o factor no desenrolar da eliminatória deve-se à entrada do Affelay e à falta de qualidade do Marcelo para ser titular numa equipa como o Real.

Quanto ao segundo golo do Messi: simplesmente espectacular, e nem acreditei quando li a forma como o desvalorizaste, que me pareceu injusta.


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 14:17
CRG,

Bem vindo de volta, como sempre.

O artigo foi escrito ainda o jogo decorria porque este tipo de circunstâncias, para quem vive o jogo por dentro (e tudo o que implica) irritam o mais santo. Quando são reincidentes, pior.

Dizes que o Pepe e o van Persie podiam ser admonestados, que está nos critérios. Muito bem, é justo. O problema é que os critérios que existem e devem ser respeitados (e unificados talvez?) nunca se verificam nas situações opostas e aí está o meu profundo incómodo com a reiteração de dualidade de critérios em jogos chave do futebol europeu para o Barcelona. O Barça é uma grande equipa, digo-o sempre, e não precisa disto para ganhar. Porque se repetem então e sempre em momentos de maior aperto? A minha teoria é esta, aceito outras claro.

Quanto ao golo do Messi é genial, como muito do que ele faz, e isso não está em causa. Mas, convenhamos, que contra 11 frente ao Madrid não foi capaz de romper linhas como nesse lance. E convenhamos que encontrou uma defesa psicologicamente frouxa depois dos cartões e das incidências do jogo. Genial? Certamente, dos melhores da edição deste ano e a sua exibição foi uma luz no cinzentismo do jogo do Barça. Mas a verdade é que, contra 11, nos 3 jogos, viu-se muito pouco Messi.

Um abraço


De CRG a 28 de Abril de 2011 às 19:05
Por falar em critérios. Não deixa de ser engraçado que em circunstâncias semelhantes (Barça/Selecção Espanhola) Mourinho e Queirós optaram por uma estratégia semelhante (e Mou com atributos superiores): a utilização do Pepe como trinco, CR7 lançado na frente. Sem embargo desta similitude o facto é que o Mourinho continua a ser visto como um génio da táctica e o Queiroz enfim..são critérios.


De Miguel Lourenço Pereira a 29 de Abril de 2011 às 09:33
Precisamente CRG,

Podiam não estar de acordo com Queiroz mas a campanha que se criou à sua volta com base nesse esquema táctico foi vergonhosa. Além do mais Portugal, sem um ponta-de-lança real (Mourinho tinha 3 no banco) e sem um extremo veloz como Nani (no lugar de Di Maria) tinha ainda mais motivos para jogar assim. E quase funcionou, imagina se se apuravam...

O futebol é assim, dialética pura!

um abraço


De Daniel Gonçalves a 28 de Abril de 2011 às 15:21
O Real não pode nem deve vir com a "história" da arbitragem para desculpar a derrota de ontem. Sim Pepe foi mal expulso, deveria ter visto apenas o amarelo, e nunca saberemos como seria o resultado de 11 contra 11. Mas a vardade é que Diarra fartou-se de fazer faltas, algumas "grosseiras", e nem um amarelo viu; o Marcelo psisou intencionalmente o jogador do Barça e não foi expulso, embora neste lance temos de reconhecer que o árbitro possa não ter visto a pisadela.
Agora "ressuscitar" favorecimentos no passado ao Barça é uma atitude reles por parte de Mourinho, toda a gente fala do jogo da 2ª mão em Londres/Stanford Bridge que opôs o Chelsea ao Barça em que os catalães terão sido beneficiados, mas toda a gente esquece (alguns propositadamente) que no jogo da 1ª mão em Barcelona, o Chelsea foi beneficiado: um penalty não assinalado a favor do Barça por falta do nosso Bosingwa sobre o Eto, e um fora de jogo muito mal assinalado a Eto quando este já ia isolado para a baliza inglesa, não fosse estes erros grosseiros e o Barça puderia ter ido para Stanford Bridge com vantagem de 2 golos, mas ninguém viu o outro lado da moeda, e só falaram no benefício dos catalães em Stanford Bridge. E mais rídiculo ainda o Mourinho falar do jogo do ano passado em Nou Camp, do Barça contra o Inter, lembrando a expulsão do Tiago Mota, mas não falando da forma como o Benquerença beneficou o Inter em Itália, com o 2º e 3º golos do Inter totalmente ilegais e um penalty não assinalado a favor do Barça.
Uma moeda tem 2 faces, ver só uma é cegueira. Estou de acordo consigo Miguel quando consideramos que Pepe foi mal expulso e o lance pode ter decidido a eliminatória, agora é intelectualmente desonesto o Real e o Mourinho (sobretudo este) virem atirar as culpas da derrota para a arbitragem e manchar o mérito do Barça considerando que este SÓ ganha porque é beneficiado dentro e fora de campo.


De Miguel Lourenço Pereira a 28 de Abril de 2011 às 15:57
Daniel,

Está claro que o Barça é uma grande equipa, com G maísculo, e que não ganha só por causa dos árbitros. De todo.

Mas na Europa tem tido um tratamento de favor do qual já muitos clubes se queixaram. O mesmo que o Madrid já sofreu durante muitos e penosos anos - e os que se lembram disso devem ter-se visto ao espelho ontem - e que outros grandes clubes também tiveram a determinados momentos das suas histórias. Eu vi todos os jogos do Barcelona dos ultimos anos e se no Meazza houve um fora de jogo no terceiro golo (sim) e no Camp Nou um penalty por assinalar (sim), já os casos do van Persie, do Motta, dos 3 penaltys no Bridge, e a expulsão do Pepe são demasiados para um clube com uma equipa tão grande.

Eu critico a expulsão do Pepe mas nem tanto por ter sido expulso. Mas pela dualidade de critérios. Minutos antes o Mascherano fez uma falta igual de "maldosa" e ficou-se, justamente, pelo amarelo. O Arbeloa levou amarelo por uma simulação do Pedro. O Alves levou amarelo e podia ter sido expulso um bom par de vezes. O Messi agarra a bola com a mão, amarelo de livro, e nada. Marcelo devia ter sido amarelado, ou até mesmo expulso, mas também vi uma cotovelada marota do Villa que merecia o mesmo trato. O pior está aí, nessa dualidade.

O Mourinho tem o seu discurso e não é nenhum gentleman e certamente tem telhados de vidro, mas importa-se pouco. Mas é o ar de vitima do Barça, que também tem os seus fantasmas, que mais me incomoda, porque isso sim, para mim, é uma forma de anti-futebol.

um abraço


De filomeno a 16 de Maio de 2011 às 16:51
Sergio Busquets ilibado pola Uefa (Affaire Marcelo)........


De Miguel Lourenço Pereira a 16 de Maio de 2011 às 18:01
Y nadie se sorpreende por el hecho Filomeno, lo raro seria que lo hubiesen sancionado...


De filomeno a 4 de Abril de 2012 às 08:37
Nuevo escándalo arbitral en el Nou Camp. Inexistente penalty sobre Messi. ¿Será "puteado" por los árbitros el Glorioso Benfica en la semifinal con el equipo azulgrana....?


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