Sábado, 30 de Junho de 2012

Alves, Bruno 

O defesa central ficará para a história por ter falhado o penalty decisiva contra a Espanha. Foi o elo mais fraco da linha defensiva durante todo o torneio e talvez do onze titular que Paulo Bento repetiu até ao último jogo. 

 

Banco

Paulo Bento levou 23 jogadores para o Europeu mas sete não jogaram nem um só minuto. Os dois guarda-redes, os dois laterais suplentes (Lopes e Costa) e Hugo Viana, Ricardo Quaresma e Ruben Micael. Ficou claro que para o seleccionador a diferença entre o seu onze e o seu banco era abismal. 

 

Cristiano Ronaldo

O capitão da selecção teve um torneio de altos e baixos. Contra a Holanda foi excelente e contra os checos, apesar de menos eficaz, foi decisivo. Mas nos dois primeiros jogos e no duelo contra a Espanha voltou à sua versão sombra e desapareceu de campo, dedicando-se aos habituais livres impossíveis e gestos desnecessários. Como líder do projecto de Paulo Bento deveria ter puxado a equipa às costas no jogo com a Espanha e ter apontado um dos primeiros penaltys. Guardou-se para o fim e ficou sem rematar clamando injustiça aos céus. Mas não fez o suficiente para tê-la do seu lado.

 

Dinamarca

Foi o momento de reviravolta. Portugal vencia por 2-0 e em pouco tempo os dinamarqueses empataram o jogo e levantaram velhos fantasmas. O golo de Varela e o espirito colectivo do meio-campo foi determinante em dar a vitória que iria permitir a Portugal seguir em frente na fase de grupos. Arrumaram-se quatro anos de frustrações nórdicas.

 

Espanha

A campeã do Mundo e da Europa foi o carrasco de Portugal pelo segundo torneio consecutivo mas durante 90 minutos nunca soube impor o seu jogo. Portugal realizou um grande jogo mas acabou por perder o domínio no prolongamento e a eficácia na marcação dos penaltys. Foi um jogo que demonstrou que o percurso da selecção estava ao nível dos melhores do Mundo.

 

 

Fábio Coentrão

Foi criticado (e com razão) pela sua decepcionante época em Madrid mas ao serviço da selecção realizou um Europeu tão impressionante que é difícil distinguir entre ele e Jordi Alba como melhor lateral esquerdo do torneio. Omnipresente, defendeu e atacou com igual solvência, aguentou com a dupla investida no seu sector pela falta de ajudas de Ronaldo e não cometeu um só erro durante todo o torneio. A par de Pepe e Moutinho, o melhor de Portugal.

 

Goleadores

Portugal continua a ter um problema crónico com os golos. Nélson Oliveira jogou pouco pelo Benfica este ano, Hélder Postiga e Hugo Almeida são figuras secundárias e Cristiano Ronaldo, o homem dos 60 golos por época em Madrid precisa de 39 remates para fazer 3 golos. Sem um matador à altura, a selecção portuguesa foi incapaz de resolver com solvência os cinco jogos e acabou por cair frente ás selecções alemã e espanhola, precisamente porque não soube plasmar em golo os seus melhores momentos em campo. Um problema que em 2014, no Brasil, continuará porque no horizonte não aparecem boas noticias.

 

Hélder Postiga

Começou por ser questionado mas quando foi preciso, contra a Dinamarca, apareceu e marcou um golo fundamental. Destacou-se a desgastar a defesa rival, funcionando como pivot para o jogo rápido dos extremos, mas a sua lesão contra a República Checa obrigou Paulo Bento a mudar de plano e cometer o mesmo erro de Queiroz em 2010, apostando por Almeida, um jogador menos móvel e fino à frente da baliza. 

 

Ineficácia

Portugal foi uma das selecções que mais rematou à baliza e no entanto sai do torneio com apenas seis golos marcados. Uma média bastante pobre, da qual apenas se aproveitou um dos 21 cantos marcados a favor e nenhum dos 13 livres directos/indirectos que tivemos. 

 

João Moutinho

Foi o melhor jogador de Portugal no torneio. Correu mais de 50 kms, fez mais recuperações e desarmes do que qualquer colega de equipa e foi um bombeiro indispensável nas tarefas defensivas e um apoio fundamental no jogo ofensivo. Quando mais teve de recuar no campo (Alemanha, Espanha) foi quando o ataque português se tornou mais tímido e a sua assistência no jogo contra a República Checa, sublime. Depois de uma época cinzenta com o FC Porto provou o que em 2008 já tinha deixado antecipar, um jogador imenso que só precisa de ter ao lado um médio de maior classe para ter com quem associar-se. 

 

Kms

Jogar na Ucrânia e descansar na Polónia podia ter sido um problema, tantos eram os kms a percorrer durante o torneio. Isso porque quatro dos cinco jogos disputados pela equipa das quinas foram em terras ucranianas. Acabou por não pagar factura, justificando a decisão da federação de preferir a tranquilidade das instalações polacos ao caos que foi a vida na Ucrânia neste Europeu.

 

 

Livres

As bolas paradas em Portugal são um problema sério sem solução à vista. Cristiano Ronaldo rouba todas as bolas que pode e transforma-as em lances perdidos. Miguel Veloso tentou demasiadas vezes o lançamento directo de posições impossíveis e acabou por não contribuir positivamente em lances de estratégia que são fundamentais em torneios de curta duração. Não só Portugal não conta com um especialista como transforma lances que podem decidir jogos em prendas ao rival.

 

Miguel Veloso

Foi uma agradável surpresa. Não tem a força física dos habituais médios mais defensivos nem sequer a omnipresença de Busquets ou Khedira. Mas numa posição em que Portugal andava órfão desde que Paulo Sousa e Costinha deixaram a selecção, agarrou o lugar com as duas mãos e foi sempre uma figura importante no jogo de pressão e distribuição rápida que Paulo Bento implementou. Depois de um ano apagado em Génova este Europeu devolve-o à ribalta futebolística pela porta grande.

 

Nani

Tem imenso futebol nas pernas mas é incapaz de aparecer nos momentos decisivos. Faltou-lhe o golo (o falhanço contra a Holanda foi evidente) e apareceu menos do que se lhe exigia. Trabalhou muito mais na defesa do que Ronaldo, é certo, mas salvo o jogo com a República Checa, esteve bastante discreto durante todo o torneio e contra a Espanha a maioria das oportunidades acabaram sempre por vir do seu flanco.

 

Oxigénio

Faltou no prolongamento contra a Espanha e foi decisivo. Portugal tinha mais dois dias de descanso que os espanhóis mas não se sentiu. Nem nos jogadores que entraram, nem nos que estiveram os 90 minutos em campo. Foi um problema de preparação física evidente, os espanhóis, com muitos mais jogos nas pernas, tiveram sempre mais oxigénio no corpo e na mente na hora da verdade.

 

Pepe

Divide com Moutinho o protagonismo individual do torneio. Foi imenso. Teve tantos golos como amarelos (1) em toda a prova, não cometeu uma só falta grave e nunca se deixou levar por esse fantasma que ás vezes danifica a sua imagem. Foi um líder na defesa, o único que se ouviu a protestar com o capitão quando este errava e ofereceu sempre uma saída com a bola quando a situação no meio-campo se complicava. É, sem dúvida, o mais completo central do futebol mundial.

 

Quaresma

Nem um só minuto para um jogador que em 2002 prometia tanto e que uma década depois passa pelo torneio sem pena nem glória. A sua ousadia podia ter sido útil contra checos e espanhóis, mas a sua indisciplina táctica e carácter problemático levou-o a ver o Europeu sentado desde o banco de suplentes.  

 

 

Rui Patricio

Não está entre os melhores guarda-redes do Europeu mas fez um torneio ascendente. No golo alemão podia ter feito mais, contra a Dinamarca sentiu-se que estava nervoso mas a partir daí começou a assumir os galões de guarda-redes titular e foi importante na vitória contra holandeses e nos 120 minutos contra os espanhóis. Nos penaltys deu o seu melhor e adivinhou o remate de Xabi Alonso. Durante o jogo fez a defesa do torneio. Tem de resolver o problema de jogar com os pés!

 

Selecionador

É um treinador conservador e transmite um claro sinal de estar a preparar para Portugal a mesma ideia desenvolvida no mandato de Luis Filipe Scolari, de uma família fechada onde os novos jogadores têm problemas de integração, que o diga Hugo Viana. Mas o certo é que o Europeu de Paulo Bento foi de primeiro nível. Sem ovos para fazer grandes omeletes, eliminou a Holanda num jogo superlativo e carimbou o apuramento para as meias-finais ao asfixiar na segunda parte a República Checa. Contra os campeões do Mundo e da Europa esteve muito bem nos primeiros 90 minutos e depois acabou também ele vitima da falta de opções e frescura de ideias para aguentar o ritmo do prolongamento. Se continuar o trabalho que desenvolveu neste mês, o normal é que daqui a dois anos esteja a fazer algo bastante similar em terras de Vera Cruz.

 

Tradição

Portugal continua a cumprir com a tradição de apurar-se para os Quartos de Final de um Europeu. Desde 1996 que a equipa das Quinas tem estado sempre na fase a eliminar. Perdeu com a República Checa e a Alemanha nos Oitavos de Final em 1996 e 2008. Com a França e a Espanha nas meias-finais em 2000 e 2012 e com a Grécia na final de 2004. A única palavra que se repete: perder!

 

União

Notou-se que Paulo Bento quis recuperar o conceito de família de Scolari. Apesar da noticia da discussão entre Quaresma e Miguel Lopes o ambiente na selecção foi muito diferente do vivido na África do Sul. O facto da maioria dos jogadores (e da equipa técnica) ter o mesmo representante talvez tenha ajudado.

 

Varela

O golo contra a Dinamarca foi decisivo e o extremo do FC Porto, autor de uma época decepcionante, tornou-se no joker preferido de Paulo Bento. Trouxe velocidade, dinamismo e acutilância ao jogo ofensivo português e deu a disciplina táctica que Paulo Bento nunca viu em Quaresma.

 

Xabi Alonso

O médio espanhol tem realizado um torneio à altura do seu talento mas podia ter entrada para a história pela positiva para Portugal se o seu falhanço, ao abrir a série de penaltys, tivesse sido aproveitado imediatamente a seguir por João Moutinho. Foi o único futebolista espanhol que falhou o alvo depois de uma brilhante defesa de Rui Patricio, com ajuda de Cristiano Ronaldo que, segundos antes, lhe disse ao ouvido como o seu colega de equipa iria rematar.

 

Wiel, van der

O jovem lateral esquerdo holandês - sempre pretendido pelos grandes do futebol europeu - nunca mais se vai esquecer da selecção portuguesa. Já tinha demonstrado problemas nos jogos com Dinamarca e Alemanha mas frente a Coentrão e Ronaldo foi destroçado por completo e deixou o torneio com a cabeça baixa.

 

 

kYev

Paulo Bento disse que queria jogar em todas as cidades ucranianas. Ficou Kyev para cumprir o sonho. Depois de disputar a fase de grupos em Kharkiv e Lviv e as meias-finais em Donetsk, só a passagem à final permitia a Portugal completar o percurso perfeito. Não foi assim e a cidade onde o FC Porto carimbou, em 1987, a passagem para a sua primeira final da Taça dos Campeões desta vez não recebeu as celebrações lusas.

 

Zero

Dois jogos em que Portugal ficou a zero ajudam a explicar a dificuldade da equipa portuguesa em competir de igual para igual com equipas supostamente superiores. Frente a outras duas semi-finalistas, Alemanha e Espanha, a equipa das Quinas não só não marcou nenhum golo como acabou por criar muito poucas oportunidades claras.

 

 


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Sexta-feira, 29 de Junho de 2012

Não percam as reportagens publicadas esta semana no site/revista online @Futebol Magazine, onde o mundo da bola é visto sempre com outros olhos:

 

- Afinal quantos golos marcou realmente Pelé? O @FutebolMagazine explora os números reais do "Rei" do futebol brasileiro!

 

- Um designer gráfico apaixonado pelo futebol criou uma colecção imperdível: Sucker for Soccer!

 

- Nos anos 90 surgiu o primeiro videojogo para consola dedicado exclusivamente ao mundo dos clubes: o mitico European Club Soccer!

 

- Desafiante como sempre, o cómico Gene Gnochi tentou ser o mais veterano futebolista da Serie A!

 

- Sara Carbonero, uma jornalista desportista em guerra com as redes sociais que não perdoam os seus sucessivos erros!

 


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Quinta-feira, 28 de Junho de 2012

A história repete-se. Nunca se repetiu a final de um Europeu. De duas em duas edições, repete-se o duelo entre equipas que se encontraram na fase de grupos. Esta edição confirmou isso mesmo. Itália e Espanha reencontram-se depois do duelo inaugural que ditou um empate (justo) entre ambas as selecções. A Bela Itália, mais bela do que nunca, assinou o melhor jogo do torneio destroçando por completo uma Alemanha que nunca viveu na prova à altura do nome com que chegava. Prandelli derrotou Low e Pirlo, o jogador mais perfeito dos últimos 10 anos, liderou a tempestade azzura. 

 

Em 30 minutos o sonho alemão estava destroçado.

Angela Merkel nem podia acreditar. Afinal, não era suposto este torneio ser uma confirmação da superioridade alemã na Europa, em todos os aspectos possíveis e imaginários. Antes do torneio a maioria das pessoas pensava que ia ser dificil travar a selecção germânica. Mas durante a prova os alemães foram eficazes, mas nunca entusiasmantes. E estiveram longe do nome que traziam. Por culpa de Joachim Low, incapaz de dar oxigénio a uma equipa demasiado dependente do conjunto bávaro de Munique, destroçada fisica e psicologicamente depois de um final de época para esquecer. Bastian Schweinsteiger pode ser o melhor jogador alemão, mas os seus problemas fisicos foram uma constante e era evidente que mais do que uma solução, era um problema. Low manteve-se fiel ao seu braço direito e com ele (e não só) afundou-se.

Como sucedeu em 2008 e 2010, no jogo decisivo em vez de manter-se fiel à sua ideologia, Low abdicou e preferiu pensar primeiro no rival. Devolveu Gomez ao ataque e Podolski ao lado esquerdo mas adicionou outro médio, Toni Kroos, para vigilar Pirlo. Perdeu solvência no ataque, Mezut Ozil teve de trabalhar a dobrar e nem o uso de três médios travou o magnifico jogo do miolo italiano. Ao abdicar de ser a Alemanha de sempre, Low confirmou que nos momentos decisivos o ADN ganhador alemão viajou até Espanha e abandonou definitivamente a Mannschaft. A equipa perdeu esse killer instinct e iguala assim a sua pior série histórica de sempre. Até 2014, quando se jogue o próximo Mundial, vão-se cumprir 18 anos sem um só troféu alemão. Muito para uma selecção que só é superado em titulos pelo Brasil.

 

Mas se a selecção germânica foi vulgarizada, isso deve-se sobretudo à qualidade italiana.

Prandelli já tinha avisado quando chegou que ia mudar o rosto da selecção e cumpriu a promessa. O futebol de toque, a pressão alta e a mobilidade ofensiva tornaram-se imagens de marca desta nova azurra, mais fresca e sedutora do que nunca. Uma selecção moldada à figura de Andrea Pirlo, o melhor jogador do torneio sem margem para dúvidas. Mais do que isso, o italiano é o melhor jogador da última década.

Nenhum jogador no futebol mundial foi tão bom durante dez anos consecutivos. Houve alguns que tiveram momentos de altos seguidos de baixos, mais ou menos acentuados. Pirlo tem sido figura omnipresente desde que em 2002 tomou conta do meio-campo do Milan, vencendo a sua primeira Champions no ano seguinte (voltaria a vencer em 2007), e o Mundial (onde foi o melhor italiano) em 2006. Aos 33 anos, para fechar uma carreira de sonho, o Mundo finalmente se começa a dar conta do seu génio. Não é demasiado tarde.

Pirlo foi a bússula, Balloteli a metralhadora. O jogador do Manchester City fez o melhor jogo no torneio, apontou dois grandes golos (especialmente o segundo) e foi uma arma constante apontada à defesa italiana. Apoiado por um superlativo Cassano, o dianteiro igualou Gomez, Madzukic e Dzagoev na lista dos melhores marcadores e está a um jogo de ser o goleador do torneio. 

Com esses dois golos em 35 minutos, a Itália resolveu a eliminatória com uma solvência assustadora e depois, em vez de defender o resultado como era habitual, dedicou-se a destroçar o jogo do rival, com sucessivas trocas de bola no miolo e contra-golpes rapidissimos onde só a ineficácia de Marchisio, Di Natale e Diamanti impediram uma vitória maior. 

O golo alemão (um penalty no último minuto apontado friamente por Ozil) trouxe uma incerteza injusta no tempo de desconto porque nunca os alemães deram a sensação de poder discutir a eliminatória. As substituições de Low foram um desastre, as de Prandelli uma declaração de intenções e a segunda parte sucedeu-se com Buffon a dar tranquilidade à defesa alemã e Neuer a assustar os adeptos alemães. Noutro mundo andava Pirlo, entre recuperação e recuperação, entre passe e passe, entre sonho e sonho. Sem ninguém dar por nada, a Itália está na final, doze anos depois. E com todo o mérito.


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Quarta-feira, 27 de Junho de 2012

Portugal mostrou ao mundo como desactivar a selecção espanhola e o seu célebre tiki-taka. Mas faltou a eficácia que sempre impediu que os combinados lusos fossem mais longe. Nos 90 minutos a equipa das Quinas foi superior a uma Espanha que só despertou no prolongamento. Sem golos, decidiu-se tudo nos penaltys. Cristiano Ronaldo, entre a cobardia de falhar e a vontade de ser o herói, nem marcou. Os falhanços de João Moutinho - MVP português do torneio - e Bruno Alves condenaram uma selecção que esteve de parabéns em todos os aspectos do jogo. Menos no golo que nunca chegou.

Depois da abordagem cobarde de Laurent Blanc, surgiu Paulo Bento e mostrou que ao futebol joga-se com futebol.

Portugal foi a primeira selecção manifestamente superior com que se encontrou a Espanha de Vicente del Bosque no torneio. Uma selecção capaz de pressionar constantemente, com pulmão para aguentar o jogo posicional espanhol e, sobretudo, capaz de desactivar o tiki-taka. Não se viu na equipa do país vizinho a soltura de controlo e dominio de jogo que tem vindo a demonstrar, até ao aborrecimento, nos últimos jogos. Diversas vezes Casillas procurou o lançamento largo onde Negredo, a surpresa de Del Bosque, foi sempre timidamente ineficaz. De tal forma que o jogo que muitos pensavam que iria desenrolar-se mudou claramente quando se chegou à conclusão que a ligeira superioridade da posse de bola espanhola era inconsequente e que os lances de perigo estavam do lado português. Mas aí também ficou claro que marcar a Casillas iria ser dificil, como tem sido sempre, por uma crónica falta de pontaria que é o que decide no fundo um torneio como este.

Paulo Bento teve a coragem de ser fiel a si mesmo frente a uma equipa habituada a influir na forma de jogar do rival. A jogada saiu-lhe bem mas o plano encontrou-se com dois problemas. A ineficácia de Hugo Almeida, um jogador que nem serve como pivot ofensivo, nem tem clarividência frente à baliza. E, sobretudo, o péssimo jogo de Cristiano Ronaldo.

O capitão de Portugal voltou a falhar nos livres, voltou a falhar no mano a mano, voltou a não ser um elemento de ajuda nas coberturas defensivas, deixando demasiadas vezes Coentrão à mercê de dois e três rivais (imenso Veloso nas ajudas) e acabou o duelo que na sua mente o consagraria como Ballon D´Or borrando-se igualmente de marcar um penalty. Ronaldo podia estar no quinto lugar da lista, mas qualquer técnico sabe que os melhores marcadores devem ser sempre os primeiros, precisamente porque um erro pode deixá-los de fora da ronda. Ronaldo tinha falhado contra o Bayern Munchen (onde foi o primeiro) e decidiu esconder-se. Talvez voltasse a falhar, nunca o saberemos, mas Bruno Alves tinha escrito na cara o destino de um país.

 

A Espanha nunca foi uma selecção cómoda.

O jogo de transições não funcionou, a aposta em Negredo foi um falhanço do seleccionador e, sobretudo, dependia em excesso do jogo dos laterais - imenso Jordi Alba, muito seguro Arbeloa - porque pelo meio não conseguia respirar com a bola nos pés. O jogo foi tenso, intenso e dinâmico, mas demasiadas vezes num espaço de campo reduzido o que ia anulando as oportunidades de uma e outra equipa. Mesmo assim, note-se, Espanha só rematou as redes de Patricio ao minuto 68. É esse o fiel espelho de jogo da selecção campeã do Mundo e do seu tiki-taka.

Portugal aguentou-se bem, soube criar certo perigo - nunca demasiado, Casillas teve uma noite bastante tranquila - mas foi perdendo gasolina. O jogo imenso de João Moutinho, sem dúvida um dos melhores do Mundo na sua posição, e os trabalhos hercúleos de Miguel Veloso, Pepe, Coentrão, Raul Meireles e Nani mantinham a nau em boa direcção. Bento errou, apenas uma vez, quando lançou Nélson Oliveira.

O avançado do Benfica não devia ter entrado num jogo que pedia outro tipo de jogador. Nem colaborou com a pressão no meio campo, nem soube segurar a bola nem cumpriu como avançado. Com ele a equipa começou a recuar e a dar oxigénio aos espanhóis que, num gesto que exemplifica bem como Espanha abandonou o tiki-taka pelo resultadismo, tirou Xavi Hernandez, o pensador de jogo, para lançar o velocista Pedro Rodriguez. No meio desta luta asfixiante, Meireles, num contra-golpe, cometeu o erro de passar a Ronaldo em vez de procurar o remate e o capitão da equipa das Quinas falhou. Seria a sua última oportunidade no jogo, a partir daí nunca mais ninguém o viu em campo.

Chegou o prolongamento, porque a bola continuava longe das redes, e aí Espanha foi sempre muito superior. Portugal tinha mais frescura fisica mas não se notou e a circulação de bola dos espanhóis passou a ser mais rápida, mais intensa e mais dinâmica. A falta de um avançado no entanto também significava que toda essa velocidade não se traduzia em perigo real, mas sim num desgaste do miolo português por onde já andava Custódio e onde mais tarde se juntou Silvestre Varela. Muitas faltas, muita tensão e muita igualdade, num combate que, se tivesse sido de boxe, tinha de ser decidido aos pontos porque o KO nunca chegou. Acabaram os 120 minutos e vieram os penaltys, a cara de Ronaldo denunciava-o, a de Bruno Alves ainda mais. Rui Patricio (autor da defesa do jogo a um cabeceamento de Iniesta) esteve brilhante a defender o remate de Alonso mas Moutinho, imediatamente depois, desperdiçou a vantagem. A partir daí todos marcaram e chegou a vez de Ronaldo. Mas foi Bruno Alves, a bola na barra, para fora. E chegou Fabregas, a bola no poste, para dentro. 

 

Portugal sai de um torneio onde ninguém - a começar por mim - pensava sequer que fosse possível chegar à fase a eliminar. Sem dúvida que o mérito de Paulo Bento e dos seus 16 jogadores (sete nem sequer aqueçaram) é tremendo e o terceiro lugar - pela terceira vez na história - diz tudo sobre uma selecção que jogou muito bem mas que continua a ter um problema frente à baliza contrária. A equipa espanhola será a terceira na história a chegar a três finais consecutivas mas sofreu como nunca, deixou a nú as suas debilidades e afasta-se progressivamente dessa imagem ficticia de superioridade moral que se criou nos últimos anos. Podem sagrar-se campeões europeus no próximo domingo, naturalmente, mas olhar para esta selecção e pensar nas melhores equipas da história é, no minimo, questionável.  

 

PS: Sérgio Ramos tinha sido gozado por Manuel Neuer no twitter depois de ter falhado um penalty nas meias-finais da Champions League. Hoje marcou o melhor penalty da história do futebol espanhol. Jogadores com essa mentalidade, forjada em anos e anos de derrotas, são a estrutura desta selecção espanhola, muito mais que o seu estilo de jogo. Uma licção para o futebol português!

 


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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 22:34 | link do post | comentar | ver comentários (16)

Terça-feira, 26 de Junho de 2012

O rival de amanhã de Portugal já faz parte da história. E com todo o mérito. É campeã da Europa e do Mundo em titulo. Não perde um jogo em eliminatórias há quatro anos e pelo caminho venceu Itália, Rússia, Alemanha, Portugal e Holanda, ficando apenas por provar o seu valor contra o dueto histórico sul-americano. Mas apesar da grandeza indiscutível dos números, o estilo de Espanha é também o mais aborrecido de que há memória. Longe do tiki-taka do Barcelona, vertical e constantemente ofensivo, a equipa espanhola joga com a bola nos pés sempre para não sofrer e muito pouco para atacar.

 

Portugal sabe que amanhã será dificil ter a bola nos pés durante muito tempo.

Não que isso seja uma preocupação. A de Paulo Bento é uma equipa de tracção dianteira habituada à velocidade e ocupação de espaços. Só com a República Checa logrou superar os 50% de possessão num jogo e isso foi, sobretudo, porque os checos foram ainda mais defensivos do que os lusos contra a Alemanha, não criando uma só oportunidade de golo. Mas os espanhóis são diferentes. Defendem com a bola.

Em 2008 a equipa chegou repleta de dúvidas à Áustria. Tinha-se qualificado para o Europeu através de um play-off sofrido, o treinador Luis Aragonés já tinha anunciado que se ia embora e havia muitos jogadores criticados pela imprensa do país vizinho, ainda incapaz de acreditar na ausência de Raúl. Num grupo acessível, a selecção somou os 9 pontos habituais - Espanha ganha, quase sempre, a fase de grupos - e nos Quartos quebrou a maldição contra uma Itália a quem nunca ganharão em 120 minutos. Os penaltys, essa malapata, levou-os a umas meias-finais onde destroçaram os russos, ainda cheios do vodka da celebração da fantástica e inesperada vitória frente à Holanda. Foi o seu melhor jogo numa fase final. Seguiu-se a grande final com uma Alemanha ainda sem a filosofia Low e o primeiro de cinco jogos consecutivos a eliminar a vencer por apenas 1-0. Contra a França quebrou-se a tradição, mas só com um penalty no último minuto. Estatisticamente a Espanha venceu por 2-0 mas só rematou uma vez às redes de Lloris. Tipico.

O futebol espanhol tornou-se, com o tempo, profundamente previsivel. A equipa alinha com o maior número de médios possíveis, joga essencialmente pelo corredor central, e com as linhas muito juntas. Isso permite sempre uma rápida recuperação da bola, que haja sempre um colega disponível para garantir a posse. Mas também deixa evidente a incapacidade de jogar pelas alas com extremos e, sobretudo, jogar com um ponta-de-lança. David Villa jogava como falso avançado onde hoje se move Fabregas. Sem essa referência, há sempre mais alguém para tocar a bola no meio. Mas os defesas ficam sem elemento de marcação, sobem linhas e asfixiam mais o jogo num espaço reduzido. Por vezes as tabelas sucessivas encontram um espaço e surge o golo. Mas isso acontece uma, duas vezes por jogo. Espanha tem um problema grave em criar oportunidades de golo, especialmente com equipas que se agrupam bem no miolo e perturbam esse eterno "meinho".

 

Apesar de eficaz, o futebol da equipa espanhol aborrece o mais entusiasta do futebol de posse.

É diferente ao jogo do Barcelona em três aspectos fundamentais. Não usa quase nunca os laterais como falsos extremos, apesar do espaço que a maioria das equipas lhes deixam nos flancos. A posse de bola é sempre horizontal e procura poucas diagonais porque Iniesta, em lugar de jogar no miolo, é um dos falsos extremos (e Silva é outro), jogadores habituados a serem eles a criar os passes por dentro. E porque não há Messi, esse diabo à solta, em constante movimento, como referência ofensiva, ainda que sempre móvel. Essa verticalidade ofensiva fez do Barcelona de Guardiola o que é. A sua ausência faz da Espanha a sua nemésis moral. A bola e os bajitos continuam a ser o eixo central, mas são usados primeiro para defender e depois para atacar.

Aqui a preocupação é circular a bola o máximo de tempo possível, mas sempre na linha entre o meio-campo e a grande área. É raro assistir a tabelas dentro da área, é raro ver o jogo nas alas e mais raro ainda criar oportunidades atrás de oportunidades. Durante largos minutos a bola chega de Piqué a Fabregas para voltar  Piqué, passando por cada um dos jogadores de campo. E recomeça outra vez. Isso cansa o rival, fisica e psicologicamente, obriga a uma concentração tremenda e, sem bola, obriga as equipas a jogar mais no espaço.

O problema está na questão psicológica. As equipas entrem em campo já derrotadas. Aconteceu com a França como com a Holanda, Alemanha e Portugal no último Mundial. Posicionam-se demasiado atrás, abdicam dos seus principios de jogo para adaptar-se aos do rival e abandonam os seus homens da frente à sua sorte porque pensam que um defesa ou um médio mais faz a diferença. Mas não faz. Espanha joga igual contra um meio-campo de três, quatro ou cinco. Mas atrás ficam os espaços, que ninguém sabe explorar. 

No Mundial de 2010 o Paraguai e o Chile, equipas sul-americanas com outra mentalidade, souberam usar esses espaços e apesar de terem perdido causaram mais problemas aos homens de Del Bosque do que os seus rivais europeus, mais organizados mas perfeitos para uma equipa que vende a imagem do jogo bonito mas que, na realidade, é a nova Itália no sentido pragmático e positivo do termo. Para eles um 1-0 vale tanto como um 4-0.

Apesar de ter ganho tudo o que havia para ganhar, não há semelhanças posssiveis entre o espirito desta equipa e os miticos conjuntos hungaros, brasileiros, holandeses e franceses do passado. Pelo contrário, há uma profunda semelhança com a Argentina de 86, a Itália de 82 ou mesmo o Brasil de 94, grandes equipas que pensavam sempre primeiro no aspecto defensivo e só depois na fome de golos. Espanha foi a selecção campeã do mundo com pior média de golos da história e só uma goleada contra a inofensiva Irlanda lhe permite ser a segunda equipa mais goleadora da prova até agora. Sem esses golos, seria a última. 

Del Bosque poderá alinhar o seu onze base (com Fabregas e sem Torres) mas também pode optar pela velocidade de Navas e Pedro, jogadores que criam mais perigo do que Silva e Iniesta, mas que não entram no espirito do seleccionador e que acabam por ser utilizados mais como revulsivos. Contra o 4-6-0 espanhol (que pode ser um 4-5-1 se jogar Torres) a equipa portuguesa não pode repetir a estratégia francesa ou a que usou Queiroz em 2010. Colocar mais defesas não resolve o problema. Nem sequer reforçar o miolo. Sabendo que Ronaldo não irá ajudar a defender, o substituto de Postiga tem de ser capaz de bascular entre os extremos e o miolo para pressionar o jogo de Busquets. Moutinho e Meireles serão os apaga-fogos encarregues de ganhar e soltar a bola o mais depressa possível mas devem evitar jogar longe de Ronaldo e Nani, que terão sempre 3 a 4 rivais pela frente. Ao contrário do Barcelona, a defesa espanhola de quatro é inamovível e está sempre recuada no terreno. Os laterais terão a tendência de fechar ao centro, mas devem também explorar as falhas defensivas de Iniesta e Silva e, sobretudo, a dupla de centrais deve estar atenta à tendência do jogo espanhol com o fora-de-jogo, esse limite onde ás vezes um árbitro mais sensibilizado à figura de Angel Maria Villar no palco pode fazer a diferença.

 

Portugal tem jogado um melhor Europeu que a Espanha mas não é favorita. É um mérito tremendo da equipa lusa estar onde está e merece os aplausos de todos. Mas vencer a equipa campeã mais aborrecida da história deve ser um estimulo. Os primeiros a derrotar esta Espanha, como sucedeu com o Senegal em 2002 e a Checoslováquia de 1976, ficarão sempre para a história. Para consegui-lo, além de muito trabalho, os portugueses devem ser, sobretudo, muito fieis a si mesmos. É o único caminho para romper com a história! 


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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 10:35 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Segunda-feira, 25 de Junho de 2012

Quantos golos marcou realmente Pelé para ser considerado um dos máximos goleadores da história? Será que o génio brasileiro foi, de facto, um dos maiores homens golos da história. 

 

O @FutebolMagazine analisa a carreira goleadora do 10 do Brasil e explica como o mito superou a realidade.


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Domingo, 24 de Junho de 2012

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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 23:56 | link do post | comentar | ver comentários (4)

A angústia dos penaltys chegou ao Europeu e a Itália, depois de ter sido a melhor equipa em campo, teve de sofrer como nunca para garantir o apuramento. A Inglaterra, que começou o duelo com nota positiva, abdicou de jogar durante o final dos 90 minutos, negou-se a atacar no prolongamento e voltou a cair nos penaltys que procuraram. Sem pena nem glória!

Foi a melhor primeira parte do torneio, um jogo sem complexos onde a bola visitava Hart e Buffon com a mesma regularidade.

Duas equipas com tendências defensivas que procuravam num jogo de ida e volta criar as primeiras ocasiões de perigo. Johnson teve o golo nos pés, mas ser defesa lateral diante de Buffon não é uma tarefa fácil. A Itália que sempre quis a bola, ao contrário do esperado jogo de espera e golpe dos ingleses, foi equilibrando o tabuleiro e dominou grande parte dos primeiros 45 minutos, mas Balotelli continua a ser um avançado mais displicente que eficaz e as duas oportunidades que teve nos pés perderam-se, sobretudo, porque o avançado pensava já na celebração e nas capas dos jornais do dia seguinte. 

O jogo foi-se acalmando, sobretudo porque Prandelli trocou definitivamente o 3-5-2 pelo 4-3-3, dando a Montolivo a batuta por detrás dos dois avançados. Mas, como sempre, foi Andrea Pirlo, talvez o melhor jogador do Europeu até agora quem brilhou. Cada bola italiana passava pelos seus pés, cada passe seu desafiava a lógica e os ingleses nunca conseguiram controlar a sua criatividade. Procuraram ocupar os espaços, defendendo fora da área de Hart, e aguentando o acosso ofensivo da azzura. As contadas oportunidades inglesas no entanto eram igualmente perigosas e a sensação constante em Kiev era de que o golo acabaria por surgir. Mas não. 

A segunda parte foi mais italiana do que a primeira, mas os lances de perigo continuaram a não resultar em golos. Nocerino, Montolivo, Cassano, Balotelli, Rooney, Young, todos eles tiveram o seu momento e todos eles falharam, e depois de Hodgson ter procurado na dupla Walcott-Carrol a mesma fórmula que destroçou a Suécia, o seleccionador italiano, Prandelli, preferiu adicionar jogadores mais omnipresentes, Diamanti e Nocerino, e intensos, como Maggio, em vez do golo de Di Natale ou a criatividade de Giovinco. Durante os 90 minutos nenhuma das tácticas soube sobrepor-se à outra e forçosamente mergulhamos no primeiro prolongamento do torneio.

 

Foram trinta minutos que se tornaram na verdadeira antitese da primeira hora inicial.

A Inglaterra decidiu adoptar o esquema táctico do Chelsea, que tanto sucesso lhes deu este ano, e abdicou totalmente de atacar dando totalmente o jogo aos italianos que não souberam nunca furar a dupla linha defensiva inglesa. Foi um monólogo com a bola de Pirlo e companhia mas que acabou por ser inconsequente. À medida que se aproximavam os penaltys parecia que os ingleses se esqueciam de que só por uma vez na sua história (e foram muitas), conseguiu o apuramento numa fase a eliminar na marcação de penaltys.

O final dos 120 minutos abriu a loteria final, esse momento que todos os torneios a eliminar têm que os distingue das provas regulares, com essa dose de tensão e dramatismo que fazem do futebol algo profundamente único.

O remate de Pirlo, poético como só ele sabe ser, mudou o jogo. O falhanço de Montolivo e o golo de Rooney, depois de uma primeira série impecável de Balotelli e Gerrard, deixou a Inglaterra à beira de fazer história. Mas com toda a frieza do Mundo, o médio da Juventus disse presente e enervou Young que disparou sem olhar e encontrou-se com a barreira. O jogo deu a volta, Nocerino não teve piedade de Hart e quando chegou Ashley Cole, já Gianluigi Buffon tinha decidido que esta festa também era sua, defendendo o remate débil do lateral inglês. Diamanti, decisivo no prolongamento, justificou a aposta de Prandelli e escreveu com suor a alegria de uma nação que mereceu mais do que nunca estar no top 4 deste Europeu.

 

Liderados por um Pirlo gigantesco, os italianos medem-se agora com uma selecção com a que disputam a primazia do futebol europeu em ceptros. Três Mundiais e Europeus para os alemães, quatro Mundiais e um Euro para os italianos. Desde a mitica meia final de 2006 que as equipas não se voltaram a cruzar num jogo oficial e lembranças dos duelos de 82, 70, 78 e 96 seguramente que voltam à memória de todos. Desse duelo sairá um dos finalistas. Para defrontar Portugal, queremos acreditar.

 

 


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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 21:33 | link do post | comentar

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