Segunda-feira, 31 de Agosto de 2009

No Verão de 2004 a cidade do Porto vivia um mixto de emoções imprevistas poucas semanas antes. A equipa tinha conseguido o feito de sagrar-se campeã nacional e da Europa mas de rajada tinha perdido o seu técnico e mentor e alguns dos seus maiores craques. Na viagem inversa chegava uma jovem promessa do futebol brasileiro. Um pequeno grande génio que o Dragão não soube aproveitar e que é hoje, o novo rei de Itália.

 

Diego Ribas tem vivido estes anos à sombra. Primeiro despontou no Santos ao lado de Robinho e viu os sprints e malabarismos do jovem colega suplantar em fama os seus passes deslizantes e aberturas teleguiadas. Mais tarde viveu à sombra do gigantesco Kaká na sua melhor era rossonera que o afastou do "escrete canarinho" de forma constante. E claro, a sombra da liga alemã, menosprezada por tudo e por todos, uma liga de alto nivel mas que vende poucas capas de revistas. Resultado, o Mundo parece que só agora despertou para o génio deste jogador imenso que há meia década que se assume como um dos mais completos do futebol mundial. E aí está ele, como no Olimpico de Roma, literalmente arrasador. É o novo rei de Turim, o cérebro à volta do qual Ciro Ferrara monta a melhor formação da Vechia Signora em largos anos. Mas também o futuro rei de Itália, um país orfão dos seus dois maiores craques, Zlatan Ibrahimovic e o próprio Kaká, que recebe de braços abertos este pequeno grande craque.

 

Aos 24 anos finalmente Diego é reconhecido. Custou mas já está.

Ao contrário do seu amigo Robinho, a sua carreira foi constantemente uma subida a pique. Cheia de contrariedades e obstáculos. Foi nesses momentos que o jovem médio mostrou ter uma maturidade que muitos lhe negavam a dar quando deu o salto para o Velho Continente com a missão de fazer esquecer o melhor Deco e liderar uma armada com buracos por todos os lados. Diego foi executado na praça pública como o grande culpado pelo falhanço do FC Porto pós-José Mourinho. Uma culpa pesada e injusta para um jovem que então contava com 19 anos e estava a estrear-se na alta roda mundial depois de três anos fabulosos no Santos. Diego nunca teve uma orquestra afinada à sua volta. Perdeu os vários companheiros ao longo do primeiro ano (Derlei, Carlos Alberto, Maniche, Costinha, ...) e foi arma de arremesso entre os três técnicos azuis e brancos que passarão pelo Dragão. Na época seguinte caiu no ostracismo ditado por Co Adriaanse e apesar do titulo conquistado saiu pela porta pequena, apupado pelos adeptos que achavam que tinham comido gato por lebre. Trocou o ameno Porto pela fria Bremen o que significou uma passo mais na maduração do seu jogo. Deixou de ser um mero malabarista com visão excepcional para ser um motor non stop durante os 90 minutos. Um verdadeiro maestro. Em três anos no norte da Alemanha fez sonhar os adeptos locais como poucos jogadores até então. Levou a equipa à final da Taça UEFA, perdida entretanto. Com Diego a sofrer na bancada. Porque em campo seria outra história. 

 

Adivinhava-se a etapa seguinte. Com meia Europa a falar de Cristiano Ronaldo, Kaká e Zlatan Ibrahimovic, a Juventus mostrou ter a esperteza de outras eras e não o deixou escapar. E agora aí está, patrão de um meio campo repleto de talento, lider de uma equipa desejosa de voltar à ribalta, Diego é cada vez mais um dos melhores futebolistas do mundo. Dunga não devia perder a oportunidade de explorar um jogador com o seu nivel táctico, mas mesmo com o Brasil a virar-lhe as costas, o médio sabe que em Turim encontrou o lugar perfeito para se sentar definitivamente no trono. Um trono que foi consecutivamente de Platini, Laudrup, Baggio, Zidane, Nedved...e que agora é seu. De pleno direito.


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Sábado, 29 de Agosto de 2009

muitos anos que não se via um duelo assim. Depois de ter conseguido o feito histórico de ser o primeiro clube espanhol a vencer todas as competições em que participou, o Barcelona encontrou no novo projecto galáctico do Real Madrid um rival de luxo. Uma luta a dois que promete emoção até ao final.

 

É dificil prever que o vencedor de La Liga seja outro que não Barça ou Real Madrid. Apesar da boa qualidade dos planteis de Sevilla, Villareal, Valencia e Atlético de Madrid, o fosso parece ter-se alargado ainda mais e aos outros quatro conjuntos resta-lhes lutar pelos dois postos livres pela Champions League tal e qual sucedeu no ano passado. A diferença é que ninguém esperava há um ano que Guardiola montasse o onze perfeito e que Juande Ramos aguentasse até ao final o ritmo imperial dos catalães. Este ano tudo recomeça do zero com a diferença de milhões gastos no defesa que colocam ainda mais pimenta no derby.

 

Em Barcelona ainda está bem viva a lembrança do triplete mas Guardiola quer limpar o passado e recomeçar do zero. Trocou Etoo por Zlatan Ibrahimovic e a equipa terá um desenho ofensivo distinto, mas exceptuando a chegada de Maxwell para o posto onde jogava Abidal e a possível entrada do ucraniano Chryginski como opção para a defesa, a equipa é a mesma do ano passado. As mesmas rotinas, os mesmos genios, o mesmo espectáculo. O técnico catalão sabe que repetir os feitos logrados é quase impossivel e que manter o nivel exibicional a ritmo de goleada também. Os adeptos esperam o céu e tudo o que seja menor que isso é derrota. É com esse cenário que Iniesta, Xavi, Puyol, Messi e companhia têm de lidar. E só podem agradecer a ajuda de Perez.

 

Com efeito o Real Madrid de Perez tornou-se no pretexto perfeito para o Barcelona não baixar os braços - ao contrário do que aconteceu com a versão de Frank Rijkaard há três anos atrás - e lutar com as garras afiadas. O presidente merengue gastou qause 300 milhoes de euros em contrataçoes. Cristiano Ronaldo, Kaka, Benzema, Xabi Alonso, Arbeola, Albiol, Granero são os novos rostos de uma equipa que já contava com um onze interessante mas a que faltava profundida no banco. Pellegrini foi o homem escolhido para fazer de tantos nomes uma equipa. É um plantel temivel e se a maquina engrenar será um rival de peso para os blaugrana. Mas ainda estão um degrau atrás dos campeões.

 

A classe média do futebol espanhol minga a cada ano que passa. O Valencia sobreviveu uma fortissima crise financeira mas conseguiu evitar vender as estrelas e tem um optimo plantel à disposiçao de Emery. Já o Villareal herda a herança pesada de Pellegrini e Valverde conta apenas com Nilmar como novidade numa equipa que tem sido a agradavel surpresa do futebol espanhol da década. Os historicos Sevilla e Atletico de Madrid também têm argumentos, os primeiros pelas chegadas de Zokora e Negredo a um onze já de alto nivel e os segundos por não terem perdido Forlan e Aguero. São os representantes na Champions e poderão pagar o preço de uma boa campanha europeia.

 

A partir daqui a lista confunde-se entre possiveis candidatos europeus e as equipas que lutam para nao descer. Numa liga como a espanhola a diferença é tenue e tudo pode suceder. Há os históricos Espanyol, Athletic Bilbao, Mallorca, Zaragoza, Valladolid e Deportivo de La Coruña que procuram um campeonato tranquilo desde o inicio. A armada andaluza com Malaga, Xerez e Almeria e ainda as equipas do norte, Racing Santander, Sporting Gijon e Osassuna, que no ano passado sofreram até ao último jogo para não descer. O Getafe madrileño pode ser uma das surpresas e o Tenerife é uma verdadeira incógnita depois de nos anos 90 ser um habitué dos postos europeus. Em Maio, quando já todos os olhos estiverem no Mundial, muitos ainda estarão a pensar como é que uma equipa com sonhos europeus acaba na segunda divisão. Acontece todos os anos!


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Sexta-feira, 28 de Agosto de 2009

Iker Muniain

Athletic Bilbao

 

Tornou-se no mais jovem jogador de sempre da história do Athletic Bilbao a marcar num jogo internacional. Precisamente o seu segundo jogo como profissional. Um começo de sonho para uma carreira que parece promissora. Muniaín foi a mais recente descoberta da Lezama, escola de formação do Bilbao responsável por nomes tão ilustres como Julen Guerrero ou Julio Salinas no passado. Extremo veloz e hábil, o jovem de apenas 16 anos tem toda a vida pela frente. É a mais jovem promessa do futebol espanhol e tem já todos os olhos do mundo postos em S. Mames.

 

Pedro Rodriguez

Barcelona

 

Depois de Sergio Busquets, o técnico Pep Guardiola prepara mais um trunfo na manga para a temporada que se avizinha. Pedro Rodriguez, mais conhecido como Pedrito em Can Barça, já tinha disputado várias partidas na época passada, mas este ano assume-se como o da sua explosão. Rápido, com bom olho para o golpe imprevisto, Pedrito é o hábil extremo que Guardiola não recebeu no defeso. Sabe que lhe tem de dar tempo mas as exibições na pré-época lançam já o aviso de que Henry terá forte concorrência esta temporada por parte deste canterano de 20 anos.

 

Alberto Bueno

Valladolid

 

Na época passada foi o máximo goleador do Castilla, o clube filial do Real Madrid. Chegou a ser chamado por Juande Ramos para a equipa principal mas num clube sedente de craques nunca há realmente espaço para a cantera. Bueno provou o mesmo amargo sabor que tantos colegas no passado (Negredo, Mata, Granero, Arbeola, ...) tiveram de suportar e teve de sair de casa para procurar afirmar-se. Em Valladolid esperam-se dele muitos golos e Bueno sabe que nas margens do Pisuerga tem a possibilidade de se exibir como nunca e reinvindicar-se como um dos avançados espanhois de maior futuro.

 

Dani Parejo

Getafe

 

Di Stefano disse dele que era o melhor valor a aparecer na formação madrilenha em muitos anos. Depois de uma campanha excelente na equipa juvenil, Parejo tornou-se parte do projecto QPR de Paulo Sousa mas sem grande sucesso. Voltou a Madrid onde foi utilizado algumas vezes por Ramos. Sem espaço numa equipa de estrelas segue o exemplo de Granero e vai para o vizinho Getafe ganhar rotação com a esperança de voltar um dia ao Bernabeu de branco.

 

Nacho Monreal

Osasuna

 

Foi a grande surpresa deste Verão pela chamada de Vicente del Bosque à selecção principal espanhola. O jovem defesa esquerdo teve uma excelente época de estreia ao serviço do Osasuna e numa posição onde os actuais campeões de Europa têm problemas crónicas surge como uma hipótese viável para o próximo Mundial. Tudo dependerá do que este jovem de apenas 22 anos seja capaz de fazer na Liga deste ano. Para já é um dos defesas laterais com mais projecção futura do futebol europeu e ao lado do igualmente jovem César Azpilicueta, um valor seguro para o clube navarro.

 



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O povo brasileiro tem um gosto especial pelo insólito. E quando esse insólito se alia com a sua grande paixão, o resultado quase sempre surpreende o mais desprevenido. Alguma vez se imaginaram a disputar um jogo oficial de futebol no centro do mundo? No Brasil isso é possível, basta ir até Macapá e subir ao relvado do Zerão.

O nome oficial do estádio é Estádio Milton Corrêa - um antigo governador do estado - e até se começou por chamar Estádio Ayrton Senna, mas os nomes oficiais no Brasil servem de pouco. Um país onde todos se conhecem por apelidos, desde o Presidente aos mais celebres desportistas e apresentadores. Os estádios nunca seriam diferentes. O Maracanã, o Morumbi, o Bezerrão...e claro, o Zerão.

A curiosidade que faz deste recinto algo especial é que se encontra exactamente no centro do planeta Terra. Macapá é um pequeno estado brasileiro que faz fronteira com os países a norte. Enclausurado na foz do Amazonas, é das zonas mais pobres e desérticas do imenso Brasil. E tem a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador, a mesma que divide o mundo em dois hemisférios. Ora, nem mais nem menos. O Zerão deve precisamente o seu nome ao ponto zero do planeta. E para comemorar o feito a linha de meio campo dá forma à mesma linha imaginária que divide o mundo. Uma equipa arranca o jogo no Hemisfério norte. Outra no Sul. Só no Brasil.

 

O estádio é também um bom exemplo do Brasil interior e abandonado longe das grandes metrópoles. Obra do governador local, o estádio foi inaugurado em 1990 para provar o seu poder politico na zona. O governador é também presidente do clube da cidade. Mas numa terra pequena e sem meios, o Zerão, apesar do nome imponente, não deixa de exemplificar o seu espirito de abandono. Tem apenas uma bancada com 5 mil lugares, rodeado de um imenso vazio. Mais, os holofotes, estão apontados para a bancada principal, em vez de iluminarem o campo. Como nunca funcionaram bem, não houve problema. Apesar da pompa e circunstância da inauguração, hoje o Zerão vive em estado de abandono. As equipas da zona que o utilizam disputam os campeonatos regionais do Brasil e não há a minima hipótese do recinto encher com uma grande equipa do Rio ou de S. Paulo. Mas quando surgiu foi um fenomeno de popularide. O capitão de equipa do Amapá Clube gostava de dizer que preferia começar o jogo no Hemisfério Norte, onde se sentia "mais civilizado" e terminar no sul, onde "é preciso ter raça para aguentar a vida". Claro que o espaço fisico é o mesmo. Mas a ilusão de um grupo de pessoas que acredita estar no coração do planeta é mágica.

No primeiro jogo oficial o Independente de Amapá venceu por 1-0 o Trem. Começou o jogo no hemisfério norte onde apontou o golo inaugural. Sofreu na segunda parte no hemisfério sul mas aguentou-se bem e venceu. Foi o único encontro do estádio que passou na televisão. Simplesmente não havia condições para emissões com qualidade. Hoje o Brasil prepara-se para receber o seu segundo Mundial. Durante os anos 70 e 80 o governo ditatorial que governou o país investiu milhões a construir estádio imensos no meio do nada que provassem o poder do governo central. Hoje esses estádios estão a cair aos pedaços. Os próprios templos sagrados do Rio e São Paulo não têm as condições minimas para albergar jogos de gabarito mundial. Pelé, no seu estilo de arauto incómodo, avisou já que os 14 estádios aprovados pela FIFA precisam de muitas obras para estarem prontos para receber o Mundial. Mas o país não tem dinheiro para investir, os clubes vivem na bancarrota e num dos países mais corruptos do mundo há pouca gente que esteja disposta a realizar os investimentos de vulto necessários. Mais, os estádios estão vazios. A liga é um caos e os clubes perdem anualmente dezenas de jogadores para a Europa, Ásia e América do Norte. O futebol, amor número um do brasileiro, está ferido de morte e tem agora meia década para sarar as feridas e apresentar o espectáculo que o mundo espera ver da nação que inventou o jogo-bonito. 

 

Quando arrancar a prova em Junho de 2014 todos acreditam que os problemas serão resolvidos e o mundo esquecerá a crua realidade por um mês. Mas quando tudo terminar o Zerão continuará ali, no centro do mundo, abandonado à sua sorte e repleto de misticismo e ilusão. 



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Quinta-feira, 27 de Agosto de 2009

Xavi Hernandez

Barcelona

 

O melhor futebolista do mundo há já dois anos, Xavi Hernandez sofre na pele o fantasma do mediatismo desportivo ignorar os pensadores de jogo para explorar a imagem dos extremos desiquilibrantes como Messi, Iniesta e Cristiano Ronaldo, ou os avançados letais do nivel de Torres, Zlatan ou Rooney. Por isso sabe já que não vai ganhar o Balon D´Or. Mas não existe um futebolista que tenha sido, ao largo dos últimos dois anos, tão decisivo como Xavi. A entrar na etapa final da sua carreira, o catalão ganhou tudo o que havia para ganhar com o Barça e a selecção espanhola mas está empenhado em voltar a coordenar as suas duas orquestras. Pensa o jogo como ninguém, é rápido a ler e letal a decidir. Cada vez mais goleador e decisivo nos momentos criticos da equipa, o Barça pode suportar uma baixa de forma de Iniesta, Messi, Henry ou até da nova aquisição Zlatan. Mas é incapaz de ser igual a si próprio quando não está El Profe

 

Cristiano Ronaldo

Real Madrid

 

96 milhões de razões para acreditar ser o melhor. Pelo menos o mais caro. O Real Madrid abriu os cordões à bolsa e apesar dos muitos milhões gastos em Kaká, Xabi Alonso, Arbeola, Albiol e Benzema, é Cristiano Ronaldo o grande chamariz da liga de este ano. O actual detentor dos prémios de melhor do Mundo terá dificuldade em bater o argentino Messi apesar da excelente época no Manchester United e agora estará mais concentrado em assumir-se como lider do novo Madrid. Um jogador que causa problemas a qualquer técnico e defesa, imprevisivel e inimitável. É o prototipo do futebolista moderno, completo a todos os niveis, mas que por vezes ainda acaba traído pela ambição de ser o melhor...de todos os tempos.

 

Lionel Messi

Barcelona

 

Muito dificilmente lhe roubarão o Ballon D´Or e o FIFA Award de 2009 resultado de uma época extraordinária ao serviço do Barcelona. O jogo de Messi é imprevisivel, veloz e revolucionário e acenta como uma luva no espirito da equipa de Guardiola. Actualmente é - a par de Ronaldo - o mais desiquilibrante futebolista do mundo e a bandeira do Barcelona na era pós-Ronaldinho. Repetir as mesmas exibições do ano passado será complicado mas o argentino quer dar finalmente o salto e arrancar para um ano inesquecivel de blaugrana e com a celeste ao peito.

 

David Villa

Valencia

 

Foi a grande novela do Verão. Cobiçado por Madrid e Barcelona acabou em Valencia apesar das propostas milionárias da Premier que nunca quis ouvir. O clube tentou fazer dinheiro com ele e quando surgiram os milhões de Kaka e Cristiano Ronaldo perdeu a cabeça e pediu 80 milhões pelo principal responsável do ataque da equipa campeã da Europa. Um dos maiores avançados da actualidade, Villa falha assim o salto e tem mais uma oportunidade em Valencia para provar a sua superioridade continuando a deixar o Mestalla a seus pés. E este é ano de Mundial.

 

Diego Forlan

Atletico Madrid

 

Foi o Pichichi da temporada passada e a Bota de Ouro Europeia. Só isso é suficiente para ser uma das maiores figuras da liga das estrelas. Forlan é um avançado letal que goza no Calderon de uma segunda juventude depois dos anos em Old Trafford e do sucesso em Villareal. O dianteiro uruguaio é a arma principal para o Atlético voltar a tentar brilhar na Europa e acabar a liga nos quatro primeiros postos.


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Quarta-feira, 26 de Agosto de 2009

A história do futebol teima em cultivar o seu pequeno grupo de injustiçados. Numa das equipas mais completas que já viram a luz do dia brilhavam uma série de jogadores inigualáveis. Hoje é fácil pegar num artigo e ler sobre o senhorial Baresi, o gentleman Maldini ou a "bailarina" van Basten. Mas quem se lembra bem daquele motor inesquecivel que foi o AC Milan de Arrigo Sacchi sabe que havia um único homem capaz de fazer toda a máquina funcionar: o genial gigante holandês Ruud Gullit.

 

Durante anos os adeptos rossoneros cultivavam o hábito de ir quinzenalmente apoiar a equipa com uma peruca de cor negra repleta de rastas. Um fenómeno de popularidade que diz bem do impacto que Ruud Gullit teve na sua época como estrela milanista. Hoje só se fala da notável defesa montada por Sacchi ou do genial Marco van Basten. Poucos se lembram do papel chave que tinha Gullit na máquina milanesa. E era verdadeiramente a alma da equipa. A alma, o corpo, a força, o carisma...Gullit era tudo num só jogador. Provavelmente um dos elementos mais completos da história do futebol, foi o primeiro jogador livre em campo, capaz de se desmultiplicar em vários papeis no decorrer do jogo sem baixar de rendimento. Ainda hoje é impossível determinar qual era a sua posição. Avançado? Foi certamente um goleador nato e tinha sempre os olhos postos na baliza. Falso avançado? A sua mobilidade para jogar atrás do ponta de lança permitia-lhe um maior controlo sob o jogo e isso sempre se fez notar. Médio criativo? Deram-lhe a mitica camisola 10 quando chegou a S. Siro para ser o novo regista do Milan, mas a sua força sobrehumana rapidamente o tornou maior do que o papel no terreno que lhe tinham dado. Médio box-to-box? Foi o percursor europeu de um tipo de jogador muito popular nas ilhas britânicas, mas que nunca tinha vingado no continente. Até surgir Gullit os jogadores eram muito mais estáticos. Podiam ser rápidos e habilidosos mas nunca mudavam a sua posição no terreno. Desde Johan Cruyff que não se via um jogador tão solto e livre como o holandês. Gullit era a antitese do futebol de Platini, muito mais cerebral, e Maradona, que jogava com base em explosões pontuais. Gullit estava sempre em combustão.

 

Começou a carreira muito novo no Harleem aos 16 anos e rapidamente deu o salto para o Feyennord - onde jogou uma época ao lado de Cruyff - mas foi no PSV que destacou rapidamente tornando-se num fenomeno de popularidade na Holanda, muito antes de van Bastan, Rijkaard e companhia. A sua origem caribenha (o pai era um emigrante do Suriname, antiga colonia holandesa) notava-se nos traços mas também na alegria de jogar. Era um elemento em constante sintonia com o público, divertido e provocador, o primeiro de uma escola de pensadores livres em campo. Na Holanda era um entre muitos, mas quando chegou em 1987 a Itália rapidamente fez furor. Hoje em dia é dificil perceber o impacto que causou, mas ele foi o verdeiro elemento revolucionáiro do mitico AC Milan ofensivo de Sacchi. Nas primeiras jornadas Sacchi apostou em colocar Gullit atrás da dupla van Basten-Virdis, mas a lesão do primeiro deu mais liberdade ao poderoso número 10. O holandês liderou a equipa à conquista do primeiro Scudetto em nove anos, com vários golos e assistências decisivas. A ausência do popular van Basten fez dele a figura da equipa e o lider do balneário. O seu impacto foi tal que, mesmo estando o Milan fora da Europa, acabou por ganhar o Ballon D´Or de 1987 à frente de Butrageño, o patrão da Quinta del Buitre, e Paulo Futre que acabara de se sagrar campeão europeu com o FC Porto. 

 

O sucesso retumbante de Gullit foi apenas a primeira etapa na sua inesquecivel carreira. No final do ano a Holanda deslocou-se à RF Alemanha para disputar o Europeu. Era a primeira vez desde 1978 que os holandeses estavam numa prova internacional e não eram os favoritos. Ao lado de van Basten, já recuperado, Rijkaard, Koeman, Kift e Muhren, o gigante holandês liderou a selecção das tulipas treinada pelo mitico Rinus Mitchels. Na fase de grupos venceu Irlanda e Inglaterra tendo caido aos pés da favorita URSS. Nas meias finais duelo com a equipa da casa, a super-favorita Alemanha. Gullit foi o patrão holandês do principio ao fim e desenhou o triunfo confirmado pelo génio de van Basten. Na grande final, num jogo de novo contra a União Soviética, os holandeses tinham o público contra si e poucos apostavam que a equipa pudesse bater Belanov e companhia. Aos 39 minutos o holandês utilizou todo o seu engenho para enganar a defesa e apontar o golo inaugural. Mais uma vez ficou ofuscado pelo golo genial de van Basten mas quem acabou por erguer o único trofeu até hoje conquistado pela selecção laranja foi mesmo o mágico número 10. Era o consagrar de um ano que ainda se iria tornar mais brilhante. Apesar de perder o campeonato para o Napoli de Maradona, Gullit voltou a liderar a equipa na Europa e na final contra o Steaua apontou dois dos 4 golos com que os holandeses venceram o encontro. Antes tinha ficado uma inesquecivel vitória por 5-0 contra o Real Madrid. Um trofeu que a equipa manteria no ano seguinte, às custas do Benfica. Na época seguinte uma lesão grave no joelho manteve-o quase sempre afastado dos relvados e quando chegou o Mundial de Itália a sua condição fisica estava longe de ser a melhor. A Holanda ressentiu-se e não passou dos oitavos de final.

 

A arrancar os anos 90 Gullit continuava a ser uma das grandes estrelas mundiais. Em Itália logrou mais dois Scudettos pelo AC Milan em 1992 e 1993 mas a derrota nas meias finais da Champions de 1991 contra o Olympique Marseille e a chegada ao banco de Fabio Capello começaram a mexer com a carreira do holandês. O novo técnico preferia outro estilo de jogadores e Gullit passou a maior parte do tempo no banco. No entanto ainda tinha futebol nas pernas como provou no excelente Euro 92, onde levou a Holanda até ás meias finais. Na época seguinte o Milan chegou de novo à final da Champions mas Gullit nem foi convocado. Era o transbordar do copo de água. No final do jogou anunciou ter assinado surpreendentemente com a Sampdoria. Em Genova passou dois anos notáveis ao lado de Mancini cotando-se como um dos melhores do Mundo, precisamente quando outros grandes da sua época aurea, Maradona e van Basten, caíam em desgraça.

 

Em 1995 saiu do Calcio, onde actuava há já oito anos, para provar sorte como no Chelsea. A equipa londrina vivia então na metade baixa da tabela da Premier e coube ao holandês lançar a base de um projecto que se viria a revelar ganhador. Na época em que os melhores jogadores do Mundo começavam a chegar a Inglaterra (Klinsmman, Ginola, Cantona, Kanchelskis, Asprilla, Bergkamp, Zola entre outros), o veterano mantinha o seu nivel bem alto. A saída de Glenn Holde abriu-lhe as portas do banco e levou-o a dar o primeiro titulo em décadas ao Chelsea, a FA Cup de 1997. Foi o primeiro técnico não britânico a lograr o feito e logo no seu primeiro ano como treinador. No entanto a promissora carreira como técnico não resultou como esperado. Despedido no ano seguinte por divergências com a direcção, as passagens por Newcastle e Feyenoord não foram bem sucedidas. Depois de anos parado tentou relançar a carreira nos L.A. Galaxy mas aí também não teve sucesso. Mas o seu nome e imagem eram já imortais.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 21:14 | link do post | comentar

No final dos anos 90 a liga espanhola suplantou o Calcio e assumiu o posto de campeonato europeu número um. A imprensa local, na sua habitual humildade, assumiu-se como detentora da Liga das Estrelas. Até meados da década foi assim até que a Premier subiu ao primeiro posto. Hoje o campeonato inglês continua a ser, para muitos, o melhor. Mas é indudável que não há constelação de estrelas como a que habita os campos espanhois.

 

Messi, Iniesta, Henry, Zlatan, Xavi, Dani Alves, Puyol, Cristiano Ronaldo, Kaka, Benzema, Xabi Alonso, Casillas, Luis Fabiano, Kanoute, Villa, Mata, Forlan, Aguero, Nilmar, Cazorla, Llorente e tantos outros nomes próprios fazem de La Liga a prova com mais nomes próprios do mundo futebol. Apesar do fosso cada vez maior entre os grandes Madrid e Barcelona e os rivais. Apesar da gravissima crise financeira que já podia ter custado caro a muitos históricos uma descida aos infernos. Apesar da guerra da distribuição dos direitos televisivos...apesar de tudo isso o espectáculo que arranca sábado tem este ano umas proporções impensáveis. Aos craques já militavam os campos espanhois chegaram o melhor da Premier, da Serie A, da Ligue 1 e tantos outros nomes próprios que até se perde a conta. Um campeonato onde a rivalidade entre as duas grandes cidades parece ofuscar todos os outros, especialmente quando de um lado está a melhor equipa do planeta e do outro o projecto milionário de Florentino Perez.

 

Em ano de Mundial, prova que a Espanha nunca venceu e para a qual parte favorita, todas as atenções vão estar concentradas no país vizinho. Saber como reage o Barça de Guardiola ao seu segundo ano, como Pellegrini consegue fazer de estrelas um conjunto sólido ou saber se Valencia, Villareal, Atlético e Sevilla estão tão longe como parecem dos grandes é um desafio delicioso. As apostas estão divididas a todos os niveis e apesar de tudo não há favoritos a nada. No fundo da tabela há regressos de históricos e estreias mas o fosso hoje em dia é cada vez maior e metade das equipas em prova vão lutar para não descer. É o lado mais obscuro de uma prova que quer ombrear com a Premier League mas que ainda não conseguiu o equilibrio necessário a afirmar-se como algo mais do que um espectáculo estrelado onde os outros se tornam pequenos figurantes de circunstância. Enquanto as estrelas brilhem, os espanhóis continuaram a assobiar para o lado...até quando?


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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 14:24 | link do post | comentar

Foi uma das escolas do bom futebol europeu mas há décadas que vive afastada dos grandes palcos. 14 anos depois, a Hungria volta a entrar pela porta grande na elite do futebol do Velho Continente. O sonho do Debrecen só agora começou.

 

Em 1995 o histórico Ferencvaros, o mais celebre clube do futebol hungaro, estreou-se na versão actualizada da Champions League. O histórico clube hungaro chegou à fase de grupos depois de eliminar na pré-eliminatória os belgas do Anderlecth e apesar de um bom resultado frente aos suiços do Grashoppers, acabaram batidos pelo Real Madrid e Ajax e foram eliminados. Até hoje nunca mais nenhuma equipa hungaro tinha estado sequer perto de entrar na prova dos milhões. Até hoje.

 

A despromoção do histórico Ferencvaros por problemas financeiros abriu as portas ao reinado do rival Debrecen. Clube de uma pequena cidade com um modesto estádio onde cabem menos de 10 mil pessoas, poucos acreditavam que seriam os Loki a devolver o prestigio perdido ao futebol magiar.

A equipa orientada por András Herczeg é hoje a máxima potência hungara mas só foi promovida da segunda divisão em meados dos anos 90. Desde então conquistou duas taças e quatro ligas, incluindo a da época transacta onde bateu o rival MTK Budapest e o histórico Honved. Nos últimos cinco anos só perdeu a prova em 2007/2008 mas na Champions League nunca tinha passado da segunda fase a eliminar, exceptuando a sua primeira participação onde caiu aos pés do todo poderoso Manchester United. Até hoje. Hoje, dia de festa na pequena localidade, dia de festa no país. A nova lei de Michel Platini abriu as portas a que o clube pudesse evitar um tubarão e sonhar com repetir um feito que já parecia apagado no tempo.

 

A equipa entrou em prova ainda em Julho para disputar a primeira pré-eliminatória com os suecos Kalmar FC. Eliminados na época anterior por outra equipa sueca, o Elfsborg, havia muita desconfiança à volta das opções do técnicos. No primeiro jogo em casa venceu por dois a zero mas na semana seguinte sofreu até ao último segundo para garantir o apuramento ao perder por 3-1. Venceu graças ao golo da vedeta Varga apontado quando os suecos já celebravam o apuramento. Seguiu-se o desafio contra o Levadia Tallin. Em dois jogos duas vitórias pela minima com golos de Coulibaly, a estrela do ataque, e Leandro. Estavam superados os dois primeiros rivais, faltava o jogo decisivo. Do outro lado o Levski Sofia, clube que no ano anterior tinha caído aos pés do desconhecido BATE Barisov da Bielorrusia e falhara o apuramento para a fase de grupos nos últimos minutos. Um duelo temivel entre dois campeões de países historicamente afastados da ribalta há largos anos. Só um deles poderia vencer. Em Sofia a equipa hungara sofreu a bom sofrer, mas aos 76 minutos o letal Czitkovics rematou sem apelo nem agravo para o decisivo 2-1. Uma vantagem de ouro para o encontro final em casa. Na Hungria não se falava noutra coisa. Com a selecção a viver a euforia de disputar o apuramento taco a taco com Portugal, Dinamarca e Suécia para o Mundial, uma presença do clube campeão na Champions era o coroar de uma nova era do futebol magiar.

 

Com o pequeno Stadio Olah Gabor cheio, o conjunto vermelho e branco arrancou a toda a força. Em campo todas as estrelas da companhia. A dupla ofensiva Coulibaly-Czivtkovics, o pensador Varga, o rápido Meszaros, os brasileiros Leandro e Luis Ramos e o infranqueável Vukasin Polesick. Só faltava mesmo o suspenso Zoltan Kiss, menino querido dos adeptos. Aos 13 minutos um golpe seco de Varga selou o destino da eliminatória. Um golo memorável que levou o estádio à loucura. Poucos minutos depois Gergely Rudolf fez também o gosto ao pé e ampliou a vantagem para 2-0. Os bulgaros não tiveram poder de reação. A segunda parte foi um festim dos jogadores hungaros mais a pensar nos rivais que o sorteio de amanhã lhes pode ditar do que propriamente no jogo já ganho. No final a euforia tomou conta das bancadas e há quem sonhe em receber o Real Madrid de Cristiano Ronaldo. Como um adepto que disse esperar agora que o Debrecen continue a fazer história e ganhe aos poderosos do futebol. Depois de uma noite mágica tudo é permitido!



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 10:49 | link do post | comentar

Terça-feira, 25 de Agosto de 2009

está online a nova versão actualizada do Futebol Magazine.

 

Desenhado para ser a primeira revista online portuguesa dedicada totalmente ao beautiful game, o Futebol Magazine é uma publicação onde vários autores de distintos blogs colaboram através da publicação dos melhores textos sobre futebol nacional e internacional da blogosfera. No entanto, mais do que um simples agregador, o Futebol Magazine é um espaço de criação, discussão e analise único num país dividido entre a imprensa fortemente clubistica. Aqui o centro da discussão não são os protagonistas...é o próprio jogo!

 

Textos de analise, artigos de opinião, noticias e rumores, analises ao mercado de transferências, recordações de velhas lendas e antevisão de futuros craques. Tudo isso podem encontrar nas páginas do site que não se fica por aí. Galerias de imagens, videos actualizados, sondagens e tabelas e classificações tornam o FM um site actual e dinâmico onde diariamente poderão ler o que de melhor se escreve sob futebol em Portugal.

 

Com uma equipa editoral de renome e experiência onde pessoalmente assumo o papel de coordenador principal o Futebol Magazine é um centro de convergência para os bloggers portugueses amantes de futebol. Um espaço aberto a todos os amantes do desporto-rei, bloggers ou não, que queiram colaborar com textos analiticos e únicos capazes de dar ainda mais cor a um espaço que se assume como diferente das habituais publicações desportivas nacionais, mais viradas para o clubismo do que propriamente para o jogo em si.

 

A publicação de actualização diária conta ainda com a colaboração de vários weblogs e sites portugueses de renome e um trabalho de constante busca dos mais interessantes textos publicados em Portugal. Se têm interesse em colaborar com o projecto o FM é sempre uma porta aberta para dar voz aqueles que acreditam que o jogo é algo mais do que simples 90 minutos.

 

Para os amantes de uma outra visão sobre o mais belo desporto queremos ser uma visita indispensável.

 

Por tudo isso, sejam bem vindos ao Futebol Magazine 2.0.


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publicado por Miguel Lourenço Pereira às 10:38 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Segunda-feira, 24 de Agosto de 2009

Quem perdeu horas apaixonado pelas contagiantes páginas do vibrante Fever Pitch de Nick Hornby conhece bem a irreverência e arrogância de um dos mais talentosos desportistas nascidos na Irlanda. Durante quase uma década foi o rei e senhor de Highbury Park passando depois mais dez anos a provar que há britânicos que funcionam na liga italiana. Hoje em dia desconhecido da maioria do grande público, Liam Brady é um icone do futebol dos anos 70 e 80, espelho de uma era onde o jogo tinha um espirito diferente.

 

Hoje em dia o Arsenal é o embaixador do bom futebol mas nem sempre foi assim. Durante os anos 70 eram a equipa mais maçadora de Inglaterra e em campo havia sempre 10 "broncos" e...Liam Brady. O jovem extremo irlandês era um regalo aos olhos para os adeptos de Highbury, habituados a ver a equipa perder e jogar mal. Com o extremo conseguiram uma vitória na Taça de Inglaterra em 1979 (com um golo no último minuto diante do Man Utd) e chegaram no ano seguinte à final da Taça das Taças (perdida nos penaltis com o Valencia). Foram os pontos altos de uma época negra para os gunners que mesmo assim se renderam ao estilo de jogo quase arrogante e pretencioso do médio que deixava loucas as fãs e era o espelho perfeito do rebelde dos relvados britânicos, na escola de Best, antes, ou Gascoine, anos depois. Nascido em Dublin, chegou com 15 anos ao Arsenal depois de descoberto pelos olheiros irlandeses do clube. A sua estreia com 17 anos foi prometedora mas os dois primeiros anos como profissionais complicados. A grande explosão começou a partir de 1974. Tornou-se no heroi das bancadas de Highbury e no unico elemento decisivo numa equipa onde faltavam jogadores de nivel e que passava a época a metade da tabela, bem longe dos grandes do norte (Liverpool, Aston Villa, Leeds, Man Utd ou Nottingham). Foi nas meias finais da Taça das Taças de 1980 que Brady destroçou a Juventus, fazendo com que Giovanni Trapatonni apostasse nele para a época seguinte. Foi uma transferência recorde mas poucos esperavam que o irlandês brilhasse em Turim.

 

Mas ao contrário das expectativas Brady foi bem sucedido. Em dois anos de bianconero venceu duas ligas, tornando-se numa das figuras maiores do Calcio. Em 1982 apontou na última jornada o golo do titulo e levou os adeptos ao delirio. Só que a chegada de Platini obrigou-o a sair da equipa, acabando por rumar a Génova onde brilhou igualmente ao serviço da Sampdoria durante dois anos. Em 1984 voltou a um grande, desta feita o Inter de Milão, mas estava já no ocaso da carreira. Na cidade dos Sforza não vingou e depois de um ano no modesto Ascoli voltou a Londres onde se tornou no idolo dos adeptos do West Ham Utd que invadiram o campo no dia da sua despedida. Em 1990 passou a treinador mas nunca viveu uma experiência de sucesso no banco - a pior etapa passou-a no Celtic de Glasgow - tendo no entanto recuperado o seu prestigio em Highbury onde é há dez anos o responsável da formação de jogadores, padrinho da escola de talentos de Arsene Wenger e responsável pelo crescimento de alguns dos mais brilhantes jogadores que os gunners lançaram na última década.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 08:46 | link do post | comentar

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