Terça-feira, 30 de Junho de 2009

Era previsivel face o rumo tomado desde os últimos anos por parte da direcção portista. Antes das previstas saídas de Bruno Alves e Lisandro Lopez, o FC Porto preferiu aceitar a oferta do Olympique Marseille pelo médio argentino Lucho Gonzalez. O valor, 18 milhões de euros (poderá chegar até aos 24). O futuro? Hipotecado. Uma vez mais.

 

El Comandante foi nos últimos quatro anos o patrão do meio campo portista. Chegou pela  em 2005 (depois de uma longa negociação com o River Plate) e desde logo se impôs pela excelente visão de jogo e a rapidez nas transições. Numa equipa orfã de um lider de meio campo (Diego não vingou) o argentino tomou a batuta daquele que viria a tornar-se no onze tipo do técnico holandês Co Adriaanse, assumindo-se como elemento nuclear da equipa campeã. A partir daí o seu nome tornou-se obrigatório em cada época e a influência de Lucho Gonzalez tal, que rapidamente também se tornou num dos capitães de equipa. Um feito para um jogador com tão pouco tempo de casa, espelho da orfandade que vivia a equipa relativamente a figuras de larga história no clube, mas também do caracter de lider do médio. Durante a sua etapa no FC Porto, o médio jogou pela sua seleção com alguma regularidade (foi ao Mundial da Alemanha) e viveu nas três primeiras épocas o seu momento áureo, tendo sido em 2007/2008 eleito o jogador do Ano da Liga. No final da época transacta transpareceu o desejo de sair mas, tal como o compatriota Lisandro Lopez, ficou para conquistar o Tetra. Uma lesão muscular contra o Manchester United obrigou-o a dizer adeus cedo ao resto da época. Nesse encontro, aquele que era considerado por muitos como o melhor jogador a actuar em Portugal, despediu-se do clube que o apresentou ao futebol europeu que agora continuará a segui-lo no mitico Velodrome por pedido expresso de Deschamps, que vê no argentino um jogador de traço similar ao seu.

 

E agora, na Invicta, o que vai acontecer?

Como se tem visto nos últimos anos o FC Porto volta a por os interesses financeiros por cima dos interesses desportivos e continua a desmantelar as equipas campeãs, despojando-as dos seus melhores elementos. Enquanto a lista de emprestados aumenta de época para época, para tapar o imenso buraco financeiro resultado de uma péssima gestão da SAD azul e branca, vão-se vendendo todas as jóias. Sob o pretexto de que os jogadores querem dar "um passo" na carreira, o clube da Invicta vai realizando apeteciveis negócios para a tesouraria, mas sem efeitos positivos no plantel.

A venda de Lucho Gonzalez é um bom negócio. Um jogador com 28 anos e que chegou há quatro temporadas por 10 milhões de euros valoriza-se agora praticamente no dobro e evita ao clube pagar um dos salários mais altos do futebol português. Se o futebol fossem só números, a SAD portista estaria de parabéns. Lucho era um elemento que há muito tinha manifestado vontade de dar o salto e evitar um problema de balneário e lucrar com isso é, à primeira vista, um acto licito.

 

À primeira vista.

A venda de Lucho tem consequências devastadoras para a equipa orientada por Jesualdo Ferreira. Ao contrário do que se verificou ao largo dos anos 80 e 90, hoje em dia Jorge Nuno Pinto da Costa perdeu o total controlo sob a orientação desportiva azul e branca. Vender um elemento da importância de Lucho sem ter um substituto á altura é um tiro no pé que dificilmente irá sarar. O Werder Bremen - para colocar um exemplo bastante similar - vendeu a sua maior joia, Diego, mas durante o ano foi preparando o seu sucessor, nada mais nada menos que o melhor jogador do último Europeu sub21, Mezut Ozil.

No Dragão quem foi preparado para tomar rédea da batuta do maestro argentino? Num clube com um défice de criatividade brutal desde a saída de Deco (e piorada com as súbitas vendas de Diego e Anderson, únicos capazes de sarar a ferida da saída do "Magico") em nenhum momento houve a preocupação de preparar o testemunho. Uma situação aliás que se verifica com Bruno Alves (tanto Maicon como Nuno André Coelho são jovens promessas mas sem experiência na casa e sem transição efectiva no plantel) e Lisandro Lopez (Orlando Sá e Varela são jogadores muito distintos ao argentino). Hoje em dia o plantel azul e branco tem um meio campo cujo o nivel está na metade de tabela. Raúl Meireles, Mariano Gonzalez, Tomas Costa, Guarin e Fernando não podem ser os elementos que Jesualdo Ferreira tem para atacar o Pentacampeonato.

 

Vender jogadores é natural numa instituição desportiva, especialmente se é tão mal gerida como o FC Porto.

Mas fazê-lo sem preparar um sucessor é destruir um projecto de futuro da forma mais irresponsável. Nem nas camadas jovens azuis e brancas nem nas contratações anunciadas há sinal de alguém que possa assumir o peso da responsabilidade de liderar o onze portista em campo. Uma contratação de renome não apagará a falha de manter a continuidade, algo preocupante se temos em conta que a saída de Lucho (como a de Lisandro ou de Bruno Alves) há muito que se previa. Não ter contratado nenhum jogador no ano passado ou no inicio da pré-temporada já tendo essa situação resguardada, permitindo que fosse feita a ponte como sucedeu no passado com Gomes e Domingos, Zahovic e Deco, Paulo Ferreira e Bosingwa ou Vitor Baía e Helton, jogadores lançados na primeira equipa a tempo de beberem do homem que acabaram por suceder a mistica do clube, é um erro.

Enquanto que os rivais não abdicam dos jogadores elementares e se preparam para reforçar em posições chaves, o FC Porto vai vendendo caro, contratando barato e esperando que a mesma fórmula de sempre e os tropeções rivais levem os adeptos aos Aliados em Maio. Um hara-kiri que poderá custar caro aos dragões mas que infelizmente já deixou de ser uma novidade.  

 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 21:45 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Numa prova que já consagrou para a posteridade quando ainda viviam no desconhecido gigantes como Laurent Blanc, Luis Figo ou Andrea Pirlo, o Europeu sub21 2009 voltou a reservar-nos uma lista de imensas promessas, algumas das quais já de alto gabarito, capazes de entusiarmar o mais fanático dos adeptos.

 

Entre a poderosa armada sueca, os eficazes britânicos ou as históricas Itália e Alemanha podemos descobrir referências obrigatórias para comprovar nos próximas anos as boas indicações que deixaram nos relvados suecos este Verão.

 

Guarda Redes

Michael Neuer

 

O seu opositor inglês, Joe Hart, é de facto um enorme guarda-redes mas o guardião britânico foi um gigante neste europeu. Quando todos criticam o estado da baliza da Mannschaft  Michael Neuer prova que só precisa que lhe dêm uma oportunidade para se afirmar definitivamente como o guarda-redes número 1 da Alemanha. Um jogo sensacional com a Itália, uma prova de imensa regularidade e uma série de jogos sem sofrer golos fizeram dele indiscutivelmente o salvador da equipa campeã da Europa nos momentos mais complicados.

 

Defesa Direito

Anders Beck

 

O lateral alemão continua a brilhante tradição germânica de criar defesas laterais de imenso poderio ofensivo. O seu golo monumental à Itália na meia final foi um hino ao futebol mas Beck foi sempre o mais regular do eixo defensivo germânico. Herdeiro da escola de Markus Babbell, o lateral do Hoffenheim que nasceu na longinqua Sibéria foi uma das revelações do ano da Bundesliga provando todo o seu potencial com um grande torneio.

 

Defesa Esquerdo

 Kieron Gibbs

 

Lançado por Arsene Wenger às feras, o jovem inglês não defraudou. Este ano estreou-se pelos gunners na Champions League e viveu os últimos dias do ano com a culpa dos golos que ditaram a eliminação da equipa. Mas na Suécia foi um lateral sempre seguro, rápido nas incorporações defensivas e um dos melhores elementos dos Pross. Como os colegas, na grande final, esteve uns furos abaixo mas isso não apaga a brilhante prova realizada. 

 

Defesas Centrais

 Micah Richards e Mattias Bjärsmyr

 

Representam o que de melhor se viu neste Europeu. Centrais versáteis e sólidos capazes de jogar bem atrás e ser decisivos no apoio aos colegas. Micah Richards é um colosso da natureza, que tanto pode liderar o centro da defesa como tornar-se num hábil lateral direito. Bjarsmyr é o clássico central sueco de fino corte e fisico potente. Viu a sua brilhante campanha apenas manchada pelo infeliz auto-golo na meia final.

 

Richards foi um lider entre os lideres nos Pross. Excelente performance coordenando sempre o eixo defensivo onde coincidiu com os colegas de equipa no Manchester City Hart e o promissor Nedum Onuoha, o que lhe permitiu jogar sempre de forma tranquila. Excelente nas transições de bola utilizou o fisico para funcionar como marcador implacável ao mesmo tempo que nos lances ofensivos se incorpou rapidamente ao ataque britânico com sucesso.

 

Bjarsmyr esteve em grande destaque depois de mais uma brilhante época no campeonato local. Foi o responsável por que a equipa sueca tivesse uma das melhores prestações da sua história e é já visto como o central de futuro da equipa nórdica, o sucessor natural de Ollof Mellberg.

 

Médio Defensivo

 Luca Cigarini

 

Uma das mais saudáveis descobertas da prova, Cigarini é um verdadeiro herdeiro dos clássicos médios centro italianos. Lançado por Claudio Ranieri no AS Parma trocou a equipa parmesã pela Atalanta onde foi chave para a excelente época do clube de Bergamo. Com um fino trato de bola e uma notável visão de jogo, formou junto com Giovinco um excelente meio campo sob o comando de Casiraghi.

 

Médio Direito

Rasmus Elm

 

O rei das assistências do torneio, Elm é um dos pilares desta excelente geração de jogadores suecos que provaram em casa que são uma potência emergente do futebol de formação. Rápido a ler o jogo, excelente nos lances de bola parada, Elm foi o principal municiador da dupla Berg-Toivonen, e conseguiu manter o ritmo que o levou a realizar uma notável época no Kalmar onde se sagrou campeão. É um dos três mágicos irmãos Elm (os outros David e Viktor jogaram com ele no Kalmar tendo o segundo já assinado pelo Heerenvan) e uma das grandes esperanças dos suecos para o futuro.

 

Médio Esquerdo 

Mezut Ozil

 

Foi o fiel da balança da compacta equipa germânica que logrou o passaporte até á grande final onde goleou por 4-0 a Inglaterra. Ozil já tinha ameaçado com a grande época realizada no Werder Bremen que era um nome a ter em conta mas depois da infeliz final da Taça UEFA o seu nome perdeu algum peso. Hrubesch deu-lhe a batuta da Mannschaft e o jovem de ascendência turca não o defraudou. Grande campeonato coroado com duas assistências para golo e um remate fabuloso na final que confirmou a superioridade germânica.

 

Médio Avançado

Sebastian Giovinco

 

O pequeno diabo italiano não foi tão explosivo como se previa - no jogo decisivo contra a Alemanha lutou muito mas nenhum momento de génio seu foi suficiente para salvar a azzurra - mas mesmo assim provou que é o regista de futuro do Calcio. Excelente técnica, toque portentoso e um remate forte e colocado são a image de marca do homem que na Juventus está tapado por Diego e Del Piero e que precisa desesperadamente de encontrar um clube onde se afirme para não passar ao lado de uma grande carreira desportiva.

 

 

Pontas de Lanças

Marcus Berg e Roberto Acquafresca 

 

Berg tornou-se este Verão no avançado da moda. Acquafresca há muito que é uma das grandes promessas italianas. Ambos têm parceiros de luxo (Toivonen que já brilha no PSV e que é também ele um jogador com futuro brilhante e o instável Ballotelli) mas nesta prova brilharam mais do que qualquer outro.

 

Marcus Berg já joga fora da sua Suécia natal (no Groningen holandês) mas só agora parece ter verdadeira explodido. Os seus sete golos consagraram-no como o goleador da prova mas foi o seu sentido de oportunidade que fez dele a grande figura da equipa anfitriã. Um jogador que dificilmente continuará a jogar no campeonato holandês e de quem se espera que seja o parceiro ideal para Zlatan Ibrahimovic.

 

Roberto Acquafresca parece ser o mal amado do futebol italiano. Apesar de ser formado no Inter, que o contratou ao Torino em 2005, o técnico José Mourinho parece não contar com ele (ao contrário do problemático e menos eficaz Balloteli) e abriu-lhe as portas da casa obrigando o dianteiro a procurar no Cagliari um novo lar. Este ano apontou 14 golos na Serie A e face à crise de avançados da azzura é uma lógica opção de futuro para Lippi. 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 20:30 | link do post | comentar

Inimaginável há dois anos atrás, inevitável hoje.

 

A Alemanha confirma-se definitivamente como a potência europeia número 1 no futebol de formação. Um dominio avassalador nos últimos 11 meses que se traduziu num tri histórico. Nunca nenhum país tinha conquistado no mesmo ano as três provas máximas de selecções europeias de formação. A vitória categórica por 4-0 diante da favorita Inglaterra deu aos germânicos o seu primeiro titulo de sub21, vinte e cinco anos depois de ter estado na última final, perdida precisamente com os Pross. E permitiu à federação alemã fazer história. Campeões da Europa de sub17, sub19 e agora sub21.

Num país cujo futebol de formação viveu uma crise profunda nos últimos dez anos, todos se surpreendem com esta rápida metamorfose. A resposta da DBF baseou-se em acabar com velhos preconceitos. No relvado de Gotteborg ontem havia jogador com a camisola alemã das mais variadíssimas procedências. Imitando o exemplo francês que tanto sucesso deu aos Bleus, hoje em dia a selecção alemã é uma eficaz Torre de Babel. Avassaladores sobre o terreno de jogo, os alemães não perdoaram a falta de eficácia britânica. Os ingleses até entraram melhor - eram os favoritos e estavam dispostos a demonstra-lo - mas a teia montada por Hrubesch foi fatal ás aspirações de Stuart Pearce. O truque alemão esteve no posicionamento a meio campo de Matt Hummels, central de grande projecção que ajudou a travar o ataque inglês dando total liberade ao trio ofensivo comandado por Mezut Ozil. O jovem criativo do Werder Bremen foi o maestro que conduziu a orquestra alemã. Foi dos seus pés que saiu a assistência para o primeiro golo (aos 23 minutos quando a Inglaterra ainda dominava) de Gonzalez Castro, futuro reforço do Bayern Munchen. O mesmo Ozil ao abrir o segundo tempo apontou o segundo tento num livre directo que praticamente matou o encontro. E a decisão do titulo.

 

A Inglaterra nunca soube reagir à pressão alemã a meio campo. O onze dos Pross apostou tudo na velocidade de Theo Walcott - nesta prova uns furos abaixo do que se esperava dele - face à ausência por suspensão da dupla Agbonlahor-Campbell. E não funcionou. O timing perfeito de coordenação da defesa alemã neutralizou o ataque inglês As baixas no conjunto inglês revelaram-se decisivas. Loach não soube estar à altura de Joe Hart - também ele suspenso - e foi presa fácil para o hábil ataque alemão. No segundo tempo foi a vez de Sandro Wagner se transformar na estrela do jogo. O substituto de Askhan Dejagh foi uma seta apontada ás redes de Loach. À primeira falhou, após outra desmarcação genial de Ozil, mas nos últimos minutos não perdoou e de rajada passou o marcador para 4-0. Uma derrota humilhante com a maior diferença de golos da história das finais dos Europeus de sub21.

Uma licção de táctica de uma Alemanha que foi em crescendo ao longo da prova face a uma Inglaterra que não soube conviver com as importantes baixas e que de grande favorita acabou por tornar-se na vitima perfeita desta rejuvenescida Mannschafft, a grande nova potência jovem europeia.


Categorias: ,

publicado por Miguel Lourenço Pereira às 08:43 | link do post | comentar

Segunda-feira, 29 de Junho de 2009

Com o final de mais uma edição da Taça das Confederações, e deixando à parte todas as polémicas relativas à (fraca) organização local, resta-nos olhar para trás e relembrar o que de melhor se pôde apreciar durante as semanas de competição que acabaram por coroar o Brasil campeão pela terceira vez.

 

Foram 11 Magnificos entre um exército pouco deslumbrante, onde as grandes estrelas estiveram uns furos abaixo do esperado (a longa época passou factura) e que deixou alguns nomes na retina para confirmar no próximo ano quando já for uma competição verdadeiramente a doer. 

 

Guarda Redes

Tim Howard

 

O guardião norte-americano que teve uma passagem para esquecer pelo Manchester United é hoje um precioso seguro de vida para o Everton de David Moyes. No momento mais alto da sua carreira, Howard provou que os Estados Unidos possuem uma linha defensiva praticamente intransponível. A sua exibição diante da Espanha foi épica, parando tudo o que havia para parar. Apesar dos seis golos sofridos nos dois jogos com o Brasil esteve impecável em ambos os encontros. Um jogador já veterano e com muita experiência que foi pedra base para a espantosa campanha da equipa norte-americana.

 

Defesa Direito

Jonathan Spector

 

Uma das agradáveis surpresas da prova. O jovem lateral direito que milita no West Ham United foi sempre um dos elementos mais seguros do onze norte-americano. Esteve a excelente nível em todos os encontros e foi dele o cruzamento letal para o primeiro golo americano na final. Tem toda a carreira à sua frente e o seu valor triplicou depois da viagem à Africa do Sul não sendo de esperar que dure muito tempo em Upton Park.

 

Defesa Esquerdo

André Santos

 

Foi sempre o sacrificado por Dunga para lançar os ataques venenosos de Daniel Alves, mas a verdade é que o lateral esquerdo foi sempre dos melhores jogadores em campo nos encontros disputados pela canarinha. Com o Brasil a viver um complexo problema com a sucessão de Roberto Carlos (já passaram pelo posto seis jogadores), o jovem defesa que actua no Corinthians foi um perfeito seguro de vida, tendo sido apenas victima do protagonismo da dupla Maicon-Daniel Alves, incompativel no lado direito do onze canarinho.

 

Defesas Centrais

Lúcio e Onyewu

 

Foram os pilares defensivos das equipas finalistas, decisivos em todos os momentos em sem responsabilidades nos lances de golo. Lúcio está no culminar de uma carreira brilhante. É o grande patrão do Brasil, homem de confiança de Dunga, e o lider indiscutivel do balneário. O central do Bayern Munchen esteve sempre em grande plano e coroou a magnifica prova com o golo vitorioso na final. 

 

O norte-americano Onyewu foi uma surpresa para muitos. Actua - está em final de contrato - no Standard de Liege de Boloni que se sagrou campeão belga e foi sempre uma muralha instransponível. Na meia final contra a Espanha anulou por completo Fernando Torres enquanto que no jogo com o Egitpo não deu nunca espaços à equipa rival. Na final foi apenas batido no confuso lance do 2-2 tendo tido uma exibição imaculada no restante desenrolar do encontro.

 

Médio Defensivo

Felipe Melo

 

Felipe Melo é o braço direito em campo de Dunga. O jovem médio da Fiorentina assumiu-se de estaca neste onze, superando Anderson e Elano na corrida à titularidade. Ao lado do veterano Gilberto Silva é o elemento mais móvel da dupla defensiva no meio campo, responsável pelas rápidas transições de jogo para Kaká e companhia. Foi sempre constante em todos os encontros e nunca hesitou em ajudar o ataque para criar desiquilibrios. Uma pérola do Brasil mais cinico.

 

Médio Direito

Xavi Hernandez

 

É sempre o motor da selecção espanhola. No dia em que não carburou a 100% viu-se o resultado. A campeã da Europa chegou cheia de pompa mas saiu da África do Sul com um sofridíssimo terceiro posto. Dominou o grupo a belo prazer graças ao trabalho de Xavi, que serviu sempre na perfeição a letal dupla ofensiva. No jogo das meias finais Xavi esteve apagado - notou-se o cansaço da época e o meio campo improvisado por Del Bosque - e a Espanha caiu. A sua ausência do jogo de terceiro e quarto posto voltou a mostrar o vazio do futebol ofensivo espanhol sem a sua batuta. Continua a ser o melhor.   

 

Médio Esquerdo

Clint Dempsey

 

No meio campo ou atrás da dupla Donovan-Altidore, o trabalho incansável de Patrick Dempsey ao longo do torneio foi espantoso. O norte-americano jogou ao lado de um grupo de luxo (Bradley, Clark, Feirlhaber, ...) mas destacou pela sua verticalidade e pelo seu faro de golo. Diante da Espanha apanhou o trapalhão Sérgio Ramos em contra-mão e no meio dos centrais brasileiros desviou subtilmente para abrir a contagem no jogo da final. Um dos grandes nomes do Soccer que saiu da África do Sul como um heroi.

 

Médio Avançado

Kaká

 

Esteve uns furos abaixo do esperado - viveu a prepração da prova à volta do rebuliço da sua transferência milionária para o Real Madrid - mas ainda assim foi eleito o melhor do torneio. Distinção exagerada pelo seu real protagonismo mas a verdade é que sem Kaká este Brasil seria bastante mais vulgar. Toques de génio a abrir (Egipto) e fechar (Estados Unidos) uma prova onde nunca se lhe viu completamente confortável num posto de falso ponta de lança a descair para o lado esquerdo do ataque. Tem a batuta de comando mas tem de arriscar mais no um contra um para ser realmente decisivo.   

 

Avançados

Luis Fabiano e Landon Donavan

 

Foram as duas estrelas da final. O primeiro marcou dois golos decisivos e confirmou-se como o goleador da prova. O segundo foi o capitão perfeito lutando e marcando na hora H. Dois homens chave para entender as campanhas de Brasil e Estados Unidos.

 

Luis Fabiano é um avançado letal e já o provou por diversas vezes no Sevilla onde venceu duas Taças UEFA. Depois da má experiência no FC Porto, o dianteiro assumiu-se como um dos pontas de lança mais eficazes do futebol europeu e depois da queda em desgraça de Ronaldo e Adriano assume-se naturalmente como a primeira opção para o ataque da canarinha. Para quem tinha dúvida da sua eficácia, aqui fica a sua resposta.

 

Donovan é um velho conhecido, estrela maior do futebol norte-americano, cobiçado na Europa pelo Bayern de Munchen e estrela do L.A. Galaxy. Jogador de fino recorte, toque rápido e espirito de luta impressionantes, é útil como segundo ponta de lança graças à velocidade e oportunismo. O golo em contra golpe ao Brasil na final demonstrou toda a sua frieza naquele que é hoje em dia o maior embaixador do soccer e de quem se espera muito no próximo ano. 

 

Treinador

Bob Bradley

 

 Não é fácil brilhar contra as maiores selecções do Mundo mas o génio estratégico de Bradley provou que hoje em dia os Estados Unidos estão um passo mais perto da elite do futebol mundial. Derrotou com insultante superioridade o Egipto, esmagou a Espanha com um jogo inteligentissimo impedindo o futebol de toque tão tipico dos espanhois. E na final pôs o Brasil em sentido com uma primeira parte de altissimo nível. Bradley soube dar a volta a uma seleção desmoralizada e montou um conjunto de elevado nível que mistura jovens promessas com veteranos de grande nível. A prestação dos States torna-os em grandes candidatos a surpresa do ano em 2010. Resta ver se mantêm o bom nível quando for a doer.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 18:32 | link do post | comentar

Kaká venceu o prémio ao Melhor Jogador e redimiu-se da polémica ausência na Copa América. Luis Fabiano sagrou-se como Melhor Marcador e provou aos brasileiros que há vida para lá de Ronaldo e Adriano. Mas mesmo assim este tricampeão brasileiro nesta prova que ainda desperta pouca emoção nos adeptos nunca convenceu durante estas três semanas de prova. O Brasil sofreu, uma vez mais, para levar de vencida um surpreendente conjunto norte-americano e precisou de um golpe de autoridade do capitão Lúcio, a seis minutos do final do jogo, para conquistar o titulo. A que era o principal favorito. Uma vitória esperada mas que nunca deslumbrou em nenhum momento. Culpa de Dunga que prefere a eficácia ao espectáculo. Uma eficácia que lembra o Brasil de 1994 e que é um sério aviso para os rivais do escrete no Mundial do ano que vem. 

A vitória brasileira era esperada por tudo e todos (havia quem acreditava na surpresa espanhola mas cedo se viu que La Roja ainda precisa de pulir muito o seu futebol) mas o onze brasileiro nunca deu a entender que tinha controlada a prova. Sofreu a bom sofrer no primeiro jogo, e apesar dos golpes de autoridade com os StatesItália - a grande decepção da prova - o que se viu deste Brasil foi um onze sólido, compacto, oportunista e competitivo. Da genialidade do futebol de rua brasileiro nem rasto. Nem Kaká, nem Robinho...tudo baseado num jogo de toque curto, rápido mas ao ritmo do relógio sem um rasgo de irreverência capaz de destroçar o adversário. A essência brasileira desapareceu por debaixo de uma capa europeizada do futebol do escrete, da mesma forma que Parreira montou o seu Brasil campeão de 1994 onde - e isto não surpreenderá ninguém - o fiel de balança era o mesmo homem que hoje sonha com o Hexa. Dunga manteve dois homens intocáveis toda a prova. Felipe Melo e Gilberto Silva são a trave mestre da sua equipa. Todo o jogo brasileiro gira à sua volta. E quando os dois médios defensivos são o fiel de balança do jogo brasileiro, está tudo dito. 

O génio das individualidades continua a colocar o Brasil uns furos acima das restantes selecções. Foi assim no jogo com o Egipto, onde se viu o melhor Kaká. Foi assim com o potente livre de Daniel Alves na meia final com a África do Sul. E ontem foi o espirito goleador de Luis Fabiano quem fez a diferença. Os Estados Unidos mostraram que a eliminação da Espanha não foi uma coincidência. Tinham a lição bem estudada e controlaram durante a primeira parte o jogo brasileiro desde a sua grande área. Os dois golos de vantagem eram justos face à superioridade norte-americana. Mas na segunda parte surgiu o Brasil guerreiro que Dunga tanto aprecia. Kaká viu-se mais solto e foi uma investida sua pela esquerda que fez a diferença. A entrada de Daniel Alves deu mais acutilância ao ataque e a forma letal como o Brasil encara os lances de bola parada resolveu a questão. Marcou Lúcio, o central que já estava na equipa pentacampeã há sete anos e que é hoje o lider brasileiro. O central sabe jogar com os pés, é autoritário de cabeça e é um autêntico pastor de homens. Mereceu o golo da consagração e Dunga viu recompensado o seu método conservador mas tremendamente eficaz.

 

Este Brasil pode não deslumbrar mas parece muito mais sólido e consistente do que a equipa que viajou até à Alemanha. Ao contrário dos rivais de nome (Espanha e Itália) esteve à altura das circunstâncias e percebeu cedo que uma prova a eliminar tem de ser encarada de forma particular. No entanto o futebol em campo do escrete não deslumbra como nos acostumou. Kaká parece um jogador mais pequeno neste sistema de jogo que depende muito da eficácia ofensiva do ponta de lança (neste caso Luis Fabiano) já que Robinho, um falso segundo avançado, foi uma constante sombra de si próprio. A sólida defesa e o muro no meio campo são a arma secreta de Dunga mas para vencer o Mundial do próximo ano o Brasil pode precisar de um pouco mais de pura eficácia para vencer. Talvez um pouco mais de magia...



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 09:43 | link do post | comentar

Domingo, 28 de Junho de 2009

A dupla mais letal do futebol sul-americano do inicio da década volta a reencontrar-se, surpreendentemente, nos relvados portugueses. A partir da próxima época o estádio da Luz acolherá aquela que foi conhecida como a conexão Milionária, entre as duas grandes promessas do futebol argentino da geração de 1981 e que depois de várias experiências falhadas no pais vizinho, esperam agora recuperar o prestigio internacional de águia ao peito. Javier Saviola e Pablo Aimar voltam a jogar juntos e os adeptos encarnados esperam que se repita a fórmula de sucesso que fez deles estrelas mundiais antes dos 20 anos. No entanto a maioria teme que a queda em pique na carreira de ambos conheça mais um ponto negro na Luz.

Em 2001 o River Plate era o clube da moda para os amantes do futebol de ataque. Os Milionários de Buenos Aires tinham uma equipa extremamente ofensiva com duas jovens promessas capazes de encantar qualquer um. O médio Pablo Aimar e o pequeno avançado Javier Saviola tinham chegado á equipa principal com apenas 16 anos e durante quatro anos deslumbraram vencendo o campeonato de Apertura e Clausura de 2000. Em 1999, então com 18 anos, Saviola venceu o prémio de melhor jogador sul-americano. Tinha marcado no jogo de estreia e em três anos venceu tudo incluindo o Mundial sub21 pela Argentina, marcando o golo decisivo na final. Tornou-se na maior pérola do futebol sul-americano, e aos 20 anos chegou á seleção e herdando o titulo de sucessor oficial de Diego Maradona. A sua sociedade com Pablito Aimar, dois anos mais velho, tornou-se celebre. Quando Aimar foi transferido em 2000 para o Valencia, rapidamente se percebeu que "El Conejo" poderia segui-lo para o Mestalla. Mas o destino quis outra coisa e foi o Barcelona que logrou contratar a jovem estrela argentina.

Entretanto Aimar, que tinha herdado de Ariel Ortega o papel de patrão no Monumental, chegou a Valência sob grande expectativa. O seu estilo de jogo adaptou-se bem á equipa de Hector Cuper e fez parte da equipa valenciana que logrou a sua segunda final consecutiva na Champions League, tendo perdido em penaltis com o Bayern Munchen. No entanto a chegada de Rafa Benitez deu mais espaço ao génio de Aimar que foi o patrão da equipa que logrou dois titulos de campeão espanhol e uma Taça UEFA. Foi a época aurea de um jogador que era já o patrão do meio campo da Argentina, ao lado do polémico Riquelme, e junto ao seu amigo de sempre, que no entanto não tinha conhecido o mesmo sucesso no Camp Nou. El Conejo nunca brilhou na equipa catalã como se esperava e acabou mesmo por ser emprestado, primeiro ao AS Monaco e logo ao Sevilla, onde ganhou a Taça UEFA. De costas voltadas com Rijkaard, Saviola trocou o Camp Nou pelo Santiago Bernabeu mas no Real Madrid nunca foi opção para Schuster e Ramos, e com a chegada de Maradona também a albiceleste deixou de ser opção. Em queda livre há praticamente cinco anos, Saviola procura relançar a carreira na Luz, tentando imitar Aimar, que depois de várias lesões no Valência foi vendido ao Zaragoza onde não rendeu o esperado, acabando por estar na equipa que descera de divisão há duas temporadas. A ida para a Luz foi um escape para não ter de actuar na Liga BBVA mas a expectativa levantada nunca foi completamente satisfeita. Apesar de alguns detalhes de virtuoso, Aimar nunca logrou superar os seus problemas fisicos para liderar o meio campo encarnado. 

Rui Costa e Luis Filipe Vieira esperam ver a dupla que dominou o futebol argentino há uma década. Uma jogada de marketing e que pode revelar-se eficaz no terreno de jogo. Mas nem o futebol portugês tem o ritmo de jogo do futebol argentino, nem a dupla Saviola-Aimar tem 20 anos. O médio já chegou á casa dos 30 e Saviola está prestes a cumprir 28. Jesus tem assim o avançado móvel que procurava para encaixar no seu 4-3-3 e a eficácia de El Conejo pode ajudar a equipa encarnada nos momentos mais complicados da época. Mas atenção para os que esperam um milagre que revolucione o confuso ataque do clube da capital. Aimar continua a ser um quebra cabeças fisico e Saviola não tem ritmo competitivo há várias temporadas. A adaptação será larga e provavelmente nunca voltará a ser a estrela que foi no passado. Mas a possibilidade de ver em acção uma das mais explosivas duplas dos últimos dez anos é uma atração importante para um campeonato cada vez mais orfão de figuras de renome. 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 00:29 | link do post | comentar | ver comentários (4)

Sábado, 27 de Junho de 2009

A frieza alemã e a eficácia britânica superaram a inconstante Itália e a romântica Suécia. Resultado de uma abordagem fria e altamente profissional de duas equipas repletas de talentos que souberam controlar os encontros da meia-final e assim garantiram a passagem á grande final, reeditando assim o mitico encontro das selecções principais em 1966. 

Na mais espectacular encontro das meias-finais, a Inglaterra superou o trauma dos penaltis, depois de ter sido eliminado na passada edição na marcação de grandes penalidades. Isso para não falar nas derrotas da equipa principal, que nos últimos vinte anos foi eliminado por cinco vezes por penaltis. A corrida para a glória dos jogadores da rosa só teve lugar depois de 180 minutos de altissima qualidade e uma série angustiosa que só terminou no poste de Joe Hart a consagrar a Inglaterra como finalista. A equipa inglesa arrancou de forma soberba logrando um espantoso 3-0 (golos de Cranie, Onuoha e um auto-golo de Bjarmsyr) controlando por completo a primeira parte, apesar do apoio entusiástico dos nórdicos. No segundo tempo tudo foi distinto. A Suécia provou porque foi uma das melhores equipas da primeira ronda e logrou empatar de forma categórica. Berg voltou a consagrar-se como o melhor marcador da prova, apontando dois golos, a abrir e fechar, com o parceiro Toivonen a apontar o segundo tento sueco. Com uma diabólica linha ofensiva os suecos arrasaram a defesa inglesa e durante o prolongamento beneficiaram da expulsão de Frazier Campbell mas Joe Hart esteve brilhante. No final os penaltis seguiram a tradição de ter o melhor em campo, Berg, a falhar, mas desta vez a Inglaterra fintou a tradição e está na final. 

 No outro encontro valeu a eficácia germânica durante 90 minutos mornos apenas desequilibrados pela arrancada épica de Andreas Beck, que com um remate colocado enviou a Alemanha de regresso ás finais europeias de sub21 derrotando assim uma Itália apagada desde o primeiro momento. Muito por culpa de Giovinco e Marchisio que estiveram muitos furos abaixo do habitual, tendo sido Motta e Acquafresca os italianos mais perigosos para a baliza brilhantemente defendida por Neuer. A Alemanha controlou o jogo sem criar grande perigo e aos 48 minutos o remate de Beck decidiu o jogo. A Itália não soube responder e o encontro ficou adormecido em trocas de bolas inconsequentes no meio campo até que o árbitro apitou para o final sem que Balloteli e companhia tivessem dado ideia de ter capacidade para dar a volta a um jogo onde nunca entraram verdadeiramente. Os teutónicos marcam o bilhete para repetir a final com os ingleses, a última onde participaram em 1982.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 00:03 | link do post | comentar | ver comentários (2)

Sexta-feira, 26 de Junho de 2009

Os finalistas do Euro sub 21 serão conhecidos hoje após mais uma maratona de grande futebol numa prova que está a apresentar uma das mais competitivas edições da última década. Depois da eliminação precoce da favorita Espanha e do excelente conjunto Sérvio, cabe aos anfitriões derrotarem a Armada Britânica enquanto que Itália e Alemanha repetem um duelo tão antigo como o tempo. A juventude toma conta do futebol europeu até à próxima segunda.

 

O nivel qualitativo deste Europeu tem sido bastante atractivo. As equipas qualificadas foram claramente superiores aos seus rivais directos e agora preparam-se para dois frente a frentes carregados de história e emoção. Por um lado está a excelente geração jovem britânica, que depois do golpe de autoridade diante da "armada espanhola", a grande desilusão do torneio, é a grande favorita ao titulo. Da velocidade de Walcott à frieza defensiva de Richards e Mancienne, passando pelo poder ofensivo de Agbonhalor, Millner e Campbell, a equipa da rosa traz o seu melhor futebol em vários anos. Depois da eliminação numa épica sessão de penaltis (13-12 venceu a Holanda) na última edição, os britânicos procuram regressam, vinte e cinco anos depois, à final

 

Do outro os eficazes anfitriões que contam com duas das melhores individualidades da prova, o rei dos golos, Marcus Berg e o rei das assistências, Rasmus Elm. Ambos são producto da escola do IFK Goteborg, grande potência do futebol sueco a viver horas baixas, e hoje jogarão em casa. São a espinha dorsal de uma selecção que surpreendeu pela verticalidade do seu jogo e a forma como têm controlado cada encontro, com uma autoridade insultante. A Suécia é um caso sério de evolução súbita e a equipa coordenada por Lennartson e que conta ainda com alguns dos pesos pesados do torneio (o central Mattias Bjarsmyr, o médio Gustav Svensson e os avançados Ola Toivonen e Pontus Wernbloom) é uma clara favorita.

 

No derby clássico do futebol europeu, a talentosa mas inconstante Itália recebe a fria Alemanha. A squadra azzura de Pieluigi Casiraghi que apresenta um trio de luxo em Balotelli, Acquafresca e Giovinco, escudados bem por Marchisio e Cigarini, tem a tradição a jogar do seu lado. A Alemanha logrou o apuramento depois de um precioso empate a 1 com a já qualificada Inglaterra, eliminando assim a Espanha com quem tinha empatado a zero. Agora a equipa de Hrubesch, liderada pela dupla Marin-Ozil tem de ser mais incisiva se quer voltar a uma final europeia de sub21. Os germânicos são a equipa qualificada com menos golos apontados (3) mas a forte capacidade defensiva e o espirito competitivo teutónico são armas que os italianos, sempre mais inconstante, não irão ignorar. Os italianos venceram o grupo mas sem autoritarismo (forma superados pela própria Suécia no jogo que venceram por 2-1) e Casiraghi sabe que nestas horas decisivas a cabeça conta muito. E se há algo nesta geração de talentos italianos que parece faltar é aquele espirito competitivo que faz da azzura um rival temível.

 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 16:20 | link do post | comentar

Num mundo em forte crise económica os clubes pequenos olham para a opção do empréstimo como a cura para todos os males. Há várias equipas da Liga Sagres que sobrevivem apenas graças ás "ajudas" providenciais dos três grandes que remitem os indesejados ou as suas jovens promessas a estes clubes de forma a que possam "encontrar o seu espaço". A realidade não é, de todo, exclusiva do futebol nacional mas é um sintoma do desiquilibrio desportivo que vive o futebol português. E que poderia ter solução caso a LPF aprove a iniciativa levada a cabo pelo SL Benfica de limitar a três o número de elementos emprestados pelos clubes a um outro da mesma liga. Está lançado o debate.

 

A questão é pertinente, em particular porque o futebol português, é desde a aprovação da Lei Bosman, um futebol extremamente dependente dos empréstimos de jogadores. O fenómeno é resultado do poderio financeiro dos três grandes, mas também da liberalização do mercado à entrada de jogadores estrangeiros e ao implemento da ditadura do empresário e as suas inevitáveis comissões que deram cor a alguns dos negócios mais vergonhosos do nosso futebol. Ou seja, os três grandes - e centramo-nos em FC Porto, SL Benfica e Sporting apesar de terem politicas muito distintas - para além dos planteis com qualidade superior ao dos rivais, pelo seu poderio financeiro, têm o hábito de contratar, ao primeiro sinal, os nomes emergentes das equipas de pequena e média dimensão. Engordam assim os seus planteis a que há ainda que juntar os jogadores saídos de formação e que nos últimos dez anos, se exceptuarmos o exemplo do Sporting, foram totalmente abandonados pelos técnicos das principais equipas portuguesas. Entre os estrangeiros que não vingam (ou colocados estrategicamente por empresários na politica cada vez mais habitual de eu ajudo-te a contratar este e tu contratas-me também aquele), os jovens da formação e jogadores contratados a clubes pequenos que precisam de "rodar", os três grandes tiveram, na época passada um total de 62 jogadores, segundo um estado publicado na edição de hoje do jornal O Jogo. Um total do que seriam, praticamente, seis equipas de futebol. Jogadores que poderiam pertencer aos quadros de outros clubes, e assim elevar o nivel desportivo do nosso campeonato, ficam assim dependentes de clausulas, relações desportivas entre as direcções e a inevitabilidade de jogar em ligas de menor prestigio para poder manter o ritmo competitivo.

 

O SL Benfica aproveitou a questão e lançou o debate, propondo que a LPF adopte uma nova lei que limite os empréstimo a três por clube. Uma opção defendida por Sporting e Vitória de Guimarães, clubes que, historicamente, favorecem as suas escolas de formação. Do outro lado da barricada está o FC Porto, que quer liberalizar ainda mais um mercado que domina por completo. Com os dragões estão os sequazes, Braga e Leixões. Mas o problema não é nacional. A própria Premier League - o maior campeonato do mundo - vive hoje sob o projecto de terminar com os empréstimos entre clubes (actualmente está permitido quatro por clube a equipas da mesma liga, sendo que nenhum clube pode receber mais de um da mesma proveniência) apesar da ideia estar longe de ser consensual. Mas a questão, mais do que desportiva, é moral. Um clube que empreste mais do que um jogador a outro clube, continuando a pagar o salário e tendo a possibilidade de que este não defronta o seu clube de origem (ou que o defronte e veja a sua exibição questionada do primeiro ao último segundo), consegue triunfar em toda a linha. Mantém o seu jogador a render, evita jogar com um elemento da equipa rival titular nos confrontos directos e ainda consegue uma posição de superioridade económica e moral sobre o clube que recebe os emprestados. Em troca este não recebe nada mais que um jogador que durante um ano roda para depois voltar à casa mãe. Lucro zero para quem recebe um elemento em lugar de trabalhar na formação de algum jogador da sua própria formação para o mesmo posto.

 

A posição do FC Porto é coerente com a politica recente do clube tetracampeão nacional. Os dragões tiveram, na época transacta, um total de 36 jogadores emprestados. Três equipas com direito a suplentes repartidos em 11 (Liga Sagres), 16 (Liga Vitalis) e 9 (Ligas estrangeiras). Ou seja, a equipa azul e branca apresentou no ano passado um total de 60 jogadores com contracto profissional, do qual a maioria não chegou a realizar um único minuto de azul e branco. E se nem todos os contractos são iguais, na maioria a experiência será repetida, ano após ano, até se conseguir vender o passe do jogador ou então, até que se termine a ligação contractual. Isto com salários pagos pelo meio que ajudam a ampliar o passivo de um clube que é o que mais e melhor vende na liga portuguesa. Nas Antas sempre vigorou a ideia de que um jogador jovem tem "de comer o pão que o diabo amassou", antes de entrar na equipa principal. Grandes elementos da história azul e branca viveram situações de empréstimo mas a situação agora é de um extremo total que leva a um descontrolo absoluto por parte do próprio clube em relação aos seus activos. 

Por outro lado os clubes da capital assumem posturas distintas. Enquanto que o Sporting é o clube que claramente aposta nos escalões de formação e em contratações pontuais, o SL Benfica tem aproveitado os empréstimos para colocar as suas maiores promessas, longe do rebuliço desportivo que é o estádio da Luz. Ambos os clubes tiveram apenas cinco jogadores emprestados a clubes da Liga Sagres este ano (num total 13 cada um). 

 

Que existam clubes como Rio Ave, Olhanense, Estrela da Amadora, Trofense ou Vitória de Setúbal que tenham vivido, na época passada, literalmente dos jogadores emprestados, é o espelho de um futebol de fraco nivel. Quase como se clubes de reservas se tratasse, chegaram a alinhar pelos sadinos seis jogadores emprestados pelos grandes. Num clube histórico com um grande historial de formação. Ao fenómeno dos clubes satélites dos anos 90 (Alverca, Lourinhanense,...) e do falhanço das equipas B, agora junta-se o estrangulamento desportivo da própria liga principal do nosso futebol (se bem que o fenómeno extende-se para a Liga Vitalis de forma assustadora). É legitimo questionar a verdade desportiva de um FC Porto-Vitória de Setubal (clube com cinco emprestados portistas), (dois jogadores emprestados pelos leões) ou SL Benfica-Rio Ave (dois empréstimos encarnados). É legitimo acreditar que as votações nas assembleias gerais da Liga se negoceiam á custa de muitos empréstimos que não beneficiam ninguém a longo prazo. É legitimo acreditar que a crise do futebol de formação português deve-se a que, exceptuando o Sporting, os melhores jovens portugueses actuem como emprestados em clubes da parte baixa da tabela da Liga Sagres ou na plena Liga Vitalis, quando entre as equipas que disputam actualmente o Euro sub21, a esmagadora maioria dos titulares das equipas presentes são titulares ou figuras importantes em clubes de grande e média dimensão europeia. 

 

A postura do FC Porto espelha bem o caracter autista do maior clube portugês, mais preocupado em gerir as suas relações com empresários e em escoar os péssimos negócios de anos (ainda estão na lista de pagamentos elementos como Pittbul, João Paulo, Pelé, Renteria, Leandro Lima ou Kazmierczack) do que em elevar o nivel do campeonato que domina, esquecendo-se de que o próprio clube é o primeiro a benificar de um maior nivel da prova nacional. Quanto aos clubes de Lisboa, com menos faro para o negócio e mais problemas financeiros, a aposta na formação é o caminho a seguir e para tal sabem que o jogo fica viciado a partir do momento em que um só clube é capaz de controlar, graças aos empréstimos, meia dúzia de clubes numa liga de 16. A verdade desportiva exige que se trava esta hemorragia. Conhecendo bem o futebol português, o mais provável é que nem tudo fique na mesma, nem o sangue pare de escorrer. E continue a queda em picado. 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 15:00 | link do post | comentar | ver comentários (6)

Quinta-feira, 25 de Junho de 2009

Do outro lado do Atlântico o "soccer" continua a ser um imenso desconhecido mas o boxe é, ainda nos dias de correm, uma imensa paixão para os americanos. Assim que não foi de estranhar que a equipa orientada pelo excelente estratega que é Bradley tenha destroçado a campeão da Europa por um perfeito K.O. Se o combate tivesse sido aos pontos, la Roja teria ganho tal foi a insistência com que procurou a baliza do sereno Tim Howard (a anos luz daquele guardião inseguro dos dias de Old Trafford). Mas, tal como no boxe, também ontem os pontos valeram de pouco quando há dois golpes tão secos e letais. Aos 35 jogos a Espanha voltou a conhecer o sabor da derrota. Os Estados Unidos fizeram história e logram a primeira final intercontinental da sua história. Não que muitos se tenham dado conta nas terras do "Tio Sam".

 

Depois de ter surpreendido meio mundo pela destreza ofensiva que lhes valeu uma categorica e decisiva vitória ante o Egipto - demasiado debilitado pelas importantes ausências - os Estados Unidos voltam a mostrar que é preciso começar a levar mais a sério o "soccer" desta selecção. Bradley montou uma equipa compacta que alia perfeitamente a boa geração do futebol norte-americano da última década (a mesma que logrou o brilharete dos quartos de finais em 2002 mas que falhou na hora H quatro anos depois) com as grandes promessas dos "States" que já andam pela Europa a espalhar o seu particular perfume. Hoje em dia face à crise profunda que atravessa a selecção mexicana, é cada vez mais evidente que a grande potência da América do Norte são os Estados Unidos. A qualidade de jogo é muito superior ao valor individual dos elementos que compõem a equipa dos "yankees". Uma defesa jovem e segura, um guardião tranquilo, um meio campo pressionante e avançados acutilantes. O futuro que passa por Jozy Altidore, Demerit, Onyewu, DaMarcus Beasley, Clark e Dempsey alinhado com a veterania e genialidade de Landon Donavan, provavelmente um dos melhores executantes individuais da história do "soccer". Que os Estados Unidos se tenham desligado do maior desporto mundial não significa que a sua equipa deixa de ter o potencial necessário para ser um rival de peso. A partir de hoje, a Espanha já o sabe.

 

A selecção campeã da Europa terminou um ciclo brilhante de 35 jogos consecutivos sem conhecer o sabor da derrota. Foi desde 2006, então num jogo amigável com a Roménia, que os espanhois começaram uma série histórica que os levaram a vencer o Europeu de 2008 e a igualar o melhor registo do escrete canarinho. A equipa espanhola caiu ontem de pé, mas deixando a nu algumas aspectos que as vitórias alcançadas nestes dois anos foram tapando habilmente. A Espanha está longe de ser aquela selecção letal e que encanta, como o foi a França do virar o século ou a Holanda de Gullit, van Basten e companhia, apenas para citar as selecções europeias com melhores registos dos últimos vinte anos. Apesar de eficazes - os números não mentem - a equipa espanhola vive do futebol de toque rápido e hábil dos seus brilhantes executantes. Num onze que vive entre o 4-5-1 e o 4-4-2, é no meio campo que está a chave do futebol espanhol. Xabi Alonso (na ausência de Senna) pensa o aspecto defensivo e abre alas para que Cesc, Cazorla, e o genial Xavi orquestrem todo o jogo ofensivo. Contar com dois dos melhores pontas de lança do momento (Fernando Torres e David Villa), e com um banco de luxo, ajuda. E não é por esta derrota que a selecção espanhola deixa de ser uma das grandes favoritas a vencer o próximo Mundial. Mas já perdeu a capa de invencibilidade que vinha ostentando. Mais, os seus rivais já conhecem os seus particulares esqueletos no armário. O primeiro é a defesa. A equipa espanhola conta com um enorme guarda-redes e dois centrais em grande forma (Puyol e Pique) e dois suplentes de garantias (Albiol e Marchena). Mas as alas são um problema grave. Sérgio Ramos não tem cultura táctica - como se percebeu nos dois lances decisivos de ontem - e perde-se demasiado no ataque para ser eficaz a defender. Já Capdevilla é o eixo mais fraco, a todos os niveis, da selecção mas não tem - ainda - uma alternativa credivel. E os pés de barro defensivas da equipa espanhola notam-se mais com equipas que jogam sem medo. Com os States fizeram ontem.

 

Os Estados Unidos provaram aquilo que já se adivinhava. Apesar da série admirável, a Espanha tem demonstrado várias dificuldades em dominar nos últimos encontros da fase de apuramento para o Mundial. Mais ainda, é uma equipa que tem uma grave dificuldade em dar a volta ao marcador. Quando abre a contagem e se deixa estar, tranquilamente no comando, começa a surgir o seu bom futebol. Mas se tem de partir de uma desvantagem torna-se num colectivo mais nervoso que perde um pouco o descernimento táctico. Na esmagadora maioria das vezes a genialidade dos seus artistas resolve. Mas todos têm direito a um dia mau. Ontem o dia mau não foi de Xavi, Cesc, Torres ou Villa. Foi de todos. Muitos procuram a falta de um desiquilibrador como é Iniesta (ficou de fora por lesão) ou de maior equilibrio no eixo defensivo (os americanos foram perigosos em todos os contra-ataques que lançaram ás redes de Casillas) mas a verdade é que já a Bélgica, Bósnia e Turquia tinham levantado esta mesma problemática. Mas eram rivais com um potencial inferior e com disciplina táctica bastante deficiente para neutralizar La Roja. Bradley estudou como ninguém a lição, preparou muito bem o encontro e anulou o colectivo espanhol, em lugar de procurar tapar individualidades. Funcionou.

 

Enquanto os americanos saboreiam o logro, em Espanha lambem-se as feridas destes dois socos incisivos, procuram-se as desculpas e assobia-se para o lado. Afinal é só a Taça das Confederações, no Mundial isto não acontecerá, ...como no passado, a tipica arrogância espanhola fala em acidente de percurso em vez de procurar as respostas às perguntas realmente importantes. Pode ser que este seja apenas um parêntesis e não está em discussão o papel de claro favorito da Espanha no próximo mundial. É campeã da Europa em titulo, e os titulos, respeitam-se. Mas defendem-se nos relvados. E ontem a CONCAF bateu a UEFA. E não houve nenhum seleccionador ontem que não tenha aprendida a lição. A equipa de Vicente del Bosque caiu na realidade. Mas continua a estar aí, de olhos postos no Mundial. Depois da licção aos italianos, o correctivo aos espanhois lança de novo o aviso da eterna maldição. Afinal, nunca uma equipa europeia logrou vencer um Mundial fora da Europa. Daqui a um ano saberemos se há mesmo maldições que são eternas.

 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 11:26 | link do post | comentar

.O Autor

Miguel Lourenço Pereira

Novembro 2014
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

23
24
25
26
27
28
29

30


Ultimas Actualizações

Toni Kroos, el Maestro In...

Portugal, começar de novo...

O circo português

Porta de entrada a outro ...

Os génios malditos alemãe...

Últimos Comentários
Thank you for some other informative web site. Whe...
Só espero que os Merengues consigam levar a melhor...
O Universo do Desporto é um projeto com quase cinc...
ManostaxxGerador Automatico de ideias para topicos...
ManostaxxSaiba onde estão os seus filhos, esposo/a...
Posts mais comentados
69 comentários
64 comentários
47 comentários
arquivos

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

.Em Destaque


UEFA Champions League

UEFA Europe League

Liga Sagres

Premier League

La Liga

Serie A

Bundesliga

Ligue 1
.Do Autor
Cinema
.Blogs Futebol
4-4-2
4-3-3
Brigada Azul
Busca Talentos
Catenaccio
Descubre Promesas
Desporto e Lazer Online
El Enganche
El Fichaje Estrella
Finta e Remate
Futebol Artte
Futebolar
Futebolês
Futebol Finance
Futebol PT
Futebol Total
Jogo de Área
Jogo Directo
Las Claves de Johan Cruyff
Lateral Esquerdo
Livre Indirecto
Ojeador Internacional
Olheiros.net
Olheiros Ao Serviço
O Mais Credível
Perlas del Futbol
Planeta de Futebol
Portistas de Bancada
Porto em Formação
Primeiro Toque
Reflexão Portista
Relvado
Treinador de Futebol
Ze do Boné
Zero Zero

Outros Blogs...

A Flauta Mágica
A Cidade Surpreendente
Avesso dos Ponteiros
Despertar da Mente
E Deus Criou a Mulher
Renovar o Porto
My SenSeS
.Futebol Nacional

ORGANISMOS
Federeção Portuguesa Futebol
APAF
ANTF
Sindicato Jogadores

CLUBES
Futebol Clube do Porto
Sporting CP
SL Benfica
SC Braga
Nacional Madeira
Maritimo SC
Vitória SC
Leixões
Vitoria Setúbal
Paços de Ferreira
União de Leiria
Olhanense
Académica Coimbra
Belenenses
Naval 1 de Maio
Rio Ave
.Imprensa

IMPRENSA PORTUGUESA DESPORTIVA
O Jogo
A Bola
Record
Infordesporto
Mais Futebol

IMPRENSA PORTUGUESA GENERALISTA
Publico
Jornal de Noticias
Diario de Noticias

TV PORTUGUESA
RTP
SIC
TVI
Sport TV
Golo TV

RADIOS PORTUGUESAS
TSF
Rádio Renascença
Antena 1


INGLATERRA
Times
Evening Standard
World Soccer
BBC
Sky News
ITV
Manchester United Live Stream

FRANÇA
France Football
Onze
L´Equipe
Le Monde
Liberation

ITALIA
Gazzeta dello Sport
Corriere dello Sport

ESPANHA
Marca
As
Mundo Deportivo
Sport
El Mundo
El Pais
La Vanguardia
Don Balon

ALEMANHA
Kicker

BRASIL
Globo
Gazeta Esportiva
Categorias

a gloriosa era dos managers

a historia dos mundiais

adeptos

africa

alemanha

america do sul

analise

argentina

artistas

balon d´or

barcelona

bayern munchen

biografias

bota de ouro

braga

brasileirão

bundesliga

calcio

can

champions league

colaboraçoes

copa america

corrupção

curiosidades

defesas

dinamarca

economia

em jogo

entrevistas

equipamentos

eredevise

espanha

euro 2008

euro 2012

euro sub21

euro2016

europe league

europeus

extremos

fc porto

fifa

fifa award

finanças

formação

futebol internacional

futebol magazine

futebol nacional

futebol portugues

goleadores

guarda-redes

historia

historicos

jovens promessas

la liga

liga belga

liga escocesa

liga espanhola

liga europa

liga sagres

liga ucraniana

liga vitalis

ligas europeias

ligue 1

livros

manchester united

medios

mercado

mundiais

mundial 2010

mundial 2014

mundial 2018/2022

mundial de clubes

mundial sub-20

noites europeias

nostalgia

obituário

onze do ano

opinião

polemica

politica

portugal

premier league

premios

real madrid

santuários

seleção

selecções

serie a

sl benfica

sociedade

south africa stop

sporting

taça confederações

taça portugal

taça uefa

tactica

treinadores

treino

ucrania

uefa

todas as tags

subscrever feeds