Quinta-feira, 28 de Maio de 2009

O projecto desportivo do Nacional da Madeira é dos mais consistentes do campeonato português desde há dez anos para cá. Depois de vários anos na segunda a equipa insular subiu de divisão e logrou já conseguir marcar mais do que uma vez, presença na Europa. É uma equipa baseada em jogadores brasileiros escolhidos a dedo e jovens promessas. Renova-se quase anualmente mas a capacidade dos olheiros e o espírito dos seus dirigentes mantém sempre o patamar de qualidade num nível médio alto que lhes garante uma estabilidade que, por exemplo, o rival Marítimo nunca teve. Este ano Manuel Machado continuou igual a si próprio e montou um onze ofensivo e com um estilo de jogo atractivo. Assentou o jogo em dois craques da equipa B do Cruzeiro que viu numa digressão que os brasileiros realizaram pelo norte de Portugal. Maicon foi o cérebro da defesa e Nene o goleador de serviço. Pelo meio jovens portugueses de nível – João Aurélio, Igor Pita, Ruben Micael – e um onze coeso e competitivo. Bracalli foi igualmente um bom seguro de vida, suficiente para sacar os madeirenses de apuros. O Nacional esteve sempre na primeira metade da tabela e arrancou para um óptimo final de temporada que lhe permitiu ameaçar inclusive o terceiro posto. Para o ano espera-se muito deste Nacional.
Jorge Jesus voltou a provar que é um treinador com talento, apesar de polémico, e montou uma equipa para consumo caseiro e externo. O Braga foi competente desde o primeiro minuto da época. Nunca atingiu a grandeza dos grandes jogos, perdeu encontros nucleares para poder sonhar com mais, mas foi estável e acabou mesmo prejudicado por lesões complexas em momentos cruciais da época. O 4-4-2 de Jesus assentou num onze tipo bem definido onde Luís Aguiar foi o criativo de serviço, servindo bem o eixo ofensivo de Meyong e Renteria. Atrás de si a equipa mostrava uma boa solidez defensiva, em especial destaque para o guardião Eduardo – que confirmou a boa época no Setúbal – e de César Peixoto. Ambos lograram estrear-se na selecção, provando que é possível ir longe mesmo fora dos grandes. Aos bracarenses nunca faltou apoio local mas sim destreza em conquistar pontos nucleares. Queixaram-se muito da arbitragem – e com razão – mas no final o quinto posto é o máximo a que poderiam ambicionar depois de tantos altos e baixos, também resultado da excelente participação na Taça UEFA onde mostraram mais atrevimento do que na prova doméstica.