Com o final da Eredevise 2009/2010 o Em Jogo viaja até aos largos meses da primeira grande liga europeia que chega ao fim e elege o 11 ideal do torneio. Foram vários os jogadores de primeiro nível que ficaram de fora da corrida ao 11 do Ano. Poderiamos ter incluido Keisuke Honda, fulcral na primeira parte da época para o VV Venlo. Poderiamos ter escolhido o miolo do Ajax também com De Zeeuw, fulcral na recuperação da equipa. Ou os centrais mexicanos, Salcido e Moreno, dois jogadores a ter em atenção no Mundial. Sabendo que certamente erramos e cometemos alguma que outra injustiça, aqui fica a nossa proposta para o melhor da Liga Holandesa da última temporada.
Sergio Romero
(AZ Alkmaar)
É um dos grandes achados do ano. O guardião argentino, mais do que provável titular da selecção albiceleste no próximo Campeonato do Mundo, foi parte gorda do surpreendente sucesso do AZ na época passada. Este ano sofreu com a quebra de forma do conjunto de Alkmaar mas mesmo assim exibiu alguns dos melhores números das ligas europeias. Defesas impossíveis, uma segurança espantosa e um futuro brilhante. É um dos nomes próprios por excelência desta Eredevise.
Gregory van der Wiel
(Ajax)
Confirmou tudo o que dele se esperava. Já na época passada muito se falou sobre o potencial deste rapidíssimo lateral-direito. A espantosa época ao serviço dos ajaccied, apesar das lesões, confirmam-no como o melhor lateral do futebol holandês e o mais que merecido titular da Orange no próximo Mundial. Rápido a atacar, sério a defender, van der Wiel foi uma constante dor de cabeça para avançados e defesas rivais. Actualmente tem potencial para qualquer grande da Europa.
Jan Vertoghen
(Ajax)
Depois da saída de Vermaleen, o Ajax voltou a recorrer à escola belga. E com juros. A dupla Vertoghen-Alderweireld foi um dos esteios da recuperação do conjunto de Amsterdam, depois de um titubenate arranque. O central titular da equipa nacional emergiu como o grande lider do sector defensivo, impondo uma autoridade anormal para um jogador tão novo. Uma margem de progresso significativa deixa antever que rapidamente também ele atravessará o canal da Mancha.
Douglas
(Twente)
Nesta lista poderiam estar Salcido do PSV ou Moreno do AZ. Mas a margem de progressão ao longo do ano do central brasileiro foi de primeiro nivel. Douglas, um jovem central da selecção sub-20 canarinha, chegou, viu e venceu na dificil liga holandesa. Especialmente para um defesa pouco habituado à rotina ofensiva europeia. O jovem central impôs-se rapidamente no onze e foi crescendo ao lado de Moreno a ponto de se tornar peça chave no estilo de jogo da equipa. Uma das revelações da época.
Sebastian Pocognoli
(Twente)
O potencial do futebol belga tem assombrado os mais desatentos olheiros. Entre as grandes promessas está o lateral esquerdo do Twente. Elemento fulcral no equilibrio defensivo do onze de Enschede, Pocognoli foi convencendo os mais cépticos e num só ano saltou do banco para a titularidade absoluta no clube e na selecção. Competente a subir, certo no posicionamento defensivo, é um dos elementos mais fiáveis do histórico Twente.
De Jong
(Ajax)
É tradição histórica que o Ajax tenha um pulmão no meio-campo dificil de bater em qualquer circunstância. Actualmente o herdeiro é De Jong. Médio de muito músculo e grande sentido táctico, ao bom estilo ajaccied, De Jong é igualmente um rematador de primeira e um primor técnico. O equilibrio com De Zeeuw foi chave para dar liberdade ao trio ofensivo de Pantelic-Suarez-Suljemani. Elemento chave na estratégia defensiva de Martin Jol, foi um dos obreiros do novo rosto positivo que deu o conjunto de Amsterdam esta época.
Miroslav Stoch
(Twente)
Foi o ano de confirmação da grande promessa do futebol eslovaco. Emprestado pelo Chelsea, o médio ofensivo foi o pendulo perfeito para as rápidas transições do onze do Twente, entre o batalhador meio-campo e o ataque de Ruiz, Perez e Osei. Letal nas bolas paradas, fulcral nas assistências, ganhou os galões de herói na épica campanha do modesto clube.
Ibrahim Afellay
(PSV)
Depois de três anos torna-se claro que a Holanda é já demasiado pequena para o genial extremo direito do PSV. O médio que em 2007 explodiu definitivamente confirma agora que é um dos jogadores mais rápidos e letais do futebol do país das tulipas. Os seus golos e assistências, e a forma como soube combinar bem com Dszudzak e Toivonen, garantiram que o clube de Eindhoven tivesse aguentado quase até ao fim na luta pelo titulo.
Balazs Dszudzak
(PSV)
Foi um dos anos mágicos para o jovem hungaro. Começou o ano de forma explosiva e chegou a soar como reforço de Inverno de vários grandes do "velho continente". Acabou por ficar e perdeu algo de gás à medida que a época se foi desenrolando mas entra no onze do ano especialmente porque Honda, a grande sensação da primeira volta, saiu em Janeiro para Moscovo.
Luis Suarez
(Ajax)
Sem dúvida o jogador do ano. Melhor marcador do torneio, um dos mais proliferos goleadores da Europa, o uruguaio confirmou que o Ajax é demasiado pequeno para o seu irrequieto talento. Provavelmente a melhor pérola a não actuar em nenhuma das cinco ligas principais, Suarez foi o porta-estandarte do Ajax desta época. Mas também da Eredevise. Não só se converteu em inesperado homem-golo, como continuou a trabalhar em assistências e jogo colectivo no carroussell de ataque montado por Martin Jol. Inimitável!
Bryan Ruiz
(Twente)
O costa-riquenho foi, por sua vez, a revelação do ano. Superou o fantasma que podia ter deixado em Enschende o genial Arnautovic e foi um dos goleadores da época sem nunca descurar a sua vertente colectiva. Bryan Ruiz foi um dos exemplos perfeitos da humilde e solidária formação do Twente. Os seus golos nos jogos decisivos mantiveram a equipa sempre na linha da frente e é mais do que provável de que no próximo ano esteja bem longe do futebol holandês.
Steve McClaren
(Twente)
Manager do ano sem dúvida. Depois do segundo lugar na época passada todos pensavam que o sonho do Twente tinha data de validade. Mas o ex-seleccionador inglês, literalmente expulsado do seu país depois do afastamento do Euro 2008, voltou a demonstrar sem um técnico de primeiro nível. Aguentou as baixas de Elia e Arnautovic, reforçou-se bem, manteve uma estrutura defensiva sólida e nem permitiu que o precoce afastamento da Champions afectasse a moral das tropas. Perdeu a liderança e soube recuperá-la. Foi fiel a si mesmo durante toda a liga. E aguentou a investida final do mais temivel rival. Um justo prémio para um treinador que mostrou o quão todos estavam errados.