Aterrou este ano na fria Escócia e rapidamente começou a provar que os rumores que vinham do distante oriente tinham fundamento. Desde Park Ji Sung que a Coreia do Sul não produz um jogador tão excitante. Da mesma forma que esse teve de passar por um periodo de adaptação no europeu PSV, o destino de Sun Yong parece ser o mesmo. Os grandes esperam pacientemente a sua "explosão".
Para não complicar, que nisto dos apelidos orientais há sempre mais dúvidas que certezas, há quem o chame em Glasgow David Ki.
Mas o nome Ki Sung Yong começa a ganhar direito próprio de exibir-se nas mais altas esferas do futebol escocês. Foi a grande contratação da Liga Escocesa no último ano e, apesar da debacle dos históricos católicos esta temporada, é uma atractivo mais a um campeonato em constante desiquilibrio. Com 21 anos o jovem extremo nascido em Janeiro de 1989 em Gwanju, é já uma estrela no firmamento. A sua Coreia natal ficou demasiado pequena, demasiado cedo. E levou-o a emigrar em Janeiro. Depois de quatro anos ao mais alto nivel com o FC Seol, onde disputou 64 jogos e apontou 7 golos, a proposta do Celtic tornou-se irrecusável. Como a que, meses antes, tinha levado o seu colega e amigo, Lee Chung Yong até ao Bolton Wanderers. E com quem partilhava a carinhosa alcunha Ssang Yong (Dragão Azul).
O seu estilo de jogo, baseado na velocidade e precisão do passe, tornou-se fulcral nas transições ofensivas da mundialista Coreia do Sul - onde muitos esperam vê-lo ao mais alto nível - e também do conjunto escocês. Os 3 milhões pagos no Verão pela equipa de Parkhead revelaram-se uma verdadeira bagatela. Não foi por acaso que em Dezembro foi eleito o Jogador Jovem do Ano de todo o continente asiático. No seu primeiro desafio com o Celtic, a 16 de Janeiro, foi eleito o Melhor em Campo. Repetiu o feito por cinco vezes nas jornadas seguintes assumindo-se como um dos pilares da equipa. A 7 de Junho de 2008 tinha-se estreado pela equipa nacional da Coreia do Sul, depois de dois anos a brilhar na selecção sub-20. Precoce, como sempre, assumiu-se como um dos elementos mais destacados da nova geração coreana, herdeira dos guerreiros de Hiddink que há oito anos surpreenderam o mundo.
Rápido e forte no jogo fisico, tem quase 1m90, é um médio inteligente que descai na banda direita do ataque. O seu futuro, está escrito, é um dos grandes da Europa e no seu país Natal é já uma figura nacional. Tempo ao tempo, o dragão que agora é escocês certamente mudará de ares. E tomará o testemunho do homem que em 2002 silenciou Portugal e elevou à glória um país onde o futebol supera o fanatismo.