Campeonato de pequeno impacto, a Eredivise tem-se especializado nos últimos anos em lançar novos talentos precoces para a ribalta. Na época passada uma das figuras de uma das ligas mais emocionantes de sempre foi Eljero Elia. Passado um ano da sua explosão o jovem extremo é já uma das grandes referências do futebol jovem europeu.
Tem tudo para fazer deste o seu ano.
O seleccionador confia nele e no Hamburg SV tratam-no como uma estrela. E tudo com apenas 23 anos de idade. Mas na vida de Eljero Elia tudo foi realmente precoce. O jovem de origem marroquina desde cedo começou a actuar nas ligas amadoras juvenis da Holanda. Com 16 anos o jovem foi contratado pelo modesto ADO Den Haag, clube da capital holandesa. A ideia era desenvolver o seu talento na equipa juvenil mas rapidamente Elia chamou à atenção pela sua rapidez e precisão nos centros. Em 2005, com 17 anos, foi chamado pela primeira vez à equipa principal chegando ainda a disputar quatro jogos como titular. Esse Verão revelou-se decisivo para a sua curta carreira. O clube de Haia contratou o polémico Lex Schoenmaker que rapidamente fez saber ao jogador que não contava com ele como primeira opção. Por essa altura já Elia era uma das estrelas da selecção de sub-19 da Holanda e rapidamente os tubarões da liga holandesa cercaram o jovem com promessas de grandeza. Por estranho que pareça Elia rejeitou Ajax e PSV, preferindo o modesto Twente. Aí passou um ano tranquilo até que chegou o inglês Steve MacLaren. Adepto do jogo rápido e vertical, rapidamente Elia chamou a atenção do técnico que lhe deu todo o corredor direito para explodir. E assim foi. Numa época notável o jovem então com 20 anos ajudou o seu novo clube a conseguir o segundo posto na competição. Sem surpresa foi eleito o Melhor Jovem Jogador do campeonato.
Apesar do clube holandês ter conseguido o apuramento para a fase preliminar da Champions League, o jovem Elia rapidamente percebeu que estava na hora de dar o salto. Seduzido pela oferta do Hamburg SV, aceitou passar para a mais exigente Bundesliga. O negócio cifrou-se em cerca de 9 milhões de euros – fundamentais para um clube pequeno como o modesto Twente – e pouco tempo depois Elia estreava-se como titular pelo clube do norte da Alemanha. As suas exibições rapidamente cativaram os adeptos germânicos e o seleccionador Bert van Marwijk. Cansado da debilidade física de Arjen Robben e Rafael van der Vaart, o técnico convocou a ainda jovem promessa para a última ronda de jogos internacionais de 2009. E Elia respondeu. No primeiro encontro, frente ao Japão, fez duas assistências para golo. Dias depois, frente à Escócia, estreou-se a marcar pela Orange. Rapidamente se percebeu que é um dos nomes certos para a viagem à África do Sul.

Os números de Elia são espantosos para um jovem extremo que faz da velocidade a sua grande arma. Autor de golos e assistências no rejuvenescido Hamburg SV, é um dos rostos mais importantes da actual Bundesliga. Na Holanda começa a ganhar o culto de jovem estrela como tantas jovens promessas antes de ele. A sua parceria com van Nistelrooy é um trunfo para o seleccionador holandês que sabe que a irreverência de jogadores como Elia serão fundamentais nas pretensões holandesas no próximo Mundial. Um torneio que o jovem quer fazer seu.