Será mais fácil que a Grécia abandone o Euro, moeda, do que este Europeu de futebol. Apesar de ser dificil imaginar uma vitória helénica face aos russos - e uma carambola de resultados que o ajude - a forma como os gregos tentaram igualar um encontro desigual com os checos faz lembrar o mesmo espirito estoico da geração de 2004. Com duas oferendas do guardião Chalkias, os checos viram-se na frente nos primeiros sete minutos e desistiram de lutar acabando sufocados pela equipa de Fernando Santos.
Dois remates, dois golos.
Dois erros tremendos de Chalkias, o calcanhar de Aquiles desta equipa, e uma desvantagem impossível de recuperar. A República Checa encontrou-se com esta vantagem inesperada, eles que entraram em jogo com a mesma velocidade e critério demonstrada contra os russos, e passou a primeira parte a gerir a vantagem, com um fantástico Rosicky em campo. Os gregos tentavam dar a volta mas apesar de ter mais a bola, era uma possessão inconsequente, sobretudo pelo péssimo jogo do seu trio de ataque. Mas com o intervalo tudo mudou.
Os checos viram o jogo ganho e deixaram Rosicky no balneário, a pensar no duelo com os polacos. A Grécia cresceu e foi subindo metros no terreno de jogo, cercando a área de Petr Cech até que um centro inconsequente de Samaras encontrou um erro garrafal do guardião do Chelsea que ofereceu, de mão beijada, o golo a Gekas.
Foi o grito de revolta que esperaram os gregos que, a partir daí, passaram a ter ainda mais a bola, optando por lançamentos longos para a área rival. Uma e outra vez tentaram romper o muro grego. Uma e outra vez falharam. Mas morreram a tentar e apesar da injusta derrota, continuam vivos neste grupo imprevisível.
Com este resultado a República Checa disputará um dos lugares nos Quartos no duelo directo com a Polónia. Aos gregos resta esperar que a Rússia vença os polacos, matematicamente garanta o apuramento, e apresente uma equipa de segunda linha no duelo final para sonhar com um lugar que, tendo em conta os dois jogos disputados, não desmerece.