Quarta-feira, 25 de Abril de 2012

Durante 365 dias repetiu-se até à imensa exaustão que a final da edição desta temporada da Champions League tinha local e equipas pré-definidas. O futebol, como sempre, não quer saber de razões, não se importa com prognósticos e não dá a mesma importância às inevitabilidades como podemos pensar. O futebol é e sempre foi para quem mais acredita. O Chelsea ontem, em Barcelona, e o Bayern Munchen, hoje, em Madrid, souberam carimbar o bilhete para a final porque nunca deixaram de acreditar. Suportaram o insulto, o menosprezo e os prognósticos. E no final decidirão a final mais improvável da história.

Era fácil de prever o resultado final ao intervalo.

Os jogadores do Real Madrid tropeçavam uns nos outros, o posicionamento no terreno de jogo era desconcertante e não havia uma figura que chamasse à ordem, que impuse-se a calma. Cristiano Ronaldo fez o que Lionel Messi foi incapaz de fazer em 180 minutos e marcou duas vezes. Mas foi só. A orquestra branca emperrou no segundo golo do seu lider mediático e nunca encontrou um lider espiritual em Mezut Ozil e Xabi Alonso. A defesa tremeu como o Bernabeu há muito não via, Pepe cometeu um penalty que teve tanto de estúpido como de inevitável e os alemães demonstraram ser o que sempre serão, máquinas inesgotáveis de auto-confiança. Olhando para Ribery, Robben, Gomez e, sobretudo, Bastian Schweinsteiger, nunca se viu descrença, nem com o 2-0. Isso foi o que decidiu a eliminatória. O mesmo olhar de Frank Lampard ou Didier Drogba ontem no Camp Nou, o olhar que a crença de superioridade moral dos jogadores do Real Madrid e Barcelona nunca conseguiram transmitir.

O Real Madrid apelou á épica e o seu lider respondeu. Depois o Bernabeu calou-se, acreditando na inevitabilidade da história. E esqueceu-se que a bola continua a rolar. E rolou, nos pés dos alemães, tremendos nas transições, imensos no posicionamento táctico e divinos na capacidade crónica de nunca perder a concentração. Apesar de ter perdido o jogo o Bayern teve sempre as melhores oportunidades, causou sempre os maiores sustos e aguentou as investidas desesperadas de uma cavalaria sem general. José Mourinho perdeu a meia-final da mesma forma que perdeu quando treinava o Chelsea, sem escândalos arbitrais mas com um conservadorismo crónico. A insistência em Angel Di Maria, a incapacidade de alinhar um dueto Benzema-Higuain quando a equipa precisava de um, talvez até de dois golos, foram evidentes. Granero entrou tarde para dar respiro, as linhas pareceram sempre demasiado distantes e só Deus poderia imaginar o que seria do jogo no Allianz Arena se tivesse jogado Marcelo, hoje o melhor jogador merengue no terreno de jogo. O brasileiro foi o único que lutou contra o que parecia inevitável à medida que o relógio seguia. Jogar para os penaltys com uma equipa que, é fácil de ver, não é propriamente forte mentalmente para aguentar a pressão das grandes penalidades. Uma equipa que se desmorona com tremenda facilidade e que diante de um imenso Manuel Neuer, se empequeneceu. 

 

Da mesma forma que o Chelsea mereceu seguir em frente porque acreditou em Munique, também o Bayern Munchen fez mais do que qualquer outra equipa em prova para cometer a possível proeza de sagrar-se campeão da Europa diante dos seus, no belissimo Allianz.

O Chelsea e o Bayern podem não ser melhores que Barcelona e Madrid, não têm plantel, individualidades e técnicos do mesmo nível. E, no entanto, acreditaram. Drogba acreditou mais do que Messi, Schweinsteiger mais do que Ozil e a Di Mateo e Heynckhes não fez falta ser Guardiola e Mourinho para desenhar uma teia de aranha tremendamente eficaz.

O Chelsea entregou a bola ao Barcelona e disse-lhe na cara, faz o teu jogo, tem 99% de posse de bola, dá 14000 passes mas não entrarás nesta muralha e quando eu tiver a bola, mato-te. O Bayern pediu a bola, fez o rival correr, manteve uma defesa de quatro atenta aos contra-golpes e entregou-se ao nervosismo do rival. Ambos souberam lidar com os pontos fracos dos oponentes, ambos acreditaram mais em si do que qualquer outro. O Chelsea e o Bayern assumiram-se inferiores na eliminatória e acreditaram nisso. Essa crença deu-lhes ar aos pulmões, critério nas movimentações e sorte na concretização. Ronaldo e Kaká não costumam falhar penaltys. Messi também não. E no entanto as grandes estrelas, as que valem milhões, empequeneceram perante o trabalho e crença de Ramires ou Toni Kroos, os melhores em campo nos dois duelos, os que melhor souberam ler e assimilar o encontro.

Guardiola enganou-se no onze, enganou-se nas substituições e enganou-se em não ter um plano B. Mourinho pagou a sua falta de coragem, atrasou-se nas substituições e, sobretudo, foi incapaz de transmitir crença e coragem. Nem o projecto desportivo do Barcelona pode estar em causa nem o mérito de uma época tremenda do Real Madrid. Mas o jogo de hoje deixou claro que os merengues não sabem controlar um jogo de 90 minutos, que têm muita dificuldade em fazer respirar a bola e que dependem em excesso de Cristiano Ronaldo para marcar a diferença (e numa noite em que nem dois golos chegam, está tudo dito). O Real Madrid perdeu a eliminatória no péssimo jogo de Munique, na displicência defensiva dos três golos dos bávaros e, sobretudo, na incapacidade de reeditar o espirito de remontada que faz parte da história do clube. A Décima terá de esperar e provavelmente nunca houve uma oportunidade tão grande para o clube somar a sua dezena de trofeus europeus. O Bayern Munchen foi uma equipa, na total acepção da palavra, e assim se manteve durante 210 minutos, sem quebrar, sem cair de joelhos e com a cabeça bem alta. A final de Munique não poderia ter mais digno finalista.

 

Schweinsteiger e Drogba, dois exemplos perfeitos da crença no futebolista total, podem ganhar a sua primeira Champions League. Em vez de Messi e Ronaldo somarem mais troféus ao seu impecável curriculum, em vez de se entregar de antemão o Ballon D´Or 2012, teremos a alegria de ver jogadores com verdadeira fome de glória disputar um jogo que promete ser épico. Torres, Lampard, Drogba, Cech, Schweinsteiger, Ribery, Robben ou Lahm são homens que valem tanto ou mais do que muitas das estrelas milionárias da galáxia, mas sempre se viram condenados a assistir numa final a glória dos seus rivais. Metade deles no dia 19 de Maio poderá esquecer, de uma vez por todas, que alguma vez foi um perdedor. Acreditar neles mesmos permitiu-lhes sobreviver à dor. Acreditar neles mesmos vai levá-los à glória. O futebol, no seu aspecto mais puro, é muito mais isso do que acreditar na superioridade de uma final Barcelona-Real Madrid, o jogo que a imprensa vende como la creme de la creme mas que não transpira nos poros a crença de quem sabe que um jogo de futebol é algo mais do que uma questão de vida ou morte.



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 22:28 | link do post | comentar

77 comentários:
De MM a 26 de Abril de 2012 às 00:08
Caro Miguel,

Havia ficado há umas semanas com a impressão de que os resultados cozinhavam-se nos gabinetes da UEFA.
Pelo sim pelo não vou procurar e reler.

Cumprimentos.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 00:18
MM,

Sem dúvida, há muitos resultados que são cozinhados nos escritórios da UEFA, e esta temporada estava claro que não ia existir um favoritismo crónico a nenhuma equipa precisamente pelo que sucedeu na temporada passada. A arbitragem nos quatro jogos foi impecável e nenhum dos clubes tem razões de queixa. Mas isso também é uma consequência lógica da gestão da UEFA nos árbitros nomeados para os jogos importantes.

Boa leitura ;-)


De AZ a 26 de Abril de 2012 às 11:30
A liga dos Campeões neste formato deveria deixar de existir... simplesmente pelo facto de que qualquer 3.º ou 4.º classificado de uma liga "forte" pode chegar a vencer. Que liga dos campeões pode ser vencida por uma equipa que não é campeã? Não quero tirar o mérito a quem vence. A questão é que o nome está errado, deveria ser liga europa, ou algo do género.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 14:52
AZ,

Há muito que o Champions é só um trademark bonito e nada mais. O Platini tem-se esforçado, e bem, para abrir as portas aos verdadeiros campeões europeus, os dos países pequenos, mas lutar directamente contra os grandes é desafiar a ECA e a WLA e nenhum presidente da UEFA tem estomago e força para isso. Acho que nesta altura devemos agradecer ainda não existir a NBA europeia que parece tão inevitável.

Fora isso, estou totalmente de acordo!

um abraço


De MM a 26 de Abril de 2012 às 00:18
Formidável, li bem.
Viva a coerência Miguel, e veja também se o Bayern além de não ter "quebrado ou caído de joelhos" não foi superior nos 2 jogos. É que se calhar foi e daí o "finalista digno" é uma imagem aparentemente simpática mas muito aquém da merecida.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 00:21
MM,

O Bayern, como o Chelsea, são dignos finalistas sem a menor dúvida. Quanto à coerência, está explicada na resposta anterior, não é preciso alongar-nos mais. E o Bayern jogou melhor que o Real Madrid em grande parte da dupla eliminatória e foi, sobretudo, mais equipa. Mas isso está no texto, é só preciso ler!


De MM a 26 de Abril de 2012 às 00:39
Errado.

Miguel, responda com honestidade: qual é o problema em falar verdade? Você não é cego e percebe-se que tem inteligência diga o que aconteceu, digno foi o Chelsea que rendendo-se desde o 1º minuto à superioridade do adversário habilitou-se ao melhor possível e conseguiu. Foi digno mas não é um justo finalista para aquilo que fez comparativamente ao adversário.

Em último caso dignos são todos. O Bayern é um finalista justo para além de digno porque foi melhor em ambos os jogos.

Os resultados não se cozinham nos gabinetes da UEFA porque tal é simplesmente impossível: a influência de uma equipa de árbitros num jogo só chega até certo ponto e só é decisiva em encontros muito divididos.

Mas olhando para arbitragens veja como em 6 minutos o árbitro desta noite condicionou a equipa Alemã sem que interferisse no resultado. Interferiu depois quando apitou aquele penalty; que não o foi. Interferiu mais ou menos quando não apitou o penalty do Pepe no livre do Robben.

Isto foi o que aconteceu.
Qual a necessidade de criar a imagem de que o Bayern é um finalista improvável colando-o ao Chelsea que em 180 minutos jogou à bola em 11 ou 12 e não mais do que isso?

O Mail contou o tempo que o Drogba esteve no chão só nos 45' da 1ª parte do jogo em Londres, se não estou em erro: 6m:37s. Acha que isto é alguma coisa que some à justiça da participação na final ou sequer digna? Não vou tão longe como fez o jornal que pintou o Drogba como anti-desportista. Agora virar o filme todo ao contrário e passar uma imagem falsa sobre as equipas que mereciam estar na final não é honesto.

Assuma a sua preferência e não engane os seus leitores. Ao fazê-lo não insulta a inteligência de alguns deles.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 00:54
MM,

As conversas de futebol podem ter dois rumos. O clubistico e o futebolistico. O primeiro não leva a lado nenhum porque se baseia nos dogmas, na intolerância, nos favoritismos pessoais, nos desejos e frustrações de cada um. Podemos aqui estar horas a defender o clube A, B ou C apenas porque simpatizemos com ele e atacando o clube X, Y, Z pelos mesmos motivos. Os defensores até à morte do Barcelona, do Real Madrid, do Chelsea, do Bayern e do Passarinhos da Ribeira podem perder horas e horas a falar e dirão sempre o mesmo. Essa discussão é entretida mas não leva a lado nenhum.

Depois há o único debate que me interessa, pelo menos no espaço deste blog, e esse é o debate futebolistico. No debate futebolistico a razão não casa com a emoção nem com os favoritismos. No debate futebolistico uma boa defesa é tão boa como um bom ataque e um 0-0 tão digno como um 6-6. O problema não está em como escrevo, está em como interpretas o que escrevo partindo do principio que favoreço este ou aquele clube. Neste blog encontrarás sempre artigos a dizer bem e mal do mesmo clube, dependendo da sua realidade futebolistica.

Admirei profundamente o jogo de ontem do Chelsea como admirei o jogo do Inter em 2010 porque o que eles lograram foi espantoso. Improvável, épico e digno de um exercicio defensivo tremendo. Tiveram muita sorte nos dois jogos mas sobretudo, tiveram um plano. Passou por abdicar da bola, aproveitar os espaços, as costas, as poucas opções e tapar o jogo interior do Barcelona. Quem perde dias a apaixonar-se pelo fabuloso jogo de ataque do Barça deveria passar horas a deliciar-se com a excelência de um grande trabalho defensivo. Porque para fazer um grande jantar é preciso antes sujar a cozinha, e defender no futebol vale tanto como atacar.

A posse de bola é uma realidade importante, porque permite manter o ritmo de jogo, descansar fisicamente, cansar orival, definir os tempos. Mas não decide jogos. Uma equipa com 99% de posse de bola incapaz de marcar e defendendo mal é uma equipa com muito que melhorar e com muitos mais problemas que uma equipa que com 1% defende bem e ataca melhor. Isso é futebol, em toda a sua complexidade.

O Chelsea merece tanto a final como o Bayern apesar de chegar a ela por outro caminho. Continuo sem entender aqueles que acreditam que há só uma forma digna de jogar futebol quando há 1000 e as que faltam por inventar. O Bayern foi melhor que o Madrid porque impôs o seu jogo, controlou os tempos, assustou mais e não se deixou intimidar. Mas precisou dos penaltys para vencer um Madrid francamente decepcionante, porque isto é futebol. O Barcelona rematou n vezes mas tem um problema crónico com a finalização e uma defesa destroçada que se tem escondido atrás de um grande ataque e um grande Leo Messi. Isso é futebol.

Quanto ao papel da UEFA e da FIFA, podemos ser ingénuos e acreditar que tudo no futebol é limpo, que não há corrupção, que não há clubes mais poderosos que outros, arbitros mais corruptiveis que outros. Claro que sim, mas como dizia Bismark, a politica (e o futebol) é como as salsichas, melhor não saber como se fazem.

O Bayern e o Chelsea são improváveis porque todos falavam numa final Barcelona-Real Madrid. Os penaltys marcados foram correctos, ontem e hoje, a UEFA agiu não agindo e dia 19 teremos um jogo fabuloso e sinceramente não tenho favorito porque tanto um como outro merece ser campeão europeu pelo que representa. Para mim foram os melhores porque fizeram o que era necessário para serem campeões da Europa.

As fábulas da carochinha e o politicamente correcto, como o clubismo, no Em Jogo, ficam à porta.

um abraço


De MM a 26 de Abril de 2012 às 01:40
Miguel,
Não sou adepto do Barcelona nem sou um fundamentalista que passa dias a apaixonar-se pelo seu futebol, nem vou discutir os méritos de quem defende ou de quem ataca. Essa sim é uma discussão um bocadinho inconsequente.

Não presuma favoritismo nem tente por favor esconder o seu porque o «post» que publicou sobre a hegemonia Catalã nos 3 títulos Europeus que conquistou vinculando-os a lobbies ou a pressão ou influência na UEFA só pode resultar de 2 coisas:
. Favoritismo.
. Falta de inteligência.
Como o Miguel é inteligente sobra o favoritismo que no caso pode traduzir-se pelo simples desejo que o FCB não ganhe. Não digo que sinta ódio pelo FCB, muita gente sente-o mas não sei se faz parte do universo. Ainda que não o sinta e confiando na sua boa-fé livre-se dos innuendos porque não é honesto passar a ideia de que são todos iguais e que aquele que se destacou fê-lo alavancado noutra coisa que não a competência técnica de quem o dirige e daquilo que faz no campo ou daquilo que é como clube. As 3 coisas. Só isso.

Todos merecem, são todos todos bons rapazes e muito dignos: há uns no entanto melhores do que outros e se você gosta tanto de futebol perceba o que vale a pena valorizar. Acredita mesmo que o futebol deste Mourinho e um futebol de Pepes ou de um Ozil por 40 milhões mais um Benzema por 50 e um Kaká por 60 e um Ronaldo por 120 tem os mesmos méritos ainda que qualidades diferentes do futebol do Guardiola e do Piqué ou dos outros formados na escola que frequentou, ou acredita que o Mourinho é melhor exemplo do que Guardiola?

Você tem aqui tanto texto belíssimo sobre clubes e futebóis de outro tempos e consumindo hoje um tão distante para pior bate justamente naquele que faz as coisas como deve ser. Isso faz de si um mau adepto de futebol e tenha essa noção.

Repito-lhe que não sou adepto do FCB, não tenho nenhum fetiche pelo Guardiola e acho a expressão «tiki-taka» insuportável, pelo que não atribua boas escolhas a favoritismos.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 01:51
MM,

Acho bastante arrogante catalogar quem quer que seja de bom ou mau adepto porque isso implica, de base, um dominio absoluto da verdade.
Já tive muitas discussões neste blog sobre o mesmo tema e continuo a dizer o mesmo de sempre, não acredito em verdades absolutas, em certos e errados, em justos e injustos, em caminhos da luz e caminhos das trevas e, sobretudo não me sinto melhor ou pior adepto por celebrar por igual um feito como o do Chelsea como posso celebrar um feito como o do Barcelona no ano passado ou em 2009 ou 2006 ou 1992. O que realmente não gosto é de juizos de valor sem sentido.

Se o MM é ou não adepto do Barcelona, isso é um assunto pessoal, não gosto de entrar em clubismos no EJ, para isso visito e escrevo em blogs de clubes em concreto. Digo e volto a dizer, o Barcelona tem um peso na UEFA como há muito outro clube não tinha, que nos ultimos anos foi o clube europeu mais beneficiado nas provas europeias e que, ao mesmo tempo, foi a melhor equipa no terreno de jogo. Uma coisa não exclui a outra, por muito que pareça complicado de assumir. Sei como se cozem as relações institucionais, sei como funciona a FIFA e a UEFA e sei demasiado sobre a história do jogo para não acreditar nunca em coincidências. Mudem os rostos e os emblemas, a história repete-se sempre.

Como adepto vibro cada jogo como tal e terei sempre um favorito mas dificilmente me incomoda a vitória do contrário porque o futebol fascina-me em todos os seus aspectos. Sinceramente aborrece-me quando ganha sempre a mesma equipa e tenho um fraco pelos mais débeis, e quando digo mais débeis falo dos Levantes, Norwich ou Montepeliers, não dos Madrids, Citys e Milans nos jogos de poder. Se o Barcelona ganha 10 ligas seguidas ou o Madrid para mim o simbolismo é igual. Quando o Deportivo se sagra campeão espanhol, para mim é algo épico. O futebol é mais complexo do que parece.

Quanto ao modelo, para mim são todos válidos, e só quem não sabe o dinheiro que o Barcelona gasta na Masia, só quem não sabe o dinheiro que o Barcelona paga em salários, só quem não sabe o dinheiro que o Barcelona gasta no mercado pode pensar que há assim tantas diferenças entre o projecto Barça e os restantes clubes. Do Barcelona aprecio, sobretudo, a inteligência de definir um modelo desde cedo e mantê-lo activo até á etapa profissional, mas isso vem de Laureano Ruiz, um nome que a maioria dos adeptos do Barcelona nem reconhece, e tem pouco a ver com o que se faz hoje. Pique e Fabregas foram quase dispensados pelo Barça, Xavi e Iniesta estiveram para sair pela porta pequena, no final são as pessoas e não os clubes que realmente definem a história. Florentino Perez gastou fortunas em jogadores e realmente só um tem rentabilizado o investimento a 100% (Ozil custou 14 milhões, já agora) mas o Barça também gastou 80 em Ibrahimovic, 40 em Villa e Fabregas, 38 em Alexis, 25 em Dani Alves, 30 em Chygrinski e assim podemos seguir sem cair na pura hipocrisia estilo Guerra das Estrelas.

Se há algo que o EJ é para os seus leitores, é honesto. Critica-se o que há que criticar, elogia-se o que há para elogiar. Mas sobretudo respeita-se que haja mil e uma formas de jogar, que existam factores externos ao jogo importantes e que não existem verdades absolutas no mundo do futebol. Ganhe quem ganhe, isso é apenas mais um nome para a história!



De MM a 26 de Abril de 2012 às 02:10
"No final são as pessoas e não os clubes que realmente definem a história", motivo pelo qual não se trata de favoritismo (naquilo que vai além do clube que se gosta) mas sim perceber que não são todos iguais nem há méritos iguais.

Miguel como em qualquer actividade ou coisa organizada para que se olhe nada permanece o mesmo e em cada momento há confrontos de tendências. O futebol não foge à regra restando compreender para onde queremos que caminhe; escolher o caminho certo - porque existem, ao contrário do que afirma, no futebol e em tudo - e valorizar quem dele melhor se aproxima. Ao nível de clubes de topo hoje é o FCB, amanhã que seja o FCB e o Real Madrid e a Juventus e o Southampton e de preferência todos.

Para ver se isto endireita, nos perfis de gentes que consumimos, no futebol que consumimos, e nos clubes que consumimos. É muito melhor gostar-se de muitos do que apenas um, razão para que não deva tratar todos por igual.

Abraço e continuação do excelente trabalho.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 14:55
MM,

Obrigado ;-)

Não acredito em caminhos correctos porque cada caminho errado abre milhões de possibilidades correctas. O que este Barcelona fez não foi assim tão diferente da politica Zidanes e Pavones do primeiro projecto de Florentino, pensando no que se gastou anualmente em Zlatan, Alexis, Villa, Cesc ou Alves que são valores similares ao que se pagou por Figo, Zidane, Ronaldo e Beckham. Só que o Barcelona tem melhor formação, uma ideia de como jogar - não a única, mas pelo menos tem uma - e por isso funciona melhor.

A mim ninguém me tira da cabeça que o Bayern mereceu mais do que o Madrid estar na final. Mas para mim o Chelsea também mereceu mais que o Barcelona ainda que fosse por outro caminho.

um abraço


De apg2829 a 26 de Abril de 2012 às 10:30
100% de acordo


De Roch a 26 de Abril de 2012 às 00:25
Parabéns!


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 00:28
Roch,

Não sei se é para mim, mas seguramente o Schweinsteiger, um dos meus jogadores preferidos, hoje merece todos os parabéns do mundo, como ontem o Drogba ;-)

um abraço


De João Perdigão a 26 de Abril de 2012 às 00:38
Muito bem escrito, mas na verdade tudo poderia ser diferente por uma simples razão. Não basta acreditar. O que faz a diferença entre a vida e a morte é o acaso, a que o ser humano atribui inúmeras efabulações, como a desta crónica!!!


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 00:42
João,

Naturalmente que a lirica é sempre livre e joga com as palavras como melhor casa as ideais e o futebol não é uma questão de vida ou morte. Mas numa luta tão equilibrada, ou numa luta tão excessivamente desiquilibrada, não conheço nenhum clube ou equipa que tenha triunfado sem apostar muito na crença. Como disse Sun Tzu, cerquem um adversário totalmente e ele acreditará mais que nunca que pode ganhar porque não tem alternativa.

um abraço


De Luís Moreira a 26 de Abril de 2012 às 01:15
Olá.
Tanto numa como noutra eliminatória passaram as equipas com maior poder físico.
Quando se defrontam equipas mais habilidosas com bola, temos de os deixar jogar mas, não os deixar passar. Quem joga à bola, sabe disso!!!
No caso do Chelsea , jogou à Italiana. Catenaccio puro veneno de contra-ataque, ou não fosse o treinador, agora, Italiano.
No Caso do Bayern jogaram à Alemã, raça, força e disciplina. Muita disciplina.
Ao querer jogar aberto de peito, o Real precisava de mais disciplina e menos, displicência. Foi isso que os fez perder. Isso, e não ter um homem de meio campo que pense e faça jogar a equipa toda. Falta-lhes um Lampard , ou no caso, de Mourinho ter sido mais audaz e ter colocado Higuain com Benzema e Cristiano com Ozil por detrás a marcar o ritmo, ou mesmo, Kaká.
O problema é que quem manda no meio campo do Real é o Alonso e esse joga muito atrás. Precisa sempre de uma muleta física, Diarra ou Kedhira que hoje, esteve muito aquém. O Bayern é uma equipa completa, assim como o Chelsea . Ao Real falta, defesa e meio campo e ao Barcelona falta quem finalize. Sem Villa e nem mesmo Pedro, é o que se vê. Só Messi.
Por isso, passaram à final as duas equipas mais completas da Champions , mesmo que o Benfica tenha sido mal eliminado, não creio que passasse à final.
Mourinho jogou de forma muito Orgulhosa e pouco inteligente. Mas, só ele sabe o que o levou a optar como o fez. Olhando para os dois bancos, o Bayern é melhor Banco, assim como o Chelsea com o Barcelona.
Este ano a Vitória vai ser do Chelsea .
A não ser que Drogba , estrague tudo!
O Catenaccio supera o Panzerismo Alemão, e em termos de peito aberto, agora sem os dois médios mais felinos, Ramirez e Meireles, o Chelsea vai jogar com o Poder Africano todo que tem e colocar a Raça no assador. Já não vai haver constrangimentos por jogarem contra Mourinho.
A não ser que Robben queira eliminar as duas equipas por onde já passou e fazer, outra história, Chelsea e Real este, é o ano do Chelsea e Vilas-Boas vai conseguir repetir o feito de Mourinho. Uefa e Champions .
Mas, iremos ver.
Bem Hajam.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 01:23
Luis,

Uma análise futebolistica que partilho na sua essência. As grandes equipas são as que têm o seu sistema mas sabem adaptar-se ao sistema do rival, anulando-o com o seu. O Chelsea, desde o mandato de Mourinho, é o clube mais italiano de Inglaterra e foram a réplica perfeita do Inter de 2010, até na veterania dos "desesperados" da geração de Mourinho.O Bayern é uma equipa inteligente, forte e analitica, capaz de estudar os penaltys como a ciência que são, sem especular, e controlando o que era necessário controlar.

O erro do Barcelona foi ter asfixiado o Chelsea e não o ter feito sair da toca. O erro do Madrid foi apostar no jogo de transição contra uma defesa de quatro que nunca caiu nesse truque e se manteve perfeitamente colocada. O Madrid precisou mais do toque à volta da área do Barça, com Higuain, Kaká e Callejon mais tempo em campo e mais cedo. O Barça precisou mais de recuar no campo para abrir espaços como tentou fazer o Madrid. A ambos lhes faltou esse plano B pelas caracteristicas dos planteis (esse médio rompedor, com remate de meia distância em Madrid, esse avançado goleador em Barcelona) e a teimosia dos seus treinadores.

um abraço


De Luís Moreira a 26 de Abril de 2012 às 11:54
Olá a todos!
O Cícero, referiu-se ao "meu" prognóstico"! Lol.
A Esmeralda respira o entusiasmo de quem, como os de nós esperam, um embate entre duas forças.
Vai ser um choque de titãs!
Não vai ser fácil, para nenhuma das equipas, a final.
O Bayern joga em casa, mas pela história, sabemos o que isso vale!!!....

Virando o assunto, receio que o Mourinho esteja demasiado refém dos espanhois em Madrid.
Creio que ele já esteja farto de lá estar e que se não fosse pelo Cristiano, sairia já, este ano, mas eles complementam-se, como Messi e Guardiola.
Não gostei de ver Mourinho a ir cumprimentar o banco adversário antes dos penaltys.
Até eu senti um calafrio ao ver isso, foi como se ele já estivesse a cumprimentar o adversário que iria ganhar.
Acho que ele no íntimo sentiu que ainda não seria desta e que por isso se ajoelhou e rezou.
Mas, isto já é um assunto diferente das tácticas dentro de campo.
Nunca vi um Ronaldo tão esgotado!
Tem jogado todos os jogos e isso começa a fazer-se sentir.
O Homem não, pára. Não descansa e a Irina não o deve ajudar, também.
Há demasiadas coisas em risco e em jogo. E um homem, se não está descansado não consegue dar o seu melhor e muito menos o seu máximo.
Mas este ano, Cristiano está acima de todos os demais.
Viu-se, pelo jogo que é ele que tem a responsabilidade e a capacidade de jogar e fazer jogar, mas precisa de ter quem o apoie e ontem, viu-se só mais Marcelo, fução e um Pepe enorme a fazer o que os outros não conseguiam fazer, nem o penalty foi ele quem o fez!...
É o Sergio quem aparece por detrás a carregar o Panzer.
Bom, mas as imagens tb não são muito claras e pode haver equívocos.
Seja como for.
A este Real esperava-se muito mais!
(Ou pede-se demasiado?).
Mas, consumiu-se internamente contra o Barcelona e um plantel demasiado curto em qualidade e capacidade para fisicamente dar a volta (não sei o que foi feito do Lass Diarra o outro panzer capaz de ajudar como Kedhira ) e, um treinador que está mais a pensar no que irá fazer depois de Madrid e do Real.

Vamos ver, como agora as coisas se desenrolam.

Abraço a todos.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 14:59
Luis,

Tanto o Messi na terça como o Ronaldo ontem estavam mortos. Esta guerra pessoal patrocinada pelos seus treinadores apresentam números fabulosos mas a falta de gestão fisica de ambos custou muito (mais ao Barça) nos momentos decisivos. Ontem, se um jogador como o Ronaldo, está fisicamente destroçado antes do prolongamento, que dizer do resto da equipa do Madrid? É verdade que o Bayern pode descansar muito mais os seus jogadores e isso deu-lhe outra frescura mental.

Quanto ao Mourinho, é evidente que não é feliz em Madrid como não o foi no Porto em comparação com Londres e Milão. Aqui ele não detém o controlo absoluto, aqui a imprensa é impiedosa, aqui há uma tradição que os necessitados Chelsea e Inter preferiram ignorar e o seu papel de lider é muito mais questionado, especialmente por um sector do balneário. Mourinho cumpriu a 4 liga no 4 país mas ele quer vencer 4 Champions em quatro países e sabe que em Espanha só o Madrid lhe pode oferecer isso e portanto ficará, um ou dois anos mais, porque sabe que Inglaterra pode esperar e a Espanha não pode voltar.

um abraço


De cicero a 26 de Abril de 2012 às 01:26
muito bem escrito

eu tb antecipei uma final Chelsea - Bayern , mas não gosto nada do tipo de jogo do chelsea , mas paciencia ... futebol é assim ... nem sempre ganham os que mais tempo têm a bola ...





De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 01:31
Cicero,

Obrigado. Eu não antecipei a final mas não me surpreende. Mourinho tem razão numa coisa, o calendário pesou excessivamente nas equipas espanholas, um duelo estratosférico que lhes rasgou o corpo cedo demais. Não é de estranhar que o Bayern e o Chelsea há muito que saibam que jogam para isto, que descansem jogadores e se preparem mentalmente para esta jornada dupla. Lembro-me do Liverpool de Benitez com duas épocas domésticas fracas e duas finais de Champions, do Real Madrid de Heynckhes e de Del Bosque, com duas épocas domésticas deprimentes, há sempre equipas que fazem da Champions a sua prova e ganham com essa aposta. Lutar por vários titulos ao mais alto nivel é mais complicado do que pode parecer.

Quanto a ganhar quem mais tem a bola, nunca ganhou quem mais teve a bola e o futebol tem muitos românticos enterrados sob essa premissa. O Barcelona de 2009 tinha a bola e a eficácia. O de 2011 também. O deste época foi um Barcemessi como nunca e quando Messi falha, tal como sucedeu com tantos outros jogadores, faltam ideias, nomes próprios e arrojo. O Chelsea foi mais equipa também porque soube ser uma equipa, não um conjunto de artesões à volta de um elemento central.

um abraço


De cicero a 26 de Abril de 2012 às 11:23
sim , tem razão , na questão de quem tem mais bola, bem visto

eu lembro-me tb do Liverpool do Benitez , com excelentes jogadores e uma liga sofrível ... gerard, bem hayoun, o torres sei lá ... o babel ... tinha gosto de ver o liverpool , mas depois ... , ou do Atletico do Quique que tb ganhou uma taça sem saber como , e até do Valencia do Benitez

desculpe lá mas tenho de lhe dizer outra vez que voce percebe mto de futebol , e que " sobretudo" escreve mto bem ... eu cá ouço mta coisa , não leio agora lá muito jornais desportivos ... mas de toda a gente que escreve ou fala de futebol por cá ... o António Tadeia parece-me o mais esclarecido, e agora você !!!!

vai um desabafo e gostava de saber da sua opinião se quiser e puder dar

durante mtos anos gostei de futebol , como adepto de um dos 3 gdes ( sou socio e ainda tenho cativo ) , e não analisava gde coisa , mas já desde os anos 80 que me chateava os jogos do autocarro á frente da baliza na nossa liga ... as equipas começaram a ter capacidade fisica para aguentar 90 m., e em Portugal não se procurava ganhar , mas sim não perder ( o pontinho para não descer ) ... é em tudo o espirito portugues

uma pessoa começa a ver outras ligas onde ainda se arrisca ... e agora tirando meia duzia de jogos na Espanha , do Real , e do Barça sobretudo entre eles , 6 aqui dos 3 gdes , os ingleses vale a pena ver , e os alemães tb , e os campeonatos da europa , e mundo , o futebol anda mal na minha maneira de ver ... os juizes são mtas vezes de má qualidade e não há video arbitro como no rugby e fut americano , onde a verdade desportiva vai imperando

Depois começei a ver desportos que não dá para engonhar , não se pode fazer anti-jogo ... ou farsas como no nosso futebol ... e fiz-me fã do rugby ( já conhecia dos anos 70 do cordeiro do vale ) mas sobretudo depois de ver a malta da NZ, Aus, ASul e tongas , samoas no Cam do Mundo é que me tornei fã nº 1 da coisa ... do union , o de sevens acho meio tonto
um show ... não perco um jogo das 6 nações , da tri nations ( este ano vai ser 4 ) e o super 15 ... não tenho é acesso ao top 14 ... uma pena

perguntei-me tb porque nos EUA o futebol não se impunha ? sabendo que os americanos não têm paciência para jogos a engonhar ... fui ver ... aprendi as regras do baseball e do futebol americano ... a NBA a gente já conhecia ... e fez-se luz
graças a Deus temos a ESPN ... é a pagar mas vale a pena ... o futebol americano vai a anos luz de espectáculo do nosso soccer

ainda me pergunto se um dia isto não vai desabar por completo , mas pronto


gostava de saber a sua opinião sobre se acha que o nosso futebol tem mesmo futuro , sem alterações ao fora de jogo , e video arbitros ?

há de facto bons jogos ... mas qdo ambos querem ganhar , quando um não quer ... é uma chatice ( desde que não seja a nossa equipa ... claro hehehehe )

eu sou do SCP e hoje não me oponho aos 4 autocarros frente ao Rui Patricio

( pois ... é assim mesmo qdo é connosco )

Obrigado e gostei muito do seu Blog ... tá nos favoritos .



De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 15:16
Cicero,

Antes de mais muito obrigado pelas simpáticas palavras e por ser um visitor regular do EJ ;-)

É uma boa reflexão, concordo na sua maioria. O sucesso do futebol face a outros desportos nos seus primórdios foi a sua facilidade. Poucas regras complexas e o valor do golo. Ao contrário do basquetebol havia poucos golos e, portanto, eram mais valorizados e nos anos 20 o sucesso do futebol nos EUA foi real. Era a época dos jogos com média de 4 ou 5 golos e isso há muito que desapareceu.

A pressão de Maslov, o jogo táctico de Herrera e o profissionalismo dos anos 70 e 80 mudaram por completo o rosto do jogo. Passou a ser um futebol de contenção, de preocupações, de desgaste e menos um jogo profundamente ofensivo onde a busca do golo era o mais valorizado. Hoje o Barcelona vendeu a ideia do jogo ser sobre a posse de bola, a ideia que mais se separa da origem do futebol, e os golos começam a ser deixados para segundo plano. E isso nota-se.

Há ligas ainda muito abertas, a Premier, a Bundesliga, a Eredivise. E há ligas mais tácticas como a italiana, portuguesa ou francesa. No meio está o futebol espanhol, mais pelo peso das individualidades que pela qualidade dos colectivos. O futebol português, quando existia uma classe média real, encontrava sempre uma que outra alternativa aos grandes mas nessa época o profissionalismo era minimo e era fácil ver um jogador destacar e no ano seguinte estar no banco de um grande. Os clubes não cresceram, apostaram demasiado no mercado barato sul-americano, esqueceram-se da massa adepta e abriram a sua própria cova. Em Espanha a divida à Hacienda é vergonhosa, em Itália o futebol está na mão dos anarquistas das claques organizadas e nas máfias que controlam as directivas. É isso que está a provocar uma profunda e real crise no jogo.

Hoje não há uma série de equipas e jogadores de topo e há uma profunda tendência para concentrar em meia dúzia de clubes e figuras todo o protagonismo. Na Ásia torce-se por Messi e Ronaldo, joguem onde joguem, na América Latina habituam-se a ver sair miudos de 18 anos com tanto trabalho pela frente e em África os clubes procuram tanques humanos em vez de artistas. Esse é o caminho que o futebol leva actualmente e não é o que eu gostaria que tomasse.

Mas a sua condição de jogo número um é insuperável porque realmente o futebol substituiu os confrontos bélicos como espelho do orgulho nacional, regional e local, o futebol é o grande barometro sócio-economico-cultural de uma nação. E não há desporto, nem mesmo os desportos americanos, que consigam transportar essa imagem de universalidade.

um abraço



De cicero a 26 de Abril de 2012 às 15:52
Obrigado pela sua atenção .

Gostei da sua análise .Percebo a ideia da universalidade do futebol .E que os desportos americanos ainda não chegam aí .Tem razão .Conseguiram em partes da America Latina com o Baseball , devido á intervenção de Cuba , o Canal do Panamá etc ..., muito jogadores da MLB vêm daí , e agora tb do Japão onde os GI e o Mac Arthur conseguiu difundir a coisa .Tentaram na Alemanha a seguir a 45 , e falharam .Não acho que fosse nada de neo-colonialismo , por acaso acho que gostam sinceramente do jogo , dá para perceber isso nas transmissões , e aquela coisas de evocar o Jackie Robinson , o de Maggio, o Ruth etc ... é uma coisa muito deles .
O futebol americano vai-se vendo , acho muito espectacular , mas é de facto uma coisa da norte-america .Muito giro , mas local .
O rugby , irmão desavindo do nosso futebol , continuará o seu caminho, trilhado pelo Webb Eliis , dizem as lendas .No hemisferio Sul tirando Brasil e Africa ( excepto na SA ) é rei .A Argentina é um caso engraçado , muita influencia britanica dividiu a coisa , mas Contempomi , nunca fará sombra a Diego Armando Maradona ... pois é .

Tenho mesmo pena de que as coisas com o nosso futebol estejam na optica da contenção do desgaste , da preocupação como diz bem .Eu começei a ver futebol no Mundial da Alemanha do Sepp Muller , do Cruiff , e ainda vi o Yazalde , o Eusebio já pouco ... e era outra coisa .
Notei muito a diferença dos 70 para os anos 80 e que perdura .
Mas é o que ora temos .E continuamos a ver , e procurar continuar a gostar .

um abraço tb


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 16:08
Cicero,

Precisamente, o sucesso do desporto americano é muito localizado, na Europa quem conhece as regras do baseball e do futebol americano? Quem sabe as diferenças do rugby com o futebol americano? Esse é o problema, o mesmo que tiveram o andebol, o voley, os desportos mais elitistas como o polo e os mais populares como o boxe. O sucesso do futebol foi estar em todo o lado com o mesmo peso.

O futuro do jogo será fascinante como foi o seu passado mas bastante diferente de como era nos anos 70 e 80 da mesma forma que esse jogo pouco tinha que ver com o dos anos 20 e 30.

um abraço


De simonfla a 26 de Abril de 2012 às 10:07
O futebol como tudo na vida diga-se de passagem é isso mesmo "o querer" e quem quer logo acredita e têm meio caminho andado para a vitória foi o caso principalmente do Bayern que desde o inicio foi bem explicito através das palavras do seu treinador ao dizer não temos medo logo acreditaram e na verdade mostraram em campo isso mesmo nas duas mãos o inesperado aconteceu o Bayern dominou por completo o Real Madrid parecendo mesmo que o Real é que estava com medo do Bayern já no caso do Chelsea e do Barcelona acho que os dois acreditaram e o Barcelona mostrou que a nível de jogo foi superior mas errou porque apesar de maior posse de bola não conseguiu criar grandes oportunidades de golo e aí o Chelsea soube tirar partido disso e com luta, determinação e com inteligência virou o jogo a seu favor por isso o factor mais importante é o psicológico quem for mais forte nesse campo normalmente ganha e isso mostra-se através do querer e não baixar os braços.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 15:18
Simonfla,

É verdade, durante os 210 minutos, se houve alguém que teve medo, foi o Real Madrid, e isso viu-se em Munique e no prolongamento do Bernabeu. Essa falta de crença explica-se pelo caracter dos seus jogadores e pela falta de um cérebro de top no meio campo, algo que Ozil não é capaz de fazer e que Alonso e Khedira não têm estofo para lograr. No jogo de terça, ambos acreditaram mas o Chelsea escolheu um caminho mais inteligente, menos poético e mais inteligente, e sobretudo mais eficaz, jogando também com o desgaste fisico e psicológico de um Barcelona que é incapaz de contornar equipas que jogam desta forma como se viu com o Inter, o Real Madrid e o Chelsea noutros jogos.

um abraço


De Esmeralda a 26 de Abril de 2012 às 10:51
Belo trabalho escrito<1 <adorei<1 <e adorei porque está a condizer com o que eu gostaria de ter escrito. Adorei que tivessem passado estas equipas à final. Vou vê-la com imenso prazer! Ouvia há dias dizer que a final estava "cozinhada" para ser Real/Barcelona!!!! Deus nos livrou de tal. Deus e as outras duas equipas! Eu gosto da garra, da falta de mediatices, da capacidade de ser diferente e indiferente a prognósticos mais ou menos pretensiosos. Grande FINAL! E obrigada por ter escrito este texto!


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 15:22
Esmeralda,

Teria desfrutado com qualquer das quatro equipas, teria desfrutado com o APOEL, mas há jogadores nestas equipas que merecem sentir a glória que parece exclusiva de uma nata de jogadores que já têm curriculos espantosos.

Este ano nunca senti que a final estivesse cozinhada para isso porque a UEFA sabe bem que o producto que vende não pode ser tão previsivel. Poderia ter ocorrido, perfeitamente, mas não houve indicações, desde os Oitavos, para chegar lá como sucedeu noutras ocasiões. O que se passa aqui é um sério aviso para a habitual prepotência do futebol espanhol, e hoje li muita auto-critica saudável na imprensa espanhola, e que espelha bem a diferença que existe entre Madrid e Barcelona face ao resto dos clubes do país vizinho. De tanto se sentirem superiores aos Valencias, Atleticos, Sevilla, Malaga e companhia, criou-se a ideia de que essa superioridade poderia ser calcada no espaço europeu onde há outro tipo de equipas, de ideias, de mentalidades e é fácil ver que em Espanha nunca haverá uma equipa que jogue nem como o Chelsea nem como o Bayern. Jogar sem pensar nesses tais planos alternativos é um sério handicap com que não têm de se defrontar em causa.

um abraço


De josé manuel a 26 de Abril de 2012 às 11:42
Dos comentários mais lucidos e inteligentes que li até hoje sobre futebol


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 15:22
José Manuel,

Muito obrigado ;-)

um abraço


De Vergueiro a 26 de Abril de 2012 às 11:56
Bom comentário. Vou apenas acrescentar mais algumas notas.
Confirma-se na minha opinião, que falta técnica nos jogadores do real. São possantes mas só isso não chega. O benzema é um jogador esforçado, fartou-se de correr, chuta bem, mas continuo a dizer que tinha sido melhor o Real contratar o Falcão do que o Coentrão. Falcão transporta melhor a bola, tem mais instinto matador e faz circular a bola.
Arbeloa é um jogador mediano, e deixa a equipa coxa, porque não sabe desequilibrar no ataque. Ao contrário dos laterais do Bayern. Recordo que o golo da vitória em Munique surge de um nó que Lahm dá ao fábio.
Depois Khedira (um tractor). Alonso quase a trinco que não ajuda no ataque, e özil. São 3 tractores no meio campo. O único que ajuda no ataque é Ozil, mas ajuda de uma forma muito peculiar. É um jogador com técnica em corrida. Ou seja leva o jogo mas a equipa fica para trás.
Aliás o que fica na imagem é um real de impulsos: Ronaldo corre e corre, Angel idem, e ozil a mesma coisa, mas não dá em nada, porque depois vêm-se sozinhos no meio de 7 adversários.
Ou seja só correm. Nós vemos o Robben, que também corre, mas não faz só isso, transporta a bola, sabe guardá-la, sabe esperar por linhas de passe, sabe puxar os adversários. Isso é técnica.
Faz-me impressão como é que o Real não tem um jogador deste tipo. Será que já não existem aimares, decos, baggios, robbens, izmailovs? Ou mesmo Matías fernandez? Será que o futebol moderno já não quer este tipo de jogador?
Vi no jogo de alvalade com o bilbao um andré martins que fez esse trabalho muito bem, e que dá esperanças até para a selecção.
Por último, as opções de Mourinho no banco. Uma miséria, Kaká parecia um juvenil a ser lançado num jogo de vida ou morte. A bola fugia do pé. Só perdeu bolas. Granero, não passe de um jogador mediano tal como Higuaín. Não trouxeram nada de novo ao jogo, pelo contrário, creio que ainda piorou.


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 15:27
Vergueiro,

Naturalmente que jogos como estes são bons para ver esses pontos fracos que a tensão dos jogos com o Barça e o nivel da liga espanhola permitem esconder. Ao Real Madrid falta-lhe, sobretudo, um cérebro, um jogador que alie a técnica à leitura de jogo. Ozil é um jogador de contra-golpe, Alonso um apoio útil, Khedira um corredor esforçado e Benzema um grande pivot. Mas ninguém pensa o jogo do Real Madrid, durante muito tempo a equipa joga entre a defesa e o ataque, ignorando o jogo de meio-campo, apostando demasiado na subida dos laterais para criar um 2-4-4 ficticio, mas onde é a força e a velocidade que fazem a diferença.

Imagino que Mourinho vem em Sahin esse jogador e pelo que conheço dele poderia ser verdade. Mas o fisico e a cabeça de Sahin entraram em paranoia e o Madrid falhou a aposta. Não é por acaso que jogam os mesmos do ano passado e as compras são utensilios complementares.

É verdade que esse tipo de jogador começa a escassear, em Barcelona Messi tem feito esse papel muitas vezes, em Inglaterra não há um só clube de topo com um jogador assim, sem ser Silva no City (que devia estar em Madrid e só não está porque Mourinho não o quis) e em Itália o modelo do regista desapareceu. Eden Hazard, Mario Gotze, Silva são alguns dos (muito poucos) que podem fazer esse tipo de jogo mas Mourinho é um treinador teimoso, que não tem muita paciência pelo jogo no miolo de transição e duvido muito que invista forte no mercado para reforçar o seu ponto fraco.

Um abraço


De Luís Moreira a 26 de Abril de 2012 às 15:47
Há o Lampard no Chelsea, o Gerrard em Liverpool, o silva como disse e muito bem, o sneijder no inter, o Aimar, no benfica, mas de facto, são poucos e com tendência a desaparecerem.
Acho que o Silva não foi para madrid porque o Mourinho não deve querer mais espanhois... digo eu.
Mas aí, o futebol do Madrid seria outro completamente diferente e o Cristiano teria de desenvolver ainda mais a sua apetência como striker na área.... em jogo lançado, funciona, jogo pensado, fica complicado.
Só no porto o mourinho conseguiu por 4 nº10 a jogar.
Deco, Carlos Alberto, Pedro Mendes que vinha do Guimarães e Alenitchev, mais o costinha no apoio e o Derlei, a gazua de rasgo. e ainda tinha o Maniche que, danado, quando entrava fazia sempre grandes jogos.
O Sahin tem sido testado a trinco volante, o tipo é bom, mas se a cabeça não está lá, .... fica difícil.

Outra coisa que não sei o que se passou/passa é porque é que o Ricardo Carvalho deixou, efectivamente, de ser opção para o Mourinho.

Se alguém souber. ...



De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 16:04
Luis,

Falas de jogadores em fase terminal de carreira, fisica e emocionalmente, como são Sneijder, Aimar, Lampard e Gerrard. O único disponivel era sem dúvida David Silva, mas Mourinho não o quis pelo que podia significar no balneário. Esse FC Porto era muito menos defensivo do que se diz precisamente por essa mobilidade criativa apoiada na frente pela raça de McCarthy e Derlei e atrás por Costinha e Maniche. Era uma equipa perfeitamente equilibrada.

O Ricardo Carvalho rompeu mentalmente depois do assunto da selecção e fisicamente nunca mais voltou a ser o mesmo. A idade não ajuda, as exigências de Madrid também não e não acredito que a carreira de Ricardo lhe dure muito mais tempo, lamentavelmente.

um abraço


De Luís Moreira a 26 de Abril de 2012 às 16:12
Hum, ... Sneijder não foi para Madrid, ou neste caso regressou, porque não gostou de lá estar.
E nem Mourinho o demoveu.
parece-me que ele está à espera de que Mourinho vá para Manchester para seguir com ele.

ele, e não só, muito provavelmente.



De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 16:41
Luis,

Sneidjer teve muitos, muitos problemas na noite de Madrid e foi o clube que não quis que ele voltasse, apesar de Mourinho ter insistido nele e em Maicon.

Em Manchester não vejo ninguém nos próximos 3 ou 4 anos sem ser Ferguson, e por essa altura Sneijder já está a dar as ultimas.

um abraço


De Luís Moreira a 26 de Abril de 2012 às 15:33
De facto, em termo de banco... o Real está sem grandes soluções.
Mas ontem, o Kaká, até procurou fazer isso , transportar a bola no pé, mas estava sozinho, ninguém se desmarcava... o Ozil, ainda tentava fazer isso, mas, as linhas de passe foram quase sempre bem preenchidas e o real só ataca com 4.
Não é por acaso que prefiro ver o Diarra a jogar a defesa direito, ao invés do Arbeloa.
Tem corpo. sabe avançar e recuar e é um panzer!
Tipo Maicon.
Mas o Mourinho deve ter as suas razões.
O Gonçalo Higuain, é um bom avançado, marca muitos golos, mas sabe que o Cristiano está em 1º lugar como referência avançada na equipa, fica limitado nisso.
O Falcão, como não pode jogar em mais lado nenhum numa equipa que não seja, na área, seria uma opção mais a condizer, mas aí, o Cristiano teria de ser mais um "Passador", não sei se ele marcaria tantos golos como agora o faz.
lembro-me que no ano em que ganhou a Champions, a bola e a bota de ouro , o rooney foi desviado, a contragosto, para um dos extremos, ....
saber gerir toda esta panóplia de diversidades e contrastes entre as várias opções é complicado.
Di Maria, não é opção para o Real do estilo Mourinho.
Para mim, este real devia jogar em 4-4-2.
meio campo com o Alonso, Kedhira, Ozil e Kaká, e na frente os dois panzers, Cristiano e Benzema a sair dos extremos para o meio.
Estariam bem apoiados por dois excelentes centro campistas de lançamento de jogo de bola nos pés e passe, e fazer "soltar" o "animal" Kedhira para funções de suporte no sistema tricampista.
Ou seja, numa variação de 4-1-3-2
Com esta colocação e mais o extemo esquerdo a ajudar a fechar no meio campo no apoio ao Alonso, já não se pediria ao Arbeloa que fizesse o mesmo no lado oposto e poderia assim fazer o que tão bem sabe, defender posicionalmente. a três, com pepe e sergio ramos.
Mas isto, sou eu.
Sentado no meu cadeirão poltrona.
Abraço.



De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 16:01
Luis,

Sim, na poltrona estamos todos, sem dúvida, e o FM também jogamos todos, a realidade é sempre mais complexa.

O Kaká é um jogador acabado, sem crença nele mesmo, sem corpo para aguentar 90 minutos de alta tensão. Mas, mais do que isso, as pessoas esquecem-se facilmente de quem era Kaká. O que o brasileiro fez brilhantemente no AC Milan é muito similar ao que faz Ozil hoje, controlo em velocidade, jogo no contra-golpe, um avançado de referencia (Shevchenko, Inzaghi) com quem associar-se e jogo em constante velocidade. Em jogo de pausa, de rotação de bola em frente da baliza, Kaká nunca foi um génio como é Iniesta, por exemplo.

O Real apostou na figura de Ronaldo como o Barcelona em Messi e isso condiciona o plantel e o jogo. O Aguero não vem para Madrid por isso mesmo, porque já havia dois avançados que não iam ser protagonistas da mesma forma que Zlatan e Etoo sairam de Barcelona por isso mesmo. É um risco. O lateral, Mourinho queria a Maicon mas não o teve e acabou por contentar-se com Ramos. Mas quando Carvalho se lesionou, Ramos funcionou tão bem no centro, como fazia em Sevilla, que teve de ficar com Arbeloa, correcto mas nada mais.

O que falta a este Real não é velocidade nem golo, é calma e cabeça, é jogadores no miolo como Silva, Cazorla, Mata, Martinez, foi isso que lhe faltou nos momentos decisivos.

um abraço


De simonfla a 26 de Abril de 2012 às 19:07
Olá Miguel estou completamente de acordo consigo quanto aos protagonistas das duas equipas Ronaldo no Madrid e Messi no Barça mas queria aqui dar o meu ponto de vista sobre esse assunto é que O Messi no Barcelona ainda constroi e normalmente joga para a equipe mas no Madrid é ao contrario o Ronaldo pouco cria e o Mourinho pôs a equipa a jogar para ele em vêz do contrário acho que é proteccionismo a mais por isso mesmo jogadores como o Kaká,Benzema e outros desaparecem em virtude de terem que trabalhar para o Ronaldo pois ninguém se lembra do inicio de Ronaldo no Madrid andou bastante tempo sem fazer golos e jogos de jeito só depois da chegada de Mourinho as coisas começaram a melhorar mas o problema é quando ele joga na selecção Portuguesa como não tem lá Kakás,ozis e outros para lhe prepararem o jogo e o treinador não está a protegê-lo pois não está numa equipe com estrangeiros não rende como no Madrid e as pessoas perguntam-se porquê ora para mim é fácil de ver querem fazer ídolos á força quando não passam de bons jogadores mas não génios vamos ver no Euro.

Um abraço


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 19:23
Simonfla,

O registo goleador do Ronaldo no Madrid é épico e na primeira época só uma lesão de dois meses o impediu de disputar o Pichichi. Ai não somos justos.

Messi e Ronaldo são diferentes fisicamente e isso repercurte-se no estilo de jogo. Messi tem o centro de gravidade mais baixo, agarra-se mais á bola e por isso funciona melhor em diagonais pelo centro. Ronaldo é mais fisico, prepara melhor o remate (quase todos os golos de Messi são dentro da área) e isso dá-lhe um posicionamento táctico mais fixo. Benzema funciona bem como pivot mas o problema do Madrid é não ter uma segunda linha que aproveite. Os numeros goleadores de Khedira, Alonso, Ozil e Di Maria são bastante mais fracos do que deveriam ser e ontem nenhum deles tentou marcar em nenhum momento. Faltou sobretudo um médio com esse disparo e fome de golo que o Chelsea tem em Ramires e Lampard, o Barcelona em Iniesta e Xavi e o Bayern em Kroos e Schweinsteiger.

A prestação de Ronaldo por Portugal é em tudo igual á de Messi pela Argentina. Quando há selecçõe ssem ideias, que pensam individualmente e que não entendem o sentido colectivo do jogo, há pouco que os jogadores possam fazer. Só dois futebolistas venceram um Mundial sozinhos, Garrincha e Maradona. Mas os dois tinham atrás de si não grandes equipas mas grandes colectivos. Messi e Ronaldo não têm.

um abraço


De simonfla a 26 de Abril de 2012 às 21:38
No estilo de cada um estou de acordo no resto mantenho a minha opinião nem um nem o outro são génios como foram e vc bem disse Maradona,Garrincha ou Pelé longe disso o Messi mesmo assim joga mais para a equipe e cria mais o Ronaldo é mais individualista e precisa que a equipe jogue para ele vamos ver o tempo o dirá só queria dar mais um aparte ao nível deles ponho o Nani,Quaresma,Hulk,Balotelli ou Neymar só que não jogam em equipes com jogadores com a mesma qualidade falando em termos de grupo que o Real ou Barcelona como eu disse o tempo o dirá.

Um abraço


De Miguel Lourenço Pereira a 26 de Abril de 2012 às 21:53
Simonfla,

O Nani é tremendamente irregular, o Quaresma um malabarista, o Hulk decresceu bastante, o Neymar tem de demonstrar um pouco mais de jogo colectivo e o Balotelli há muito que deixou de querer ser um jogador de futebol.

um abraço


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