Sexta-feira, 2 de Abril de 2010

Num ambiente hostil e com uma arbitragem indigna da elite europeia, o Liverpool viu-se subitamente a ter de correr contra o relógio para chegar ás meias-finais da Europe League. Tal como no encontro contra o Lille é preciso recuperar uma indesejada desvantagem. É necessário envocar, uma vez mais, o espirito da Kop.

O Liverpool começou a vencer. Merecidamente.

Entrou bem no jogo e empurrou o Benfica, mais contido do que noutras ocasiões com Carlos Martins no lugar de Javier Saviola. O golo de Dani Agger fez justiça ao marcador e deu uma confiança extra a uma equipa habituada a sofrer. Eliminados precocemente da Champions League, o Liverpool tem trepado de forma periclitante pelas provas europeias. Muitas baixas, como tem sido habitual, para Rafa Benitez montar o seu onze. E se o SL Benfica soube equilibrar o jogo, a verdade é que foi uma polémica decisão arbitral que começou a decidir a contenda. A expulsão do holandês Ryan Babel, num lance em que o brasileiro Luisão só pode agradecer não ter seguido o mesmo caminho, mudou por completo o jogo. O Benfica acreditou, empurrado por 55 mil adeptos fanáticos e a roçarem atitudes que poderão valer ao conjunto encarnado uma severa suspensão por parte da UEFA, e começou a empurrar o Liverpool. A pouco e pouco ia-se notando a diferença de homens no terreno de jogo. A implacável marcação de David Luiz a Fernando Torres fez efeito. O avançado espanhol passou ao lado do jogo. Ao intervalo tudo mudou. O Liverpool surgiu mais contido e o Benfica acreditou. Dois penaltys impensáveis ajudaram á reviravolta e, de ver-se a perder, o Benfica passou para a frente do jogo. E da eliminatória.

 

Agora resta ao gigante Liverpool pensar na mágica Koop.

O histórico hino nunca terá feito tanto sentido como na eliminação contra o Lille com os adeptos a empurrarem a equipa para a vitória. Relembram-se reviravoltas históricas do clube de Merseyside. E pensa-se em repetir o sucesso passado na prova que marcou o primeiro trofeu da década para o clube, numa final histórica contra o espanhol Alavés.

Benitez será mais atrevido. Sem Kuyt a equipa terá de assentar, mais do que nunca em Gerrard-Torres. O duo mágico passou ao lado do jogo da Luz. Não pela eficácia defensiva encarnada, mas principalmente porque foi o meio-campo com Masherano e Lucas Leiva quem falhou. Com dez homens o trabalho duplicou-se. A indecisão de Benitez protelou as dúvidas e os inesperados penaltys, marcados por Cardozo, deram a volta a um jogo que, apesar de tudo, parecia controlado. Erros como esses não serão permitidos. Não diante da mitica Kop. Os adeptos Reds serão o 12 jogador. Uma vez mais terão de vir ao resgate de um histórico que está, uma vez mais, em queda livre. Ao contrário do Benfica que depois da vitória frente ao Braga, mostrou ter pulmão suficiente para atacar o segundo objectivo da época. O que pode significar um regresso á elite europeia. Mais de 20 anos depois da última final do clube lisboeta. Muito tempo para quem presume de tanta grandeza.

O espirito de Shankly será necessário. Mas pode não ser suficiente. Benitez está, desde há muito, na corda bamba. Com o quarto lugar na classificação da Premier League como um objectivo impossível, o orgulho do clube só se poderá salvar com uma nova consagração europeia. E mesmo assim isso pode não ser suficiente. Em cinco anos o técnico espanhol entrou a "matar" na primeira temporada com uma Champions. Talvez ganhar a Europe League sirva mais como uma digna despedida do que, propriamente, como uma salvação de última hora a um emprego maldito desde o final do mitico "Boot Room". O mesmo que definiu o espirito da Kop! 



publicado por Miguel Lourenço Pereira às 06:55 | link do post | comentar

8 comentários:
De Faria a 8 de Abril de 2010 às 12:09
Não percebo nada. Então o senhor, no post, diz que o Liverpool chegou merecidamente à vantagem aos 10', teve uma expulsão injusta ao 30', na segunda parte estava A CONTROLAR o jogo mas sofreu 2 penaltis inesperados, e depois aqui nos comentários diz (admite) que o Benfica ganhou bem? É um bocado contraditório.

O senhor realmente pelo que vejo percebe de futebol, e gabo-lhe o facto de se tentar abstrair de clubismos. Mas realmente quando fala do Benfica deixa-se levar um bocado pela clubite. Peço desculpa mas é a minha opinião, e devo dizer que acho isso perfeitamente normal e saudável até.

Passando ao jogo. Obviamente que por muito bem que uma equipa jogue há sempre coisas a apontar quer à equipa quer ao árbitro, ou mesmo à sorte e ao azar. Mas agarrar-se à expulsão e aos penaltis para explicar o jogo (vá lá que não se agarrou também ao falhanço do Torres, que diga-se de passagem, só por essa vez saiu de dentro do bolso do David Luiz), é um bocado redutor, e depreciativo do jogo que o Benfica fez.

Queira o senhor reparar que o Benfica já antes da expulsão esta a dominar completamente o encontro. Mas completamente mesmo! E assim continuo até ao final do mesmo. O resultado só não é mais desnivelado porque nessa noite houve festival de golos falhados por parte do Benfica. Nesse particular, Cardozo mais uma vez mostrou que não é jogador para o Benfica. Não se pode falhar golos assim. Internamente a bola mais tarde ou mais cedo acaba por entrar, mas na Europa não é bem assim, e o Benfica não se pode dar ao luxo de depositar a responsabilidade de as meter la para dentro, num ponta de lança que só sabe rematar com um pé e de cabeça também não é grande coisa. E mesmo com o pé bom, anda a falhar bastante. Se tivéssemos Falcao a história seria outra.

Penso que o que se passou no jogo foi elucidativo, e não acho necessário falar da arbitragem. Mas em todo o caso, se achou por bem, falar da expulsão forçada de Babel e da não expulsão de Luisão - e dou-lhe razão - deveria falar também do golo do Liverpool em fora de jogo (Kuyt interfere na jogada e quem diz que não, nunca deve ter estado numa baliza, ou mesmo na defesa), do penalti sobre Cardozo por assinalar (o outro, o da mão na bola, na minha opinião também é, mas nem conto esse porque não é indiscutível) e do segundo amarelo a Insua que ficou por mostrar (no penalti).

Resumindo, a vitória do Benfica foi incontestável, e digo isto mesmo descontando a minha clubite. Não foi sorte, o Benfica neste momento é, sem dúvida, superior ao Liverpool, e duvido muito, mesmo, que não passe a eliminatória. Mas no futebol já se sabe...

Parabéns pelo Blog

Cumprimentos


De Miguel Lourenço Pereira a 8 de Abril de 2010 às 19:32
Meu caro Faria,

Obrigado pelo comentário, é uma longa mas certeira análise, das melhores registadas neste blog.

Questões futebolisticas á parte, porque como bem disse, apesar de cada um ter as suas este espaço tenta ser isento nesse aspecto.

Em relação ao jogo,

Concordo com a sua analise do Cardozo (um falso goleador a quem os penaltys, dos quais ainda falha bastante, tapam as inumeras oportunidades falhadas), que é efectivamente um ponta de lança com muitas limitações. Para a sua altura joga mal de cabeça, é demasiado nervoso em jogos decisivos e, actualmente, está muito por detrás de Falcao em Liedson, para apenas citar jogadores a actuar em Portugal.

Igualmente o David Luiz foi soberano na marcação ao Torres e tem-no sido ao longo do ano. Se contiver um pouco as entradas violentas fora de acçao que ainda vai tendo e convertir-se-á num dos melhores centrais do Mundo.

O Benfica venceu merecidamente como ontem o Bayern. Controlou o jogo ao seu ritmo, rematou mais, aproveitou as oportunidades que teve e soube impor o seu estilo de jogo. Mas tal como ontem (com as devidas distancias), também saiu a ganhar com uma expulsão que, nesta fase da prova, conta e muito. Nao gosto de falar de arbitragens por falar, como certamente sabe. Mas quando elas determinam um jogo tão cedo é complicado analisar o encontro sem falar delas. Se nesse instante tivesse saido Luisao e nao Babel, alguem duvida que o jogo teria sido diametralmente oposto? Nao o foi, o Benfica controlou e ganhou bem. Mas não foi um dominio de igual para igual num 11 contra 11, nisso nao estou de acordo. E até ao minuto 20 o Liverpool era melhor. Depois desse momento sim, foi uma noite das antigas na Luz, mas até ao golo do empate do Benfica o Liverpool pura e simplesmente abdicou de atacar. Arriscou e saiu-lhe mal porque este Benfica é contundente quando tem de ser.

Escrevo-lhe antes do jogo da segunda-mao. Acredito que passará o Benfica. Tem um plantel com mais opções, um onze melhor oleado e tem "fome". E isso conta muito na Europa.

um abraço


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